Propostas da Comissão Criatividade Brasileira no segundo dia do IV Congresso Brasileiro de Publicidade, já votadas:
A comissão de Criatividade Brasileira, presidida pelo publicitário Nizan Guanaes, terminou apresentando o Manifesto Bossa Nova, aprovado sob salva de palmas. Entre as propostas do documento, figuram ações como o fim das fronteiras da classe, o investimento em jovens talentos, o respeito aos fornecedores, prestadores de serviços e parceiros e a 'mundialização' da criatividade do nosso país.
Durante o debate, os participantes defenderam a exportação de talentos brasileiros e também a importação de profissionais. A falta de auto-estima também foi citada como um dos fatores que impedem a publicidade brasileira de ganhar o reconhecimento que merece.
'Não estamos ficando para trás', afirmou PJ Pereira, presidente da Pereira e O`Dell, há quatro anos trabalhando nos Estados Unidos. 'Não podemos nos julgar por resultados de festivais. As premiações não premiam o futuro e o que nós fazemos aqui é o futuro', disse.
Para Rony Rodrigues, da Box, o mais importante é sair do lugar comum. Para ele, os publicitários devem entender onde estão as novas formas de comunicação. 'É preciso viajar e ver o que está sendo feito de novo. Ir a festivais, exposições de arte, desfiles', disse.
João Daniel, presidente da Mixer e um dos debatedores da Comissão, reforcou que hoje a criatividade está relacionada com entretenimento. Já Pedro Cruz, diretor de planejamento da Africa, defende que a publicidade está calcada em capital intelectual e em como nos relacionamos com o mundo. 'Se estivermos conectados com o espírito da nossa época, a criatividade será sempre bem-nutrida', afirma.
Os debates da Comissão tiveram quase três horas de duração, com a platéia lotada. Antes do início do debate, um filme mostrou nomes da publicidade brasileira que hoje estão sendo justamente reconhecidos lá fora, como Ícaro Dória e os próprios Rony Rodrigues e PJ Pereira. 'Não somos mais brasileiros, somos mundiais', afirmou Nizan. 'Da mesma forma que a Itália abraçou o design, vamos abraçar a criatividade'.
A seguir, um resumo das propostas:
1 - Construir, por meio de entidades fortes, um mercado com ambição mundial.
2 - Articular com a área acadêmica a revisão dos currículos dos cursos de publicidade com padronização de disciplinas básicas.
3 - Estimular intercâmbio mundial de talentos.
4 - Atrair para o mercado profissionais de outras áreas (antropólogos, arquitetos, designers, engenheiros, psicólogos, estilistas etc).
5 - Articular com Apex, Ministério da Indústria e Comércio, etc, a `venda` da criatividade brasileira como Emergy Creative Leader através de seminários, feiras, eventos.
6 - Dar uma agenda mundial à ABAP e às nossas principais entidades.
7- Conscientizar e mobilizar profissionais de todas as áreas na defesa de todas as entidades que garantem a liberdade de expressão da publicidade.
8 - Desenhar um projeto de conscientização do empresariado brasileiro mostrando que a força da criatividade é um instrumento fundamental para a construção de marcas mundiais.
9 - Respeito em 360 graus aos fornecedores e parceiros que integram o mercado publicitário. `Se a propaganda é a alma do negócio, o negócio também é a alma da propaganda`, disse Nizan.
Tese proposta por Guga Lemes, diretor de criação da Agnelo Pacheco, e aprovada pela plenária:
- Contratar apenas estagiários que estejam estudando. Caso o estagiário desempenhe função de profissional formado, deve ser contratado como profissional júnior. Todo estagiário deve ser remunerado com ao menos um salário mínimo.
Comissão: A criatividade brasileira
Presidente: Nizan Guanaes (Grupo ABC)
Palestrante: PJ Pereira (Pereira & O'Dell)
Relator: Flavia Faugeres (N/Idéias)
Debatedores: João Daniel Tikhomiroff (Mixer), Pedro Cruz (Africa), Rony Rodrigues (Box) e Maurício Magalhães (Tudo Eventos)
Comentário:
Em primeiro lugar, acreditamos que o íten N. 1 desta lista seja o que mais precisamos pensar em executar rapidamente.
Estamos vivendo uma plena fase da comunicação global, multi regional. Não é possível, que ainda existam discussões nas entidades representativas do setor, de como 'fechar' ainda mais o mercado. Me assusta como cidadão Brasileiro que ainda existam pensamentos 'antigos' de querer frear a criação, a produção e mais do que isto - a construção de um mercado que possa continuar entre os líderes mundiais, com reconhecimento de seus talentos tanto no meio criativo, como no meio executivo. Não é a toa, que diversas multi nacionais recrutam Brasileiros para dirigirem as empresas mundo afora. Talento no Brasil, tem de sobra, em todos as áreas de atuação. O Brasil tem um dos maiores índices de Empreendedores, em todas as classes. Isto tem que servir como exemplo e como base para nossa educação social e psicológica. Parabéns para a Comissão de Criação por estar pensando e exigindo que o caminho seja olhar para fora e pensar no que é melhor, o mais adequado e o mais importante, a melhor visão para o seu negócio, a criação