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O Espaço é Seu

Marketshare não nasce em árvore (Rodrigo Esteves)

30.07.13


Existem analogias que são boas demais para não serem reproduzidas.



Em seu livro "Predatory Thinking", Dave Trott conta a história de um exímio atirador de baterias anti-aéreas da Segunda Guerra, chamado Robert Stanford-Tuck .



A história se passa quando a Itália decidiu se aliar a Alemanha para tirar algum proveito da divisão dos supostos futuros despojos de guerra.



Mussolini queria mostrar pra Hittler que era bom de briga e decidiu bombardear a Inglaterra.



As baterias de Robert Stanford-Tuck estavam preparadas para a batalha, mas foram surpreendidas não por velozes aviões carregados de bombas, como os dos Alemães, mas por lentos bi-motores precariamente armados da Squadra Azzurra.



Não é preciso muito pra adivinhar o desfecho desse episódio.



Pois bem, Robert costumava querer ver de perto os aviões abatidos depois das batalhas. E, nesse caso, o sentimento foi um misto de consternação e culpa.



Os aviões, além de pouco armados, tinham cabines espaçosas e cheias de vinhos, queijos e salames.



A impressão foi de que os italianos não estavam indo para uma guerra, mas para um piquenique.



Tudo para dizer o seguinte: quando vejo a maioria das campanhas que estão no ar no mercado brasileiro, vejo, na verdade, a fúria da Força Aérea Italiana vindo ao meu encontro.



Estamos em um mercado que é um pega pra capar. Mas nos comportamos como se estivéssemos no Magic Kingdom.



A praga do politicamente correto invadiu a zona de guerra que é a propaganda.



A gente esquece de verdades nuas e cruas como por exemplo a de que se você quer crescer, o seu concorrente tem que diminuir.



Porque Marketshare não nasce em árvore.



Se quer aumentar o recall, a taxa de cliques, o engajamento, o lead, as ações de marketing do seu concorrente terão que ir mal. E elas irão mal porque a sua foi melhor. Simples assim.



Mas o que vejo são campanhas feitas pra agradar a maioria.



Tudo fofinho e nada muito polêmico.



Repetimos ações que foram bem sucedidas pensando que o sucesso já vem embutido nelas.



Mas também fazemos isso porque temos medo de errar.



Nesse mercado, se você quer atenção, outros vão ter que deixar de tê-la.



É preciso tomar partido, assumir riscos, lutar e entrar pra ganhar.



Ou vamos continuar sendo tão eficientes quanto a força aérea italiana.

 



Por Rodrigo Esteves - diretor de criação da Razorfish





 


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