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Mesma idéia

Loducca e França falam sobre coincidências criativas

29.06.06

Os publicitários Celso Loducca e Waldemar França acabam de ser ouvidos pelo Clubeonline sobre coincidências de idéias criativas na publicidade e, em especial, sobre o Leão de Bronze conquistado pela Loducca para o cliente Brilha Fácil, na edição 2006 do Festival de Cannes. Uma das peças é muito semelhante a outra criada pela antiga SMP&B, de Minas Gerais, em 2004 (leia nota anterior, aqui)

França, que agora atua na JBis Propaganda, também mineira, argumenta que, com tanta informação disponível aos criativos, é difícil considerar que tenha havido uma coincidência.

"Todos que trabalham em criação têm o mesmo costume, 'comemos' os Anuários, recebemos via internet vários lançamentos de filmes e campanhas internacionais, enfim, estamos todos muito bem informados do que acontece", declara o publicitário.


No entanto, França diz que não vai tomar nenhuma providência contra a Loducca. "Nós já ganhamos o Leão moral", considera. "O fato também demonstra que a criação em Minas Gerais é de ótima qualidade e que, a despeito dos 'negócios' da SMP&B, o pessoal de propaganda sempre trabalhou sério e nunca teve nada a ver com isso".

O criativo, que fazia dupla com Dan Zecchinelli (hoje na mineira RC), afirma que a peça criada para Cera Ingleza foi inscrita em Cannes em 2005 e não pegou nem short list. "Acho que é o momento de se repensar os festivais, está virando o samba do crioulo doido", opina França. "Isso sem contar inúmeras premiações picaretas, caça-níqueis, que estão se espalhando por aí", analisa o profissional.


Já Celso Loducca, sócio e diretor de criação da Loducca, observa que ficou sabendo da história pela imprensa. "Seria muita falta de inteligência copiar uma idéia", ressalta. "Quem iria correr o risco de fazer uma sacanagem e ser desmascarado depois?", questiona, destacando que seu trabalho de 22 anos no mercado publicitário e 11 anos de agência demonstram uma postura séria e ética.


O profissional ainda argumenta que existem coisas semelhantes por todos os lados. "Meu pressuposto é de que quando existem situações parecidas, briefings próximos, as idéias podem ser bastante semelhantes", diz. "Não faz parte da história da agência, nem da história da publicidade brasileira ficar procurando por idéias premiadas. Isso seria muita falta de inteligência".


Para Loducca, não há erro por parte da agência em não conhecer a peça de Cera Ingleza. "Não temos como conhecer todos os trabalhos publicitários, mesmo que premiados", afirma.


Com relação ao fato da peça para Brilho Fácil ter sido premiada e a de Cera Ingleza nem ter pego short list em 2005, Loducca acredita que cada festival tem suas peculiaridades.

"A cada ano, existem categorias com concorrentes mais fortes, mais fracos, é como a Copa do Mundo", compara o publicitário. "Claro que existem os critérios pessoais de cada jurado. Existem peças ótimas que não pegam nem short list e outras não tão boas que são premiadas, mas isso não desqualifica a premiação", pondera Loducca.


Valéria Campos

Comentários

henrique - poxa, e quem iria desqualificar uma premiação que lhe deu prêmio? quem iria admitir que sabia da peça original? NINGUÉM, CLARO! ouvir da boca de um profissional respeitado que "não temos como conhecer todos os trabalhos publicitários, mesmo que premiados", é ter a certeza que entrar na agência dele é bem fácil, é só montar uma pasta com peças premiadas, a chance dele nunca ter visto é enorme. Pior: a chance de NINGUÉM em toda a equipe dele ter visto é ESTUPIDAMENTE ENORME.
henrique@mail.com


júlio - semelhança? coincidência? o mesmo produto, a mesma idéia, quase a mesma peça, isso não tem outro nome senão CHUPADA ou PLÁGIO. "não sabia"? ninguém na agência sabia??? ninguém mesmo? Isso também tem nome: irresponsabilidade, pra ser educado. quero saber é se a loducca terá a delicadeza de entregar o premio ao seu devido e merecido dono. e uma peça não ficar nem short list num ano e no outro ganhar DESPRESTIGIA A PREMIAÇÃO SIM! juliofalcao@mail.com

Felipe Cavalcante - sinceramente é muito difícil acreditar que uma agência do porte e da seriedade da Loducca se sujeite a este papel de plagiadora deliberadamente. mas que isso é esquisito é.
felipe@tponline.com.br


Francisco - Ô louco, que coisa não? frpr_contato@gmail.com


luis - DC: "sua pasta é boa, mas muitas idéias já foram feitas e até premiadas..." candidato a estágio: "mas eu não sabia que essa idéia já tinha sido feita..." DC: "não importa, se não pode comprar todos os anuários, arrume um jeito de vê-los! vá no Clube de Criação de SP e olhe e estude tudo por lá, senão você vai se queimar. o mercado não perdoa erro por omissão" Será? luis@mail.com


Ana Margarida - Parabéns pela apuração. Só faltou avisar ao senhor Celso Loducca que o Waldemar mostrou o portifólio na agência dele. Mostrou o portifólio. Não tem coincidência. anamargaridabh@hotmail.com 


Priscila - Que é estranho, é sim. Mas acho q nao podemos afirmar categoricamente que foi plágio. Lembrem q recentemente aconteceu o mesmo com Antarctica e Oi, com os comerciais tendo como mote o SONHO (PESADELO); e Tam e Itaú, tendo como mote o tapete. Não foi plagio, foram veiculados, por sorte das agencias envolvidas, na mesma época. provando, por fim, que coincidencia pode acontecer, sim. priscilanba@ig.com.br

Alex -  Ñ que tenha sido plágio, porém que foi uma bola fora por falta de informação que não pode acontecer de forma alguma com um publicitário. Só acho que se tivesse assumido erro como a Almap fez com o Space Fox o assunto estava acabado. Agora dizer que não sabia e pronto causa uma desconfiança sobre uma agência que a idoneidade sempre foi um dos fatores chaves do sucesso. alexsander.marques@gmail.com


 Cláudia La Bella - A questão não é que a mesma idéia foi usada. O mesmo "tudo" está igual. Conceito, cenário, tudo. Pra mim é plágio sim. E realmente a premiação tem que ser repensada. claudialb@ubbi.com.br


 

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