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Nova Coluna

Criar com saúde, com o Dr. André Reis

16.07.08

Olá. Meu nome é André Fernandes Reis. Sou médico especializado em Endocrinologia e Diabetologia, professor de pós-graduação da UNIFESP (Escola Paulista de Medicina), com  pós-doutorado em Diabetes pelo INSERM, na França, Paris.

Fui convidado pela editora do Clubeonline, Laís Prado, para coordenar um espaço dedicado à discussão de temas relacionados a saúde. 

Nossa proposta é oferecer um tema por mês, em formato de perguntas e respostas, sempre com assuntos que estão relacionados diretamente com o bem estar, a saúde e a prevenção das doenças.

Assim, serão discutidos tópicos de questões médicas que interessem diretamente aos profissionais da área de criação, tais como diabetes, doenças cardiovasculares, estresse, sedentarismo, depressão, obesidade, síndrome metabólica, elevação do colesterol e tabagismo, dentre outros.

Terei a colaboração freqüente de colegas de grande prestígio no meio médico, inseridos no meio universitário.

Esperamos assim auxiliar na manutenção da saúde de vocês para que possam continuar nos oferecendo suas  brilhantes campanhas e criações.


Tenho a intenção de privilegiar temas relacionados à prevenção de doenças, que sejam muito prevalentes em nosso meio, sobretudo em indivíduos com o perfil dos leitores deste site.

Neste sentido, selecionei como tema inaugural, a discussão do pré-diabetes, que afeta cerca de 25% da população adulta, sendo uma condição muito atual e com grande capacidade de receber tratamento e intervenção para evitar sua progressão ao diabetes.


 Tema de julho: Saiba como identificar e tratar o pré-diabetes.
 
O que é o pré-diabetes?


A definição de pré-diabetes deve identificar, como o termo sugere, aqueles indivíduos com risco potencial de desenvolvimento do diabetes. É uma condição intermediária entre a normalidade e o diabetes tipo 2 , do adulto.  Nem todos os indivíduos com pré-diabetes evoluirão para diabetes, mas são considerados de risco para esta progressão. Tem grande importância médica por se tratar de condição muito comum (cerca de 25% dos adultos) e por ser uma situação facilmente identificável, com grande potencial de receber abordagens médicas preventivas que evitam sua evolução para a doença diabetes. 


 Como se define pré-diabetes?


A melhor forma de identificação dos indivíduos com pré-diabetes é a dosagem da glicemia. A definição laboratorial de pré-diabetes é baseada na glicemia de jejum (mínimo de 8 horas) situada entre 100 até 125 mg/dl, E/OU um valor de glicemia na segunda hora do teste de sobrecarga oral a glicose (também chamado de curva glicêmica) que esteja entre 141-199 mg/dl (classificados também como intolerantes à glicose).


 É possível evitar ou retardar o advento do diabetes?


Sim. Estudos recentes de intervenção demonstraram que modificações no estilo de vida, tais como redução do peso da ordem de 5-7% (naqueles indivíduos com excesso), atividade física regular (150 min por semana, ou 30 min por dia), têm forte efeito para no mínimo retardar o advento do diabetes. Nestes estudos,  estas medidas reduziram a taxa de novos casos de diabetes em mais de 50% no período que variou de 2 a perto de 5 anos de acompanhamento. Além disto, estas mudanças de hábito de vida são benéficas para o estado de saúde geral, promovendo menor risco de outras doenças, especialmente cardiovasculares. Alguns destes estudos sugeriram que o uso de algumas medicações (como a metformina) pode também ser protetor ao desenvolvimento do diabetes. É importante salientar que estas orientações de mudança de hábitos, e se for o caso, do uso de medicações em indivíduos com pré-diabetes, devem ser realizadas pelo médico, individualizadas para cada caso.  


 Quem são as pessoas de risco para ter pré-diabetes?

 Alguns fatores são considerados de risco tanto para diabetes quanto para pré-diabetes. Idade maior que 45 anos, excesso de peso, obesidade do tipo masculina (concentrada na cintura) sedentarismo, hipertensão arterial, alterações no colesterol e triglicérides sanguíneos, nas mulheres que geraram filho com mais de 4 kg, ou nas que sejam portadoras de Síndrome dos Ovários policísticos. Nestes casos, preconiza-se a realização da dosagem de glicemia de jejum, ou a realização do teste oral de sobrecarga com glicose, para possível detecção de pré-diabetes ou mesmo diabetes.


 O pré-diabetes já é uma doença e já está associado com problemas de sáude?


