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Metaverso e NFTs morreram? (Geraldo Garcia)
O mercado mundial é constantemente impactado por novidades tecnológicas, que surgem como alternativas para acelerar o processo de transformação digital dos mais diversos negócios.
Nos últimos 10 anos, acompanhamos o surgimento de várias inovações, entre redes sociais, dispositivos móveis e outras tecnologias, que se tornaram assuntos mainstream. Muitas dessas inovações, porém, não tiveram seu potencial plenamente explorado e acabaram caindo no esquecimento como algo passageiro, desenvolvido apenas para gerar burburinho no mercado.
Esse movimento, por mais bobo e corriqueiro que possa parecer, segue criando um abismo entre a união estratégica do físico com o digital.
Dois exemplos claros que comprovam essa teoria de que parte do mercado só surfa na onda dessas novidades enquanto estão em alta são o metaverso e as NFTs. Ambas as tecnologias ganharam destaque mundial entre 2020 e 2022, com diversas discussões sobre como poderiam ser usadas em estratégias de comunicação. No entanto, toda abordagem que as trazia como protagonistas, ou que pelo menos tinha esse objetivo, era feita de forma superficial, sem um aprofundamento que considerasse o retorno a longo prazo que o uso desses universos digitais e dos tokens poderia oferecer no crescimento dos negócios.
Se hoje realizarmos uma pesquisa com a grande massa, para entender como enxergam o potencial do metaverso e das NFTs, é bem provável que mais da metade dos respondentes nem saiba que eles ainda existem e que podem ser ferramentas estratégicas eficazes para conectar marcas com seus consumidores.
Durante o período em que o metaverso estourou no mercado vimos surgir uma grande onda de avatares de "celebridades" como Sabrina Sato, Nina Silva e Deborah Secco, que visavam trazer essas personas digitais como "criadoras" de conteúdo nas redes. O movimento, que seguia a mesma estratégia adotada pelo Magazine Luiza com a Lu, há anos, foi bem explorado à época. No entanto, hoje, devido à alta quantidade de "influenciadores" virtuais, apenas alguns seguem exercendo seu papel como "influenciadores".
Seguindo nessa mesma linha, mas mostrando como o metaverso foi, e ainda é, usado para criar experiências assertivas para o público, temos os astros da música internacional que começaram a firmar parcerias com jogos de grande popularidade mundial, para terem personagens dentro do universo desses games.
Lady Gaga, Ariana Grande, Anitta, Travis Scott, J Balvin e Alok são apenas alguns dos nomes que contam com skins jogáveis dentro do Fortnite. Além de trazerem características e looks icônicos, conhecidos pelo público, que são compráveis, esses mesmos personagens realizam shows dentro do metaverso do jogo, onde performam canções amadas pelo público e que fazem parte de suas respectivas carreiras.
Já as NFTs têm um alto potencial para serem usadas como ativos que criam jornadas de comunicação e experiências para o público. A última turnê do grupo mexicano RBD, que rodou o mundo somando mais de 50 apresentações, teve NFTs comercializadas que permitiam aos fãs, ao adquirir uma certa quantidade desses tokens, acessar os estádios antes do horário de abertura oficial dos portões, assistir passagens de som com os artistas de forma exclusiva, além de ganharem memorabílias autografadas do merchandising oficial.
Olhando para isso, que é um exemplo recente, vemos como é possível unir o digital ao físico, criando uma experiência que de fato não se limita a um momento pontual. No caso das NFTs, não se trata apenas da posse de um produto virtual exclusivo, mas mesmo sendo atrativo, não é o tipo de investimento que um consumidor vai querer fazer corriqueiramente.
As tecnologias seguem avançando em grande escala, apresentando atualizações o tempo todo. Cabe ao mercado um olhar de imersão dentro dessas novidades, para que seja possível criar estratégias perenes que possam tanto aumentar os negócios quanto envolver e fidelizar seu público.
Geraldo Garcia, CEO e fundador da Scorplay
Leia o texto anterior da seção "O Espaço é Seu", aqui.