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Este Jovem Brasileiro

Pesquisa identifica perfil de estudantes de escola privada

08.02.07

Os jovens de escolas particulares se consideram honestos, mas passariam por cima de princípios para atingir seus objetivos. Eles dizem não ter preconceitos, mas se incomodariam por ter um vizinho gay.


Essa discrepância entre teoria e prática foi detectada por pesquisa que faz parte do projeto Este Jovem Brasileiro, realizada com adolescentes de 54 escolas particulares, em 17 Estados, abordando temas como  violência, preconceito, honestidade, princípios, individualismo e meio ambiente.


O estudo, realizado pelo Portal Educacional, busca entender melhor o que o jovem de hoje pensa sobre uma série de temas centrais da sua vida.


Vários dados apurados são interessantes e demonstram a indiossincrasia entre o que o jovem pensa sobre ele próprio e como ele age. Por exemplo, na pergunta “Sou ou não violento?”, 86% responderam que não, mas 50% assumiram que já bateram em alguém - entre os meninos o índice chega a 64%, entre as meninas, 38%. Do total, 94% já xingaram uma pessoa e cerca de 30% já sofreram agressão física, dentre os meninos o número sobe para 42%.


Já na pergunta “Sou uma pessoa sem preconceitos?”, 82% não se consideram preconceituosos, mas 26% dos estudantes afirmam que ficariam contrariados se tivessem vizinhos gays e quase 40% se afastariam se descobrissem que um amigo é homossexual (entre os meninos o índice sobe para 58%, entre as meninas, cai para 17%). Além disso, 50% acham que o preconceito não atrapalha o desenvolvimento do país.


Por outro lado, 40% dos jovens disseram que já foram vítimas de algum tipo de preconceito.  


Sobre o meio ambiente, 80% dos jovens afirmam que se preocupam com o tema, e mais de 90% acham que as pessoas poderiam se envolver mais nessa questão ou concordam que os acontecimentos atuais são absurdos. Mas, quando dão de cara com alguém jogando lixo na rua, mais de 80% dos entrevistados disseram não reparar ou  “deixar quieto”. Apenas 20%, aproximadamente, têm uma postura mais ativa, como recolher o lixo jogado ou chamar a atenção da pessoa.


Quando o tema é individualismo, a maioria dos jovens (66%) não se considera individualista. No entanto, quando questionados sobre sua maior preocupação, o item mais citado é de cunho estritamente pessoal (45% estão preocupados basicamente com estudos e futuro profissional). Em casa, mais de 60% dos entrevistados preferem ficar sozinhos em seus cantos, 60% nunca participaram de trabalhos sociais ou comunitários, 77% nunca se envolveram com grêmios ou movimentos estudantis e quase 90% nunca protestaram na rua contra nada.


Além disso, 55% desses jovens não seriam solidários com seu grupo de amigos em caso de problemas na escola (como suspensão ou cola) para não se prejudicarem.


Mais de 90% se consideram honestos. No entanto, 42% passariam por cima de princípios para chegar lá, 35% não devolveriam troco que recebessem a mais, 29% não devolveriam uma carteira achada na rua, 64% negociariam com cambistas em caso de um show imperdível.


Sobre essa geração, os resultados revelam que consumista é o termo que melhor a define, na opinião da maioria dos entrevistados. Em segundo lugar aparece estressada e, depois, individualista e acomodada.


Os resultados completos da pesquisa estão disponíveis no Portal Educacional www.educacional.com.br/projetos/estejovembrasileiro2 , com os números e as conclusões do psicanalista Jairo Bouer.

Este Jovem Brasileiro

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