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Licínio Neves Tavares de Almeida

Por Roberto Duailibi

08.12.09

Conheci o Licínio na Standard  da praça Roosevelt, quando ali trabalhavam o Julio Cosi, o Otto Stupakoff, o Ivan Meira, o Jefferson (José Ferreira Filho, para quem não sabe), o Milton Luz, o Renato Rosa e tantos outros, que se incluíam entre os melhores da propaganda brasileira.


O Licínio viera de Portugal - e trazia consigo uma forte educação histórica.


Achava que eu era mouro - e, ao me ver, sempre esperava que soltasse o grito de guerra dos árabes "Allah-U-Akbar!", o que lhe dava a oportunidade de responder como as tropas portuguesas: "Por Santiago e o Rei Afonso!"


No fundo, era um pouco a batalha entre a redação e a direção de arte, mas que resultava sempre em grandes anúncios e campanhas.

O bom gosto do Licínio e o extremo cuidado com a execução - eram legendárias sua minuciosa escolha dos espaços, das cores, das fontes, do casting, da foto, da sequência, em caso de comerciais - permitiu que criássemos peças memoráveis para a Rhodia, para a Sadia, para as revistas Bloch, para a Editora Abril.

Depois, Licínio resolveu dedicar-se só à pintura e perdemos contato. Agora, só posso dizer a ele "Por Santiago e o Rei Afonso, amigo!"


Roberto Duailibi / DPZ


Leia anterior sobre Licínio de Almeida, que faleceu na última sexta-feira, 4, aqui.


 Comentários


Marcello Serpa - Uma grande perda. Era um dos grandes diretores de arte que construiram a história da propaganda brasileira. E como a maçã nunca cai longe da àrvore, o Rodrigão se tornou o diretor de arte maravilhoso que é. Sinto muito. Marcello

Licínio Neves Tavares de Almeida

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