arrow_backVoltar

Festival do Clube

Agências independentes: transparência, coragem, proximidade

24.10.25

Transparência, coragem, proximidade e uma grande mão-na-massa. Essas foram as palavras trazidas pelos participantes do painel "Independência não é só tendência: o novo mercado de agências no Brasil", quando o moderador Felipe Silva, ECD da Blast, perguntou: “Se a independência fosse um superpoder para os clientes, qual seria?”.

As respostas iniciais deram o tom de toda a conversa que veio na sequência, no 13º Festival do Clube de Criação. O palco reuniu líderes de cinco agências independentes e debateu o futuro da publicidade brasileira.

Em uma agência de dono, a gente sabe que a conta foi entregue pra gente. Quase que na pessoa física”, afirmou Wilson Mateos, sócio da 11:11, que escolheu transparência como o superpoder.

Marcelo Rizério, sócio da Euphoria, indicou a liberdade.Não só criativa, mas de equipe, de parceiros, sem amarras com um modelo de mídia”, explicou.

Coragem foi a escolha do sócio da Dark Kitchen, Guilherme Jahara. “Coragem de fazer junto, de ter parcerias reais e transparentes.

Flavia Altheman, COO da Magenta, entende que o grande poder é a proximidade. “Cada um de nós está na linha de frente, respirando os mesmos desafios do cliente.

Dan Zecchinelli, vice-presidente de criação da mineira Filadélfia, colocou que a independência tem “todos esses poderes e mais uma mãozona da galera”, referindo-se ao fato de que, nessas agências, os líderes estão junto com o time na execução.

Sabe-se que o modelo de negócio das agências independentes permite mais liberdade criativa. Mas o que os convidados trouxeram, ao longo do debate, é que as vantagens das independentes vão muito além disso. Passam por ter profissionais muito experientes trabalhando efetivamente no dia a dia de cada cliente, por ter mais agilidade e até por ver os líderes ensinando, mentorando jovens talentos. “A gente conhece o estagiário pelo nome”, exemplificou Dan.

Uma agência independente é a que pode arriscar, a que pode testar. E eu estou falando não só criativamente. Em tudo: em estrutura, em modelo de negócio, em equipe. O papel das agências independentes é ter esse quê de rebeldia. Sim, a gente é vanguarda, a gente vai fazer o novo, fazer o que ninguém sabe que vai acontecer ainda. É o nosso papel”, resumiu Dan, em outro momento da conversa.

Quando pensou em ter sua agência, Jahara planejou um novo modelo de negócios, um novo processo para melhorar aquilo que atravancava seu trabalho quando estava em grandes grupos. “Olhei para isso antes, o que mudar para o trabalho criativo poder fluir”, disse.

A conversa seguiu com reflexões sobre o contraste entre holdings e agências independentes, como escala versus relevância. Essa forma de trabalhar, com frescor e sem amarras, também foi destacada por Flavia. “É dono com dono. A relevância vem de forma mais explícita.

Wilson Mateos compartilhou uma experiência marcante para exemplificar: “Ouvi da direção da agência para não levar uma ideia porque não dava dinheiro. Mas era a ideia que resolvia o problema do cliente”.

De acordo com Rizério, 100% dos clientes que estão nas independentes estão porque querem, o que muda completamente a relação. Já Felipe, o moderador, destacou a diferença de energia: “Nos grandes grupos, a conversa é sobre como bater meta. Nas independentes, é sobre fazer acontecer.

O modelo de negócio dos grandes grupos de publicidade, de acordo com os convidados, implica em muitas camadas decisórias, gestores menos envolvidos com as contas e decisões motivadas muito mais pelo lucro – especialmente para os acionistas – do que pela necessidade real do cliente.

Parceiros estratégicos

O painel também abordou o envolvimento profundo dos líderes. Desde a estratégia, até a execução, sempre com foco na parceria, interna e externa. Os gestores e os times das agências independentes, contaram os painelistas, não têm tempo para disputas internas, estão focados em entregar o melhor trabalho.

A questão da grande estrutura, com muitos layers, também foi debatida. Rizério contou sobre uma reunião com 27 pessoas da agência e apenas três do cliente. O cliente saiu de lá e pediu para rever o contrato, por entender o porquê de pagar tão caro pelo serviço. Wilson reforçou: “Na nossa agência, o cliente é a estrela”.

O papel das agências independentes como celeiros de talentos foi trazido para a conversa. Flavia destacou o acesso que os jovens talentos têm ao alto escalão, o que estimula o desenvolvimento. Além do aprendizado mútuo.

O painel foi um retrato da força criativa e estratégica das agências independentes no Brasil e o espaço dado pelo Clube de Criação foi valorizado. Como disse Flavia, “O que o Festival do Clube de Criação está fazendo, de dar voz às agências independentes, é muito importante”.

Moderador e painelistas destacaram ainda o volume de mais de 200 trabalhos no shortlist do último Anuário, como um retrato da qualidade da entrega de quem escolhe não estar em um grande grupo.

Se o futuro da comunicação estivesse nos grandes grupos, eles não continuavam comprando agências independentes”, arrematou Felipe Silva.

O moderador então chamou os convidados a deixar uma mensagem para outras lideranças independentes. Dan defendeu um back to basics, com a criatividade como alavancadora de negócios. Flavia falou em oxigenação, para construir cultura e preservar agilidade e protagonismo. Jahara falou em sua escolha de vida e propôs trocar lucro por prosperidade. Rizério lembrou que o objetivo deve ser fazer um bom trabalho e deixar um legado. E Wilson reforçou: “Se perdermos a essência, seremos só mais uma agência pequena.

Festival do Clube de Criação 

Patrocínio Master (ordem alfabética): Globo; Grupo Papaki; Warner Bros. Discovery

Patrocínio (ordem alfabética): AlmapBBDO; Antfood; Artplan; Barry Company; Boiler Hub; Cine; Galeria; Halley Sound; Heineken; Ilha Crossmídia; Jamute; Lew'Lara\TBWA; Love Pictures Company; Not So Impossible; Monks; Mr Pink Music; Netflix; O2; OMZ; Paranoid; Piloto; Publicis Production; Sadia; Sweet Filmes; The Clios; UBC - União Brasileira de Compositores; Unblock Coffee; VML Brasil

Apoio (ordem alfabética): Anonymous Content Brazil; Artmont Creative Action; BETC Havas; Broders; Carbono Sound Lab; Casablanca Audiovisual; Corazon; Estúdio Origem; Fantástica Filmes; Felicidade Collective; Grupo Box Brasil; Grupo Tigre; Human; Jungle Kid; Magma; MiamiAdSchool; Prosh; Punch Audio; Stickman Studio, Sympla; Unlimitail; UOL; Zanca Films.

Sem estas empresas, NÃO haveria Festival.

Siga o Clube nas redes sociais: InstagramFacebookXLinkedInTikTok YouTube (TV Clube de Criação).

Clube de Criação 50 Anos

Festival do Clube

/