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Na França

Citroën comemora 60 anos do 2CV

06.05.08

A Citroën e a Cité des Sciences et de l’industrie, na França, se associaram para celebrar, em exposição histórica, em Paris, os 60 anos do 2 CV.

Denominada “2 CV Expo Show – O essencial na essência”, a exposição terá duração de aproximadamente oito meses, com previsão de encerramento em 30 de novembro.


Simples e ao mesmo tempo inovador, o “dedeuche”, como é carinhosamente chamado em seu país natal, ou “dechevô” (pronúncia de 2 CV, em francês), foi um dos responsáveis pela motorização da França no pós-Segunda Guerra Mundial.

Era um carro barato, resistente e prático.

A homenagem quer realçar, sobretudo, o espírito vanguardista do Citroën 2 CV.

Em texto, a montadora diz: "Este é um espírito profundamente cravado nos genes da Citroën, tal como pode-se verificar com o recente concept car C Cactus. Estes dois modelos, 2 CV e C-Cactus, representam duas épocas com desafios sociais, econômicos e ambientais muito diferentes, mas compartilham uma mesma preocupação: fazer mais com menos. Ambos foram concebidos para otimizar a quantidade de peças, o peso, o consumo e o preço, permitindo propor um veículo acessível à grande maioria e concentrado em valores essenciais como qualidade, estilo e habitabilidade".

Na época, o Citroën 2 CV foi projetado para “atravessar um campo arado com uma cesta de ovos colocada na poltrona, sem quebrá-los”.


No dia 7 de outubro de 1948, o mundo conheceria, nos salões do Grand Palais, em Paris, um dos maiores ícones automotivos do mundo. O projeto do 2CV havia nascido bem antes, em 1936, quando Pierre-Jules Boulanger, diretor da Citroën, determinou a criação de um novo modelo de entrada, em projeto batizado de TPV (Toute Petite Voiture, ou Veículo Todo Pequeno) e confiado à equipe do engenheiro André Lefebvre.

Em 1937, o primeiro protótipo operacional começou a rodar e o lançamento do carro, marcado para o Salão de Paris de 1939, foi adiado por conta da Segunda Guerra Mundial.

A primeira 'fornada' do 2CV, com 200 unidades, que seria lançada no Salão foi, segundo reza a lenda, toda destruída logo após a declaração de Guerra. Apenas 4 exemplares teriam sobrevivido, por terem sido secretamente escondidos.


Não é nada raro, ainda hoje em dia, cruzar com um 2 CV nas estradas européias ou sul-americanas − o modelo foi fabricado (e vendido em grandes quantidades) na Argentina.

Em abril de 1976, a Citroën lançou o 2 CV Spot (com 1.800 exemplares produzidos), primeiro de algumas séries limitadas. Em março de 1985, veio o 2 CV Dolly e, em outubro de 1990, o 2 CV Charleston, com carroceria bicolor.

De carro-ferramenta, o 2 CV foi se transformando em carro para jovens e mulheres.

Características de origem: motor de 375 cm³ de 2 cilindros em posição horizontal, refrigerado com ar que permitia chegar a 60 km/h; caixa de câmbio de três marchas + uma sobre-multiplicada; suspensão com grande curso. Entre alguns detalhes divertidos, limpador de pára-brisa acionado pelo cabo do velocímetro! O 2 CV rodava de 20 a 25 km com um litro de gasolina. 


Mede-se a popularidade do 2 CV pela variedade de apelidos pelos quais ele é ou foi chamado: além de “Dedeuche”, que já citamos, “Deux-pattes” (Duas patas) e “Deuche”.

Ele também foi chamado de “Quatro rodas debaixo de um guarda-chuva” e de “Guarda-chuva de quatro rodas”. Outros apelidos foram “Eterno” e “Pulador” (termo usado logo depois da Guerra para destacar o fato de suas rodas se agitarem muito dentro dos pára-lamas).

Mais apelidos: “Patinho Feio”, “Cocoricó” (porque ele reproduzia o canto do galo quando se dava a partida) ou “salta-bancos de neve” (ele andava muito "à vontade" na neve).

Os alemães e os holandeses apelidaram o 2 CV de “Pato”. Em Flandres, ele era chamado de “Cabrita” (também pelo barulho do motor quando se dá a partida). Ele era “Camelo de aço” na África setentrional, “Two ci-vi” no continente norte-americano e “Rättisitikka”, na Finlândia − a tradução é “o carro do catador de papelão”.

Nada menos do que 5.114.940 unidades do 2CV foram produzidas entre 1948 e 1990 (3.872.583 dos modelos básicos e 1.246.306 de uma versão tipo caminhonete, lançada em 1951). O último carro produzido saiu de fábrica da Citroën em Portugal.


 

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