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Agências e investimentos em public. mantidos
O Grupo Pão de Açúcar e as Casas Bahia, como já dissemos, fecharam acordo de associação na manhã desta sexta-feira, 4 (leia aqui).
A fusão prevê integrar as operações de Ponto Frio (Globex), Casas Bahia e Extra Eletro e precisa ser aprovada pelos acionistas e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A nova varejista de móveis e eletrodomésticos nasce com 1.015 lojas, estrutura de 68 mil funcionários e patrimônio avaliado em R$ 3,8 bilhões. Pão de Açúcar vai deter 51% de participação e Casas Bahia, 49%.
Conforme o acordo, Casas Bahia será dividia em duas subsidiárias: a primeira terá os imóveis de propriedade da empresa (R$ 2 bilhões), 75% da fabricante de móveis Bartira (R$ 240 milhões), parcela da carteira de crédito (R$ 1,067 bilhões) e outros ativos de R$ 200 milhões. Além da transferência de uma dívida de R$ 950 milhões para a nova empresa. A família Klein ficará com essa subsidiária.
A segunda, temporariamente chamada de "Nova Casas Bahia", terá o débito, os ativos operacionais, 25% da Bartira, contratos de locação e de fornecimento de móveis.
Essa subsidirária se juntará aos ativos de Ponto Frio e Extra Eletro para o nascimento da nova companhia.
Raphael Klein deverá ocupar o cargo de CEO da rede varejista. Jorge Herzog e Roberto Fulcherberguer serão vice-presidentes.
O conselho administrativo da nova empresa contará com quatro representantes de Casas Bahia, incluindo o presidente Michael Klein, e cinco representantes do Grupo Pão de Açúcar.
Abílio Diniz, presidente do conselho de Administração do Grupo Pão de Açúcar, disse que, inicialmente, as marcas Casas Bahia, Ponto Frio e Extra Eletro serão mantidas.
"Nesse mercado, o consumidor acha conveniente pesquisar bastante os preços, por isso, às vezes, há duas lojas da mesma marca numa mesma rua ou num mesmo shopping. Assim sendo, em geral não haverá problemas em termos uma loja das Casas Bahia ao lado de outra do Ponto Frio", explica. "No entanto, temos que avaliar caso a caso. Se houver overlapping, podemos fechar uma ou outra loja", admite.
Diniz detalha ainda que a marca Casas Bahia manterá seu posicionamento voltado às classes sociais C, D, e E e o Ponto Frio, terá foco nos segmentos A e B. "Vamos usar as marcas, conforme pesquisas sobre o perfil de cliente em cada ponto-de-venda", afirma.
Michael Klein, presidente do conselho adminsitrativo da nova empresa, complementa dizendo que, em alguns casos, um ponto de venda das Casas Bahia próximo a outro do Ponto Frio poderá se tornar uma única loja, mantendo a marca mais adequada à região. "A unificação de dois imóveis também é uma possibildiade para alguns PDVs", cita.
Raphael Klein, CEO da nova empresa, declara que os investimentos previstos para publicidade, tanto de Casas Bahia quanto de Ponto Frio, se mantêm.
Casas Bahia segue investindo 3% de seu faturamento em publicidade e Ponto Frio manterá a verba. "Claro que vamos procurar alguma sinergia, vamos avaliar posicionamento de marca, mas, inicialmente, as verbas ficam mantidas e as agências também", observa.
O acordo entre Grupo Pão de Açúcar e Casas Bahia não seria divulgado esta semana. A reviravolta se deu em função de vazamento de informações, o que gerou disparo das ações da Globex em 35% na última quinta-feira. O caso já está sendo investigado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
Tanto foi de última hora, que Abílio Diniz teve de voltar às pressas de Salvador, de onde embarcaria para a Europa, para assinar contrato com Michael Klein às 6h30 da manhã desta sexta-feira.
Já Michael Klein, estava com agenda fechada no Rio de Janeiro, onde será inaugurada nesta sexta a Super Casas Bahia, e teve que adiar por algumas horas seu embarque.
Durante coletiva de imprensa que começou às 11h da manhã desta sexta, na sede do Grupo Pão de Açúcar, o clima era caótico, já que nada havia sido organizado previamente. Investidores enviavam perguntas, sem parar, em detrimento dos próprios jornalistas. Michael Klein insistia em encerrar o encontro para poder embarcar para o Rio. Também se preocupava em deixar claro que o acordo era de fusão e não de aquisição. Contudo, o Grupo Pão de Açúcar tem 51% de participação no negócio e um membro a mais no conselho.
Abílio Diniz disse que fusão é fruto de excelente oportunidade que surgiu. Ele pretende estar presente em todos os municípios do país e quer que em todos os lares haja produtos comprados em uma das lojas do Grupo.
O Grupo P.A. deve passar a faturar R$ 40 bilhões por ano. É agora a quarta maior empresa do país, perdendo apenas para Petrobras, Vale e Gerdau.
Leia anterior sobre assunto aqui.