Acesso exclusivo para sócios corporativos

Ainda não é Sócio do Clube de Criação? Associe-se agora!
Acesso exclusivo para sócios corporativos
Ainda não é Sócio do Clube de Criação? Associe-se agora!
Washington mostra o Melhor dos Anuários
Filmes de Brastemp, Bombril, Olivetti, Vulcabrás e US Top ("Bonita camisa, Fernandinho"), entre outros clássicos da propaganda brasileira, fizeram sucesso junto ao público que esteve na apresentação de Washington Olivetto, chairman da WMcCann, no Auditório Simon Bolivar, no Memorial da América Latina.
Dono do primeiro Leão de Ouro brasileiro em Cannes, Olivetto reuniu os melhores filmes dos 37 anos de Anuário de Clube de Criação de São Paulo e contou que selecionou material de quatro horas com o que considera "a nata" dos filmes publicitários brasileiros nestes quase 40 anos. Na palestra, cortou o material e selecionou aqueles trabalhos que, em comum, têm "grandes roteiros simples e belos textos", segundo ele, que afirmou acreditar que justamente o que falta neste momento na propaganda mundial é "recuperar a qualidade do texto e do redator."
Antes de começar a apresentar os comerciais, ele contou um "causo". Um professor da PUC do Rio de Janeiro, que está escrevendo sobre seu trabalho de criação, disse que "ele é considerado o cara que mais lançou gente nova no mercado publicitário". E perguntou a que ele creditava isso. Washington respondeu que foi por conta de ter começado muito jovem, com 19 anos. Mas o professor insistiu: "qual o truque para descobrir um jovem talento?". Olivetto respondeu que não tinha mágica, mas que para encontrar um jovem redator um dos critérios é escolher um "rapaz bem feinho, de familia de classe média baixa, que tem namoradas bonitas e endinheiradas. Se ele consegue isso, é porque ele deve ser muito bom com as palavras."
Para Washington, um "grande redator olha a publicidade, sim, mas também sabe olhar a vida."
Entre os comerciais eleitos pelo publicitário está um filme de Vulcabrás 752, no qual um homem não queria tirar seus sapatos para comer em um restaurante japonês - "em uma época em que esse tipo de culinária ainda nem era moda em São Paulo", destacou.
Mostrou ainda o comercial que foi o primeiro Leão de Ouro da propaganda brasileira, em 1973, criado para o Conselho Nacional de Propaganda. "Mais importante que ter faturado Leão, esse comercial gerou a lei que proibia preconceito em relação a pessoas com mais de 40 anos". O comercial tem uma linguagem estética que busca no preto e branco credibilidade, ligada ao jornalismo, e também usa imagens granuladas. Na sequência, ele apresentou dois outros filmes para Folha de S.Paulo, que usam a mesma linguagem: "Hitler" e "Presidentes".
Washington selecionou ainda filmes de Bombril e falou que o primeiro comercial da marca usando o garoto-propaganda Carlinhos Moreno, de 1978, inaugurou linguagem publicitária mais coloquial, no Brasil, mostrando, em seguida, filmes da Caixa Econômica Federal e Brastemp, da série "Não é assim uma Brastemp", que segundo ele, trazem também textos "inteligentes e bastante coloquiais".
O publicitário observou que "há pouca quantidade de publicidade de varejo nos nossos Anuários". Na Inglaterra e nos EUA, comentou, há mais propaganda de varejo em destaque.
Nesta área, ele pinçou dois filmes de Fotoptica: um que trazem o slogan "Não troque de cara, troque de ótica", e outro que divulga uma promoção da empresa, na compra de uma armação, ganhavam-se as lentes. O comercial mostra uma mulher nua, mas "embaçada", com texto que diz que se o consumidor já tivesse aproveitado a promoção, a veria nitidamente.
"A grande ideia é o centro de tudo. Simplicidade é fundamental, seja na propaganda, seja na vida", declarou.
Para ele, o "mais completo" e o "mais premiado" de todos eles, reúne "um excelente trabalho de texto e imagem, de forma simples". Em seguida, apresentou o comercial "A Semana", criado para a revista Época.