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Apertem os copos, a saideira sumiu
Bom, de boteco eu posso falar, afinal são pelo menos 22 anos de frequência e olha que eu só tenho 27.
Não que eu beba desde os 5, mas sempre que meu pai dava uma passadinha no bar do Visgo ali no Ipiranga eu tava lá, tomando guaraná caçulinha, chutando tampinha e enxendo o saco dos mais velhos.
Esses anos da infância na calçada do boteco me deram experiência pra quando eu comecei a frequentar estabelecimentos por conta própria. Não posso deixar de mencionar o bar do Seu João, outra escola, um português daqueles, dono de bar também frenquentado por meu pai.
Comecei a tal vida adulta e com isso os costumes adultos aparecem e você passa a marcar uma cervejinha pra tudo.
Encontro da faculdade: no bar. Encontro do pessoal do handebol: no bar. Encontro com colegas de trabalho: no bar, isso sem falar dos amigos que encontramos quase todos os dias, advinha onde?
Ao longo desse tempo, uma cena corriqueira: pedíamos a conta e a saideira, pra mim isso é quase que automático. Porra, o Seu João que é o dono de boteco mais carrancudo que eu conheço dava saideira. E a saideira sempre vinha acompanhada de um volte sempre do garçom, de balinhas dentro da conta ou em forma de chopp garotinho, mas ela estava sempre lá, fidelizando os boêmios.
Claro, é uma fórmula simples, você agrada um cliente para ele não te esquecer e um dia (no caso do bar, amanhã) voltar. Nesse caso, o bom atendimento é a alma do negócio.
Mas de uns tempos pra cá tenho notado uma sisudez nos bares.
Os garçons nem sempre estão com aquele sorriso, o chopp nem sempre tá trincando, os preços nem sempre, quer dizer nunca, estão bons e a saideira se transformou em coisa do passado.
Isso sem falar nesse papo do colarinho. Pede um chopp sem colarinho pra você ver, eles fingem que não te ouvem e ainda trazem aquele copo de espuma derrubando tudo em cima da mesa.
O engraçado é que esse movimento "anti-saideira/mau-atendimento/eu tenho muitos cliente não preciso de você" aconteceu acompanhado do sumiço daquelas plaquinhas de antigamente que diziam: "Servir Bem Para Servir Sempre", "Obrigado, volte sempre", entre outras.
Onde será que foi parar o bom atendimento?
Rafael Carrieri
Redator J3P Propaganda
Comentários
Zé - Onde será que foram parar os bons textos do CCSP?
ricardo - Quê?
Caio - No mesmo planeta para onde vão os isqueiros e guarda-chuvas que semprem teimam em sumir.
Jo - muito bommm precisamos mesmo de mais atenção e cuidado o povo tá ficando ENXAQUECA demais...que voltem os bons tempos de bom humor!!! abrs e otemo seu texto!!!
Mirla - ah zé que feio detonar o cara só por ele nao ser de agencia famosa. achei leve e bom de ler. é isso aí ccsp dando voz nao apenas aos das grandes.
Cássio Melo - Essa questão do atendimento satisfatório (eu digo satisfatório pq o bom atendimento para mim é raro) é fruto de nossa acomodação. A nossa mania do "deixa pra lá". E ainda tem esse "senso comum" de acharem falta de educação não pagarmos 10% na conta. Falta de educação mesmo é cobrar, mesmo opcional, essa taxa que tanto me irrita e que faço questão de não pagar na maioria das vezes. Gostei do tema. Cássio Melo Redator
Marcelo Goularte - Precisamos de textos assim, descontraídos e que nos fazem lembrar que também somos consumidores. Valeu Carrieri/CCSP
Bruno - Cada vez mais raro, mesmo. Bom texto.
Miriam - Bom texto mesmo. Gostei!