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O Espaço é Seu 2

Os vizinhos dos Jardins de Monet

31.07.20

Quando eu ouço alguém falar que a grama do vizinho é mais verde, fico imaginando como seria ser o vizinho de um dos maiores pintores impressionistas de todos os tempos: Claude Monet.

Monet se encantou pela pequena comuna francesa de Giverny, por sua exuberância em elementos naturais. A luz e as flores exibiam cores e perfumes inigualáveis. Em 1883, ele se mudou para lá, onde morou por mais de 40 anos até morrer em 1926. Os Jardins de Giverny foram a obra-prima do pintor e inspiraram suas mais emblemáticas pinturas, de enorme importância para a história da arte moderna.

Eu imagino voltar no tempo, mais especificamente para 1883, e me coloco no lugar do vizinho de Monet. Após as boas-vindas e todas as gentilezas que envolvem receber um novo vizinho, sou curioso e me inteiro que Monet, além de exímio conhecedor das plantas é também um grande pintor. A propriedade alugada pelo meu novo vizinho tem um lago, onde ele construiu um jardim aquático. Ele me diz que adora a água e o reflexo das luzes e das nuvens, mas também ama as flores. Monet tem um enorme orgulho dos seus jardins aquáticos e recebe com frequência seus convidados ali para que fiquem por horas contemplando toda a sua beleza.

Monet semeou mais de 1.800 variedades de flores e vegetais, que dividem o mesmo espaço harmonicamente, e foi em Giverny que ele concebeu uma das mais lindas obras de arte composta por mais de 300 pinturas, as Nymphéas, que hoje estão expostas numa sala especial na L'orangerie, em Paris.

Como sou o vizinho de Monet, noto que a grama dele é realmente mais verde. E esse fato não me desperta a inveja do provérbio, ao contrário! Tenho admiração e orgulho pelo meu vizinho, pois Monet me presenteou com um novo modo de ver o mundo, e isso me transformou.

Em 2019, houve a eleição para presidência do Clube de Criação e Joanna Monteiro foi eleita. Foi uma eleição diferente dos outros anos, pois tivemos duas chapas concorrendo à liderança do Clube. Eu era o candidato adversário. Vejo com alegria que a minha vizinha Joanna está fazendo um trabalho primoroso junto com nossos outros vizinhos: Keka, Theo, Laurinha e muitos outros. Em pouco menos de um ano de trabalho, mesmo com todas as dificuldades impostas pela pandemia do Covid-19, vejo o Clube ativo, com voz própria e florescendo de modo consistente.

Fica claro para mim que as duas chapas que disputaram as eleições de 2019 tinham o mesmo objetivo: fazer do Clube um espaço aberto, inclusivo e transformador. Afinal, toda a inclusão gera transformação.

Eu não sou vizinho do Monet, mas sou vizinho desses grandes profissionais que estão fazendo do Clube de Criação um jardim com muitas cores, texturas, perfumes e sabores. Torço para que eles perpetuem essa transformação.

Se você leitor quiser visitar os Jardins de Claude Monet, ficam na 109 Rue Claude Monet Giverny, na Normandia.

Porém, assim que a pandemia acabar, não deixem de visitar o Clube de Criação, na R. Itamirindiba, 3 - Pinheiros, São Paulo. Tem um belo jardim ao lado da sede.

Sergio Mugnaini, diretor executivo de criação da DPZ&T

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