Influencers, bets e ironia

Algumas atitudes no universo da influência chamam mais atenção e não há como deixar de registrar. Afinal, estamos falando para um mercado que contrata essas "personalidades".

A “influenciadora”, apresentadora e empresária Virgínia Fonseca, inegável fenômeno das redes sociais, chamada a depor na CPI das Bets, dias atrás, - o que lhe causou a perda de cerca de 600 mil seguidores (ela ainda tem mais de 50 milhões) - usou suas redes sociais nesta segunda-feira (19) para ressaltar que “não se importa com a opinião de pessoas que ela não ama”.

No texto, compartilhado nos stories do Instagram, ela destacou: "Não tenho tempo e nem energia para odiar ninguém. Ou eu te amo ou você é irrelevante". Ok. Pra bom entendedor, meia palavra basta.

Virginia, que faz propaganda de bets, também é dona da marca de cosméticos WePink, fundada por ela em 2021, e da agência de marketing Talismã Digital, e se manteve na nova grade de programação do SBT, anunciada semana passada (aqui).

A "influencer" foi questionada pela senadora Soraya Thronicke sobre a publicidade que faz para casas de apostas. Ela nega uma suposta "cláusula da desgraça", na qual seus ganhos seriam inversamente proporcionais às perdas dos apostadores.

Além de ter sido criticada nas redes sociais pelas suas respostas, muitos apontaram grande diferença no visual adotado pela "influenciadora" para ir à CPI em relação àquele é comumente exposto por ela. Durante o depoimento, ela usava moletom com a foto de uma das filhas, óculos e pouca maquiagem, sem o “glamour” das fotos postadas nas suas redes. Especialistas indicam que pode ter sido uma estratégia para se aproximar do público, de modo que as pessoas a enxerguem como "alguém comum".

Tigrinho

Poucos dias depois de comparecer à CPI, Virginia e seu marido, o cantor Zé Felipe, cantaram a música "Oh garota eu quero você só pra mim", no episódio do último sábado (17) do "Rancho do Maia", reality show do "influenciador" Carlinhos Maia. A letra da canção faz referência ao "jogo do tigrinho", como é conhecido o "Fortune Tiger".

O Jogo do Tigrinho é considerado ilegal no Brasil. Embora as plataformas que oferecem o jogo estejam hospedadas fora do Brasil, a prática do jogo é proibida pelas leis brasileiras.

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