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A gente fincou uma bandeira que é eterna, disse Edu Lima na abertura
O Festival do CCSP 2013 começou na manhã desta sexta-feira (20), no Memorial da América Latina, em São Paulo, com um bate-papo do público com o presidente do Clube de Criação de São Paulo, Eduardo Lima, moderado pela editora do Clubeonline, Laís Prado.
Edu abriu o evento dedicando-o à memória de Francesc Petit (leia aqui), que faleceu no último dia 6. Esse mês, o mercado perdeu um dos ícones da propaganda. Não tivemos tempo viável para fazer uma exposição com os trabalhos dele, mas gostaríamos de homenageá-lo, dedicando esse segundo festival no novo formato ao Petit, declarou.
Em seguida, o criativo fez um balanço sobre seus quatro anos à frente da entidade, durante dois mandatos consecutivos. Esse é meu último ano como presidente do Clube e o grande destaque da nossa gestão, o nosso legado, é esse Festival. A ideia é continuar esse trabalho, já que quem vai assumir a presidência é o Fernando Campos, atual vice-presidente, e o João Linneu, meu dupla, que vai ser o vice.
Na avaliação de Edu, seu maior desafio foi realizar o processo de abertura do CCSP, para dialogar com outras disciplinas da propaganda e, inclusive, com outras áreas da comunicação e fora dela, de forma que a entidade deixasse de ser, em suas palavras, um clubinho fechado. Aquela antiga filosofia, fechada, estava atrofiando o Clube, analisou.
A partir do diálogo com outras disciplinas e a realização de um Festival amplo, o CCSP passa a encabeçar um movimento que convida à reflexão. O mercado publicitário estava carente de parar, das pessoas se olharem, conversarem, se conhecerem melhor. Fica todo mundo nas redes sociais, no Twitter e no Facebook, falta olho no olho. Acho bem legal que esse diálogo tenha partido da criação estamos juntando todo mundo! Esse ano, no Festival, vamos ter Grupo de Mídia, Grupo de Planejamento, produtoras, tem espaço para todo mundo falar, cita Edu. E essa abertura só vai ajudar no amadurecimento do mercado. A gente fincou uma bandeira que é eterna, conclui.
Questionado sobre o papel do Clube daqui a 10 anos e sobre o que a entidade não vai querer se tornar, o criativo respondeu que não quer que o CCSP volte a ser o que era. Eu enxergo dois grandes momentos do CCSP: o da sua criação, 38 anos atrás, quando foi lançado, e a sua recriação, no ano passado. Ser coisa fechada só para criativo é algo que a gente não quer mais. Projetar para 10 anos é difícil, mas posso dizer que vamos continuar esse trabalho com o Fernando Campos e o Linneu , o caminho é esse. Acredito no crescimento natural desse Festival. Estamos fazendo um Mini Cannes aqui, declarou.
Edu afirmou ainda que a programação do Festival prevê uma discussão sobre o futuro da propaganda, com mesas e painéis criados para debater a atualidade e os próximos anos. As coisas mudaram muito, com a entrada do digital e novas tecnologias. Não sei prever o que vai acontecer, mas estou adorando o que está acontecendo, essa quebra de paradigmas das mídias tradicionais, mais entretenimento, redes sociais, interatividade, opinou.
Antes, você tinha que escrever uma carta se quisesse criticar algum serviço, marca ou propaganda, era bem mais burocrático. Hoje em dia, se você tem reclamação, coloca nas redes sociais, e o cara te responde. Essa interatividade não vai retroceder, só vai evoluir. Meus filhos vão se relacionar com dez coisas ao mesmo tempo. O jeito de se consumir as mídias está mudando. É um caminho sem volta, não tenho dúvida disso.
Sobre o conceito ir na contramão da boiada, o Unbovine Yourself, criado pela Borghi/Lowe e que permeia a comunicação do Festival, Edu comentou que se a gente se acomoda, está perdido. Não só na publicidade, mas em tudo, no mundo inteiro. É fácil seguir o que está sendo feito. O ideal é procurar sempre o diferente. E, como criativos, temos essa obrigação de ir atrás do original. É uma coisa vital, argumentou.
O criativo comentou sobre a relação das agências com os veículos, especialmente com a TV. O mercado gringo inveja a estrutura de mídia TV que existe no Brasil. Mas acho que está na hora de mexer um pouco, oferecer novidades. Ano passado, por exemplo, o SBT lançou uma opção de comercial de 37 segundos, aqui no Festival achei o movimento muito interessante. Não dá para ficar tudo do jeito que está. A TV tem que se reinventar um pouco.
Sobre o uso de pesquisa no processo criativo, Edu disse que acompanhou a evolução dessa ferramenta. Antigamente, conversávamos direto com o dono da empresa. Hoje, criaram milhares de etapas. O problema não é o criativo estar preocupado com pesquisa, o problema é a leitura que se faz da pesquisa. Os dados servem para iluminar, mas não é a pesquisa que deve dizer sim ou não para um trabalho. Conta muito a opinião do profissional, sua intuição.
Fernando Campos, vice-presidente do CCSP, que estava na plateia, também deu sua opinião durante o bate-papo. Ele disse que a atual gestão buscou ressaltar a importância do profissional da criação e evidenciar que a engrenagem não funciona sem o criativo. Agora é discutir como capitalizar essa relevância, conversar muito sobre como fazer isso.
Sobre a nova lei de radiodifusão no Brasil, Campos afirmou que o Clube tem a obrigação de discutir isso. Qualquer movimento que o CCSP fizesse nesse sentido, antes do lançamento do novo Festival, não iria fazer 'cosquinha'. Hoje já faz. Tem que começar a incomodar. O CCSP tem obrigação de debater. Nosso próximo passo é transformar isso aqui em poder para a comunidade criativa.
Valéria Campos
Instagram do Festival do CCSP: "Festival do CCSP 2013"
#festivaldoccsp #unbovineyourself
Serviço:
Festival do Clube de Criação de São Paulo
Quando: dias 20, 21 e 22 de setembro (sexta-feira, sábado, domingo)
Onde: Memorial da América Latina Barra Funda São Paulo
Estacionamento no local e metrô ao lado
Fan page: http://www.festivaldoccsp.com.br
#FestivalCCSP #unbovineyourself