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Sobre Bom Negócio e Conar (por André Lima)
Quem der uma googlada agora na frase Sabe de nada, inocente vai encontrar, aproximadamente, 23 milhões de resultados na busca. Quem tiver paciência pra se aprofundar, irá se deparar com umas 30 grifes diferentes vendendo camisetas com a frase estampada. Vai esbarrar em milhares de citações, desde pessoas anônimas até celebridades, políticos, escritores, críticos, jornalistas e peças de teatro. Vai topar com dezenas de menções em programas de TV, revistas e jornais - dos menos conhecidos até os líderes de audiência no Brasil. Vai ver umas três ou quatro festas Sabe de nada inocente vendendo convites, além de centenas de vídeos-paródia divertidíssimos e espontâneos. O pesquisador paciente ainda vai rir com os incontáveis tumblrs, blogs, sites e comunidades que usam a frase como tema. E, claro, vai poder assistir ao comercial que deu origem a tudo isso e que já tem mais de 8 milhões de views no YouTube.
A campanha atingiu aquele lugar mágico onde a propaganda vira cultura popular. Foi a preferida de público na última pesquisa do jornal Meio & Mensagem. Ela deixou o bomnegócio feliz, com a liderança conquistada na categoria, os 10,5 milhões de acessos e os 19 milhões de visitantes únicos - 59% da audiência total de comércio eletrônico no Brasil*. Deixou a agência feliz, com o reconhecimento popular e os resultados maravilhosos do cliente. Deixou o povo feliz, com uma mensagem que posiciona, mas, ao mesmo tempo, é leve, despretensiosa, divertida. Ou seja: todo mundo feliz, sucesso incontestável. Certo?
Errado. Umas cinquenta pessoas não ficaram felizes e contestaram a campanha no Conar. Como o Marcelo Reis falou muito bem em outro texto aqui no CCSP, parece bem pouco diante da gigantesca aceitação da campanha. Aliás, sendo 50 pessoas, daria para falar pessoalmente com cada uma delas e explicar que a campanha usa personagens reconhecidos por alguma característica inconveniente. Por isso, não poderíamos esperar do Compadre Washington frases edificantes, poéticas ou encantadoras. Aliás, por falar coisas inconvenientes é que a gente some com ele no comercial.
Escrevo este texto dentro do avião, na ponte aérea. Ao meu lado, duas mulheres conversam. Uma delas comenta alguma coisa que não ouço. A outra, acreditem, rebate: "sabe de nada, inocente!". Paro o texto, olho para elas e dou um puta sorriso. Que não é correspondido.
Moças