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Dani Balbi e o poder transformador da arte e da representatividade
No painel “Do Engenho da Rainha ao parlamento, à academia, às telas de cinema”, na 13ª edição do Festival do Clube de Criação, a professora, roteirista e deputada estadual Dani Balbi compartilhou sua trajetória marcada por coragem, sensibilidade e propósito.
Filha do subúrbio carioca, mulher trans e negra, Dani falou com a mesma clareza com que escreve e ensina. Contou como a literatura a levou à pesquisa acadêmica e à roteirização — e como essas experiências a conduziram à política, onde atua como parlamentar desde 2022, no Rio de Janeiro.
“A arte ensina a política”, afirmou. “Porque ela faz você ver o ser humano de outra maneira.”
Entrevistada por Asaph Lucas, Danilo Janjacomo, Guilhermina de Paula e Joanna Monteiro, Dani refletiu sobre representatividade, protagonismo negro e a importância de políticas públicas que ampliem a presença de pessoas negras nas produções nacionais.
“Não basta termos mais personagens negros. Precisamos de pessoas negras escrevendo, dirigindo e decidindo o que é dito sobre nós”, ressaltou.
Como professora de Narrativa e Dramaturgia para o Audiovisual, na ESPM, Dani compartilhou o desafio de ensinar alunos de contextos mais privilegiados a escrever sem reproduzir estereótipos raciais.
“A branquitude precisa aprender a escrever sobre o outro sem aprisioná-lo. O racismo está também nas estruturas narrativas”, observou, quando questionada por Asaph sobre o pacto da branquitude nas instituições.
Depois, ela citou o caso recente da nova versão de "Vale Tudo" como exemplo de como decisões criativas podem alterar o olhar social sobre a negritude ao ser perguntada sobre o assunto por Guilhermina.
“Mudar o olhar na ficção é um gesto político. É assim que transformamos a percepção do país sobre quem somos”, disse.
Ao ser questionada por Joanna sobre como pode haver um fortalecimento de minorias no mercado, Dani defendeu organização coletiva de jovens profissionais de grupos minorizados como forma de construir proteção e ampliar oportunidades no mercado criativo.
“Sozinhos, somos vulneráveis. Coletivamente, somos potência”, afirmou, sob aplausos.
Além disso, ressaltou a urgência de valorizar os acervos audiovisuais fluminenses, propondo a criação de uma biblioteca de registros do audiovisual do Rio de Janeiro, a ser estruturada por meio do Museu da Imagem e do Som (MIS).
“Sem memória, não há futuro. Precisamos preservar as vozes e imagens que contam a nossa história”, disse Dani, após pergunta de Janjacomo sobre o assunto.
Entre risos, reflexões e aplausos, Dani Balbi transformou sua fala em um manifesto sobre o poder da arte, da educação e da política como instrumentos de transformação social — um lembrete de que contar histórias (e ocupar espaços) também é uma forma de mudar o mundo.
Luan Araujo
Festival do Clube de Criação
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