O pré-diabetes não é uma doença em si, mas segundo consensos atuais ele (esta leve alteração da taxa de glicose) pode estar associado a risco de doenças cardiovasculares. É uma condição que não deve ser negligenciada e merece acompanhamento médico.


 Conclusões
 
Existem fortes evidências de que o diabetes tipo 2 pode ser prevenido ou ter seu início retardado. Os indivíduos com risco para desenvolver diabetes, ou seja, aqueles com pré-diabetes, podem ser facilmente identificados. Alterações no estilo de vida, especialmente redução moderada do peso e aumento da atividade física são indicadas, além de promoverem efeito positivo adicional na saúde como um todo.


Dr. André F. Reis


Endocrinologista e Diabetologista da UNIFESP - Escola Paulista de Medicina


Especialização em Diabetes pelo INSERM-Paris


Dúvidas ou observações podem ser enviadas por meio do campo Comente esta Notícia, acima, ou para o email andrefreis@terra.com.br.


 Obs: O logo desta coluna foi gentilmente criado por Riga, designer e diretor de criação da  Vetor/ Lobo Print.


 Comentários

Adriana - Parabéns pela matéria e pela iniciativa.


geraldo - Excelente idéia. Uma maneira extremamente saudável de colocar na cabeça do publicitário de que também é muito importante criar condições para se cuidar melhor e viber bem!


André Barreiros -  Genial, Laís. Mais uma vez você deu motivo para o Clube Online ser um dos sites de propaganda mais bem aceitos do meio publicitário.


Talitha Benevenuto - Parabéns ao CCSP pela iniciativa da coluna e ao Dr. André que tratou o assunto de forma clara, direta e objetiva. É importante lembrar que nossa profissão entra aquelas que coloca o profissional sobre maior risco de stress.


Marcio Ramos - Um grande serviço prestado por vocês. Não podemos deixar nossa saúde em no rodapé (ali em baixo esquecidinha), mas sim em destaque como um belo página dupla. Um grande abraço.


sergio faria - Sugiro, como próxima abordagem, o estresse dos 'explorados' da criação -- que, dependendo de quem tenham como patrão, não curtem fim de semana, feriado, madrugas de sono nem férias, sendo mantidos em regime de terror e assédio moral, ouvindo xingamentos constantes e tendo seus layouts rasgados na cara.


laura - Dr. André, um pedido. O sr. me indicaria um bom endocrino aqui na região de Pinheiros (SP)? Preciso muito, mas tem que ser perto do meu trabalho e não sei a quem recorrer. Obrigada!
 
Cíntia H. - Dr. André, tudo bem? Uma pergunta de publicitária que trabalhou muito e não viu o tempo passar. Hoje tenho 45 anos, não acredito, mas tenho. Só que não tive filhos. A pergunta: nesta faixa ainda é possível congelar um óvulo pensando em engravidar um pouco mais adiante? Não me acho com cara nem pique dessa idade. Deveria ter feito isso há 15 anos, eu sei. Mas nem sabia dessa possibilidade. Soube ha pouco. Abs. Obrigada pela atenção.


Sophie - Uma sugestão de tema para uma das próximas: tireóide em parafuso. Nossa, toda mulher que eu conheço toma o tal hormoniozinho da tireoide diariamente. Acho que é a doença do século para a mulherada. E certamente tem a ver com o stress e a pressão que sofremos, ainda mais sendo publicitárias. As médicas também devem sofrer, reconheço. E a maior sacangem: ficamos doentes do tal hipotiroidismo e ainda engordamos com isso. Ou seja: é o fim dos tempos!


Respostas - Dr. André:


Olá Laura, Obrigado pela mensagem.  Existem vários colegas bons na região de Pinheiros. Caso  seja de seu interesse, entre em contato que terei o maior prazer em lhe ajudar: andrefreis@terra.com.br um abraço


Olá Cíntia, tudo bem?  Obrigado pela mensagem. Minha sugestão é você de procurar algum  colega especializado em tratamento de fertilidade para uma consulta que poderá leh orientar melhor !. Hoje sabemos que a ciência evolui muito neste campo e que existem vários recursos que podem ser indicados em casos individuais. Sem culpa e sem brigar com o tempo ! Caso seja de seu interesse, entre em contato que terei o maior prazer em lhe ajudar: andrefreis@terra.com.br um abraço


 Olá Sophie, tudo bem? Obrigado pela mensagem e pela sugestão. O tema sobre tiróide já está sendo elaborado por inúmeras demandas e pela alta prevalência. O título do tema poderia ser algo como: Tiróide: culpada ou inocente? um abraço


 

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