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O dia em que o Bono te passou um briefing (por Fabio Seidl)
Cheguei no Palais às 10h da manhã para assistir ao papo do Bono com Jony Ive da Apple. A palestra começava às 15h. Sentei na primeira fila e lá fiquei. Já esperei mais em festival de rock, pensei.
Já teria valido a pena esperar 5 horas só pelos shows de abertura. As palestras do programa Innovation Day: Contagious, Intel, Neil Harbisson foram geniais. Mas teve as histórias dele com o Steve Jobs.
Bono falou sobre como ele perturbou para ser sócio da Apple de qualquer jeito. E como ter tomado vários nãos fez nascer o projeto (RED), com produtos, primeiro da Apple, depois de várias marcas, para combater a AIDS.
Brincou sobre o fato de como Jobs se apaixonou pela ideia, mas não permitiu que nunca, jamais, outra marca estivesse junto de nenhum produto da Apple.
Chegou a se levantar para mostrar a capa do seu iPad vermelho, com marca (RED) em baixo relevo, mínima, do lado de dentro, impossível de ser vista.
Já teria valido a pena esperar 5 horas para ouvir essas picuinhas de bastidores. Mas teve uma aula de marketing.
Segundo Bono, foi Jobs quem o convenceu sobre a importância de ser simples em tudo. E quem reduziu a ideia da (RED) a algo básico: dar 2 pílulas por dia, que custam 40 centavos, para ajudar mulheres grávidas e crianças com AIDS a viverem com saúde.
Bono então reposicionou a (RED), de uma marca com uma causa, a uma emergência com um objetivo: formar a primeira geração sem AIDS do milênio.
Já teria valido a pena esperar 5 horas para ouvir um plano real para salvar o mundo. Mas teve uma puta frase e uma ideia genial. As pessoas não entendem porque eu estou fazendo isso ao invés de fazer rocknroll. Mas não tem nada mais rocknroll do que essa ideia.
E ele continuou: Não é possível viver num mundo onde uma garrafa de Coca-Cola chega em qualquer canto do planeta, mas um remédio não.
Bono contou que já sugeriu à Coca-Cola usar sua distribuição para fazer a cura chegar a mais lugares. E que pode ser que aconteça.
Já teria valido a pena esperar 5 horas por tudo isso, mas teve um briefing.
No final, Bono abriu o microfone para as pessoas darem ideias para a (RED) e até pintou uma bacana: um cara criou o domínio .HIV na internet e ofereceu para a marca.
Depois, Bono pediu o cartão de visitas de todo mundo e disse que está interessado em ouvir mais ideias nossas e de quem mais puder se engajar com essa emergência.
Estou fazendo a minha parte. Espero que valha a pena: http://www.red.org/
Fabio Seidl, VP de criação da Lapiz/Leo Burnett USA