Nota de Falecimento

O sambista Nelson Sargento, presidente de honra da Estação Primeira de Mangueira, morreu na manhã desta quinta-feira (27), aos 96 anos, em decorrência da Covid-19. Ele estava internado no Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Rio de Janeiro, desde a semana passada.

Nascido em 25 de julho de 1924, o carioca Nelson Mattos, apelidado Nelson Sargento por ter passado pelo Exército, foi compositor, cantor, artista plástico, ator, escritor, além de pesquisador.

Em 1955, com 31 anos de idade, compôs, com Alfredo Português, o samba-enredo "Primavera". Nos anos 1960, fez parte do grupo A Voz do Morro, juntamente com Paulinho da Viola, Zé Kéti, Elton Medeiros, Jair do Cavaquinho, José da Cruz e Anescarzinho.

Entre os sambas de sua autoria estão "Agoniza, mas não morre", "Encanto da paisagem", "Falso amor sincero" e "Acabou meu sossego". Sargento compôs em parceria com nomes como Cartola, Darcy da Mangueira, Daniel Gonzaga e Rô Fonseca.

O Clube de Criação lançou o álbum "Inéditas - Nelson Sargento" (ouça aqui), como parte do Projeto Preservação da Música Popular (iniciado em 1988). Criada por Sylvio Lima, a iniciativa tinha como objetivo preservar a autêntica MPB e homenagear seus compositores. Da série intitulada “Samba”, foram apresentados também discos de Guilherme de Brito e Monarco (leia aqui).

Sargento é autor dos livros "Prisioneiro do Mundo" e "Um certo Geraldo Pereira".

No cinema, atuou em "O Primeiro Dia" (de Walter Salles e Daniela Thomas), "Orfeu" (de Cacá Diegues) e "Nélson Sargento da Mangueira" (de Estêvão Pantoja).