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Extraimaginário

Disney leva ao PDV criações de talentos neurodivergentes

12.05.25

Uma iniciativa para democratizar a arte e amplificar vozes de talentos neurodivergentes e de pessoas com deficiência intelectual. Desse modo pode ser descrito o projeto Disney Extraimaginário, da Disney Brasil, lançado recentemente. Após um processo de imersão e de desenvolvimento criativo que durou três meses, os artistas convidados tiveram suas criações baseadas em ícones da companhia, como Mickey e Donald, transformadas em coleções exclusivas.

Em sua primeira edição, a Disney Brasil associou-se ao Estúdio Que, estúdio de design gráfico. As empresas trabalharam com 10 talentos para reimaginar os personagens de Mickey & Amigos. Foram criados designs baseados nas singularidades e perspectivas de cada um. O projeto resultou em artes que foram utilizadas em novos produtos licenciados.

Durante o processo criativo, os artistas Danyel, Roberto, Mari, Diego, Marina, Taís, Lucas, Lais, Lua e Luiza utilizaram abordagens variadas e mesmo técnicas não convencionais, como colagens, pinturas, sprays, giz de cera, aquarela e até ferro de passar roupa. Foram produzidas seis narrativas representadas em estampas e ilustrações: "Imaginação", "Possibilidades", "Encontros", Magia", "Originalidade" e "Transformação”.

Os 10 artistas que participam desta primeira edição são ligados ao Estúdio Que. A sócia e diretora Luiza Laloni explica que eles são criativos da empresa. É um time formado já há alguns anos. “O nosso jeito de trabalhar, a nossa forma de entregar projetos envolve ter esses talentos neurodivergentes e com deficiência intelectual como parte integrante da equipe criativa”.

Veja o making of desse projeto no Estúdio Que.

Produtos na vitrine

Os produtos já chegaram ao PDV e em lojas online. A marca de materiais escolares Jandaia lançou uma linha de 21 cadernos com capas que exibem as artes criadas pelos artistas do projeto.

Outra empresa que aderiu à iniciativa é a Riachuelo, com uma coleção composta por aproximadamente 100 itens, entre vestuário (como jeans, camisetas, moletons, vestidos, peças íntimas) e uma linha de decoração, reunindo Casa Riachuelo e Disney Home. Há mais marcas que participam do projeto: Lupo, Trifil, Animê/Youccie e Go Case.

Capacitação de novos talentos

Como parte do projeto, a Disney também vai oferecer, em parceria com os institutos Serendipidade e Movimentarte, oficinas artísticas e técnicas para capacitar 30 pessoas neurodivergentes e com deficiência intelectual. O objetivo é estimular a criatividade, a expressividade, a habilidade motora e o desenvolvimento cognitivo.

A iniciativa, que está com inscrições abertas até o dia 25 de maio, integra um programa, o Disney Future Storytellers, que inspira e capacita futuros profissionais da indústria criativa.

A implementação dessas oficinas será coordenada e realizada pelo Movimentarte. A duração será de aproximadamente três meses. Elas começam em junho.

Como surgiu o projeto

Mara Ronchi, diretora de produtos de consumo na The Walt Disney Company Brasil, conta que a ideia do Disney Extraimaginário surgiu da vontade de amplificar as vozes desses artistas. A proposta era transformar a “criatividade sem limites” em style guides dentro da Disney e em produtos de consumo. O conceito foi apresentado para parceiros de negócios.

Esta é a nossa primeira edição, que nasce na América Latina, mas temos a intenção de expandir. Diversidade, equidade e inclusão são pilares prioritários na estratégia de Disney Consumer Products”, afirma.

Dentro desse posicionamento, a companhia já realizou algumas iniciativas. Uma delas foi Marvel – O Poder é Nosso, em que artistas negros da periferia fizeram uma releitura dos heróis negros da Marvel. O projeto chegou à segunda edição. “Acreditamos que isso conecta a nossa marca ao nosso consumidor, completa.

Haverá uma próxima edição do Extraimaginário? “Atualmente, falamos de Mickey e Amigos. Futuramente, podemos trabalhar com outros personagens da Disney também. Acreditamos que o mais importante é dar continuidade a esse tipo de projeto e valorizar toda a jornada criativa — não apenas o produto final, mas todo o processo”.

Clube de Criação 50 Anos

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