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Marketshare não nasce em árvore (Rodrigo Esteves)
Existem analogias que são boas demais para não serem reproduzidas.
Em seu livro "Predatory Thinking", Dave Trott conta a história de um exímio atirador de baterias anti-aéreas da Segunda Guerra, chamado Robert Stanford-Tuck .
A história se passa quando a Itália decidiu se aliar a Alemanha para tirar algum proveito da divisão dos supostos futuros despojos de guerra.
Mussolini queria mostrar pra Hittler que era bom de briga e decidiu bombardear a Inglaterra.
As baterias de Robert Stanford-Tuck estavam preparadas para a batalha, mas foram surpreendidas não por velozes aviões carregados de bombas, como os dos Alemães, mas por lentos bi-motores precariamente armados da Squadra Azzurra.
Não é preciso muito pra adivinhar o desfecho desse episódio.
Pois bem, Robert costumava querer ver de perto os aviões abatidos depois das batalhas. E, nesse caso, o sentimento foi um misto de consternação e culpa.
Os aviões, além de pouco armados, tinham cabines espaçosas e cheias de vinhos, queijos e salames.
A impressão foi de que os italianos não estavam indo para uma guerra, mas para um piquenique.
Tudo para dizer o seguinte: quando vejo a maioria das campanhas que estão no ar no mercado brasileiro, vejo, na verdade, a fúria da Força Aérea Italiana vindo ao meu encontro.
Estamos em um mercado que é um pega pra capar. Mas nos comportamos como se estivéssemos no Magic Kingdom.
A praga do politicamente correto invadiu a zona de guerra que é a propaganda.
A gente esquece de verdades nuas e cruas como por exemplo a de que se você quer crescer, o seu concorrente tem que diminuir.
Porque Marketshare não nasce em árvore.
Se quer aumentar o recall, a taxa de cliques, o engajamento, o lead, as ações de marketing do seu concorrente terão que ir mal. E elas irão mal porque a sua foi melhor. Simples assim.
Mas o que vejo são campanhas feitas pra agradar a maioria.
Tudo fofinho e nada muito polêmico.
Repetimos ações que foram bem sucedidas pensando que o sucesso já vem embutido nelas.
Mas também fazemos isso porque temos medo de errar.
Nesse mercado, se você quer atenção, outros vão ter que deixar de tê-la.
É preciso tomar partido, assumir riscos, lutar e entrar pra ganhar.
Ou vamos continuar sendo tão eficientes quanto a força aérea italiana.
Por Rodrigo Esteves - diretor de criação da Razorfish