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O espaço é seu

Propaganda-Propaganda (por Otávio Mello)

08.04.19

Propaganda-Propaganda.


Quando a DM9 adotou esse slogan, em 2017, foi crucificada por meio milhão de publicitários. Quase todos achando que aquilo era ultrapassado, principalmente numa época em que, para uma ideia ser considerada boa pelo mercado, precisa ter pirotecnia envolvida. E aí bastou a agência "acabar", sendo absorvida pela Sunset, que a tese foi comprovada. 


Voltando para 2019, semana passada fomos impactados por dois posts que viralizaram por todo o país. Eram peças simples, com foto de produto e título. Não eram campanhas integradas, não tinha IA, nem ao menos um arraste pra cima. E, ainda assim, foram as mais compartilhadas e comentadas em muitos meses, quem sabe anos, no Brasil.


E o que McDonald´s e Rio Carioca nos ensinam, então?


Em meio a uma enxurrada de campanhas multiplataforma, a criatividade, pura e simples, derrubou algumas certezas. No dia que os anúncios foram feitos, ouvi comentários interessantes de amigos do mercado: "Achei uma merda". "Não colocaria na minha pasta". "Trocadilho". E, um dia depois, as campanhas estavam sendo recebidas em todos os grupos de Whatsapp da família, do trabalho e da putaria.


Nada contra a pirotecnia (nem contra a putaria). Muito pelo contrário. Até porque é bem mais difícil chegar a uma ideia que traga inovação e novos recursos digitais na sua forma. Mas quantas delas nos lembramos de pronto nos últimos três anos? Eu não tenho dúvidas que muitas são efetivas. Que dão resultado. Que vendem. E que ganham Leões. Mas, de novo, quantas foram compartilhadas pela sua mãe ou pelo seu professor de inglês? 


Os meios mudam, as tecnologias evoluem, mas uma coisa continua exatamente igual: a criatividade. E, quando ela não está presente, não adianta usar a realidade aumentada para aumentar uma experiência absolutamente chata. 


O povo gosta mais de putaria do que de pirotecnia.



Por Otávio Mello - Supervisor de Criação da Oslo Digital

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