Festival do CCSP 2013

No momento em que o mercado de comunicação passa por um período de transição, estabelecido pela disseminação do uso das novas tecnologias, qual o caminho para a construção de um novo futuro para as relações entre marcas, agências e anunciantes? Este foi o ponto de partida do painel "Convergência e coexistência da Mídia", produzido pelo Grupo de Mídia, a convite do CCSP, e moderado por Daniel Chalfon, diretor  do Grupo de Mídia e sócio-diretor da Loducca.



Participaram do debate Helena Bagnoli, diretora superintendente da Editora Abril, Lica Bueno, diretora de mídia da F/Nazca, Sérgio Valente, diretor da Central Globo de Comunicações, Raphael Vasconcellos, diretor de Soluções Criativas do Facebook, e Pedro Porto, diretor de estratégias de marcas do Twitter.

Para os presentes, com a disseminação do uso das redes sociais e a mudança nos hábitos de consumo de conteúdo por parte dos espectadores, torna-se cada vez mais importante a integração entre as áreas de mídia e criação nas agências. Raphael Vasconcellos, cita o exemplo do Facebook, que automaticamente dá exposição maior para os conteúdos mais acessados. “Isso mostra que criação e mídia precisam estar juntas. Uma coisa depende da outra. Não tem jeito de ser diferente. Estamos em um mercado em que não aprendemos a trabalhar assim. E a tecnologia está nos forçando a pensar dessa forma”, avalia Raphael Vasconcellos.

Para ele, colocar campanha na rua não deve ser o final do processo e sim o princípio. “Transformar a comunicação numa conversa pode ser um momento de transição”. A mudança no hábito de navegação do público – priorizando os dispositivos móveis – levou o Facebook a criar um 'mobile business', para responder à nova forma de navegação no site, imposta pelo público. “Há 18 meses, não tínhamos um mobile business, hoje temos e ele já representa parte significativa de nosso faturamento”, conta Vasconcellos.

Sérgio Valente ressalta que essa interação com o público sempre aconteceu. Para ele, o que existe hoje é que as redes sociais permitem que essa interação se dê de forma mais rápida e dinâmica. “Quem estabelece o diálogo com o público é o produto e é o produto que vai manter esse diálogo, independentemente da mídia em que isso ocorra. A cada dia temos que reinventar nosso modelo de negócio. Isso acontece em todas as áreas e é uma prerrogativa para as mídias. O grande desafio para nós da indústria da comunicação é pensar em como podemos trabalhar juntos para encontrar novas soluções e fazer esse bolo crescer. Não me falem em dividir o bolo, esse bolo tem que ser multiplicado e não dividido”, afirma Valente. E ele continua: "O modelo de negócio vai mudar para nós todos, até para os novatos Facebook e Twitter, e vai mudar para as agências, também".

Para Pedro Porto, ao se discutir segmentação, o mercado acaba tentando engavetar coisas que funcionam de forma absolutamente orgânica no dia a dia. “Se formos olhar sob o ponto de vista das pessoas, essa segmentação é traduzida em ‘como eu uso determinada rede social’"”.



Na opinião de Daniel Chalfon, o que existe são pessoas consumindo conteúdos diversos. “Mas, no final do dia, o que importa são as pessoas”, analisa Chalfon.

"Hoje, aqui na F/Nazca, a relação entre criação e mídia é muito mais próxima do que quando eu entrei na agência. Trabalhamos muito mais integrados. É claro que ainda tem que melhorar muito, mas progredimos bastante", comenta Lica. 

"As revistas ainda continuam muito fortes, mas o modelo de negócio mudou. Ainda continuamos pautando muitas coisas, mas já não somos mais remunerados por isso. Nosso modelo está com problemas e estamos em busca de novos caminhos", finaliza Helena.

Valerya Borges

Instagram do Festival do CCSP: "Festival do CCSP 2013"

#FestivalCCSP #unbovineyourself

Serviço:

Festival do Clube de Criação de São Paulo

Quando: dias 20, 21 e 22 de setembro (sexta-feira, sábado, domingo)

Onde: Memorial da América Latina – Barra Funda – São Paulo

Estacionamento no local e metrô ao lado

Fan page: http://www.festivaldoccsp.com.br