arrow_backVoltar

Nos EUA

Virgin dá lugar a Forever 21

20.04.09

A emblemática rede de CDs Virgin deixa a Times Square e, em seu lugar, surgirá a loja de um coreano que lê a Bíblia e vende roupa a centavos.


Do-Won Chang reza todos os dias, pela manhã e à noite. O capítulo que mais gosta de ler na Bíblia é João 3, versículo 16. O texto fala em vida eterna e na salvação do mundo pelas mãos do filho de Deus, Jesus Cristo.

Mas Chang nada tem de um pregador religioso. Subiu na vida vendendo roupas "made in China" fabricadas por mão de obra infantil e, em vez de descansar no sétimo dia, trabalha (e coloca os empregados para trabalhar) todos os domingos no comércio de Nova York.

A dura lida lhe rendeu fortuna. Chang se tornou um dos homens mais ricos do varejo de vestuário nos EUA. Em duas décadas e meia, ele e a sua mulher, Jin-Sook, criaram o templo da moda a centavos Forever 21, com 360 lojas, itens a partir de US$ 3,99 e receita anual em US$ 1,8 bilhão. "Nós somos o sonho americano", disse o homem devoto numa rara entrevista ao Los Angeles Times, em 2008.


Agora, num movimento surpreendente, o casal de coreanos tornou-se proprietário do imóvel de 5,5 mil metros quadrados na Time Square, em Nova York, onde funcionava a Virgin Megastore, o maior símbolo do varejo musical do planeta.

Desde a madrugada do dia 30 de março, a loja localizada entre as ruas 45 e 46, na Broadway, não existe mais. No lugar do logotipo em néon vermelho e letras garrafais, surgirá o emblema minimalista da Forever 21, de aço fundido, quase imperceptível.

O império da música foi criado nos anos 70 pelo empresário Richard Branson e há dois anos foi vendido por ele para dois grupos de investidores, Related Companies e Vornado Realty Trust. Depois da megastore, outras cinco lojas da rede que ainda existentes nos EUA devem desaparecer até setembro. Pode errar feio aquele que apontar o dedo para a crise global na busca por culpados pelo fim da Virgin.


Leia anterior sobre a Virgin aqui.


Leia sobre Virgin Money, aqui.


 Leia matéria da IstoÉ Dinheiro, na íntegra e com imagens, aqui.

Nos EUA

/