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Festival do CCSP 2013

“Só a arte pode mudar a percepção do tempo em uma sociedade acelerada” (Marcello Dantas)

30.09.13


Diante de um mundo de múltiplas telas, torna-se cada vez mais difícil prender a atenção das pessoas. E este é o cenário sobre o qual agências e anunciantes se debruçam para encontrar fórmulas que tornem as mensagens de suas marcas mais eficientes e relevantes. Não há respostas prontas, mas uma boa alternativa de caminho foi apresentada pelo designer e curador Marcello Dantas, em palestra no último dia de atividades do Festival CCSP 2013



Nos últimos anos, Dantas vem se dedicando a criar espaços de interatividade em museus e centros culturais de várias cidades do mundo, aliando arte e tecnologia. O objetivo é fazer surgir espaços interativos que levem o público a viver experiências de “imersão total” em torno do tema proposto. “O ponto fundamental é criar vínculo afetivo, emoção”, diz Dantas. “Uma exposição ou museu, não uma enciclopédia. Não temos a intenção de liquidar um tema, mas sim, criar um vínculo para gerar interesse constante sobre aquilo”, explica.



O trabalho de Dantas fica mais claro quando ele passa a demonstrar cases de seus projetos. Um deles mostra a criação do Museu das Minas e do Metal, em Belo Horizonte. “Uma das missões mais áridas que já recebi”, segundo Dantas. O museu celebra a indústria da mineração e do metal. O passeio pela exposição revisita a história dos metais e mostra como eles mudaram o mapa do Estado de Minas Gerais. No museu, o visitante pode fisicamente entrar e vivenciar a tabela periódica por meio de uma instalação tridimensional. Outra peça mede o peso de metais nas pessoas. “Por mais complexa que seja a história, existe sempre uma maneira simples de contá-la”, diz Dantas.



Segundo ele, projetos como estes têm sido responsáveis por revitalizar os museus nacionais – que passaram a apostar mais em interatividade – mas não só isso. O profissional passou a ser procurado por anunciantes para projetos de “brand experience”. Setores financeiros (bancos) e de telecomunicação têm sido alguns dos principais responsáveis por apostar nestas ideias, segundo Dantas, que tem também no currículo projetos como o do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, e o do Museu da Gente Sergipana, em Aracaju.



Dantas afirma que o desafio daqui para frente é explorar novos projetos de união da arte com a tecnologia, que possam ser expostos e dialoguem com os espaços públicos. Algumas iniciativas dele já estão em andamento. Um exemplo é o projeto OiR - “Outras ideias para o Rio” que, dentre outras ações, instalou um labirinto de vidro – produzido pelo artista Robert Morris – no centro da cidade. O projeto chamou a atenção do público de uma forma diferente – algo difícil der ser feito hoje em dia. “O grande papel da arte hoje é esse. A arte é uma das coisas que, por prazer, podem desacelerar as pessoas”, afirma.



Ruy Barata Neto



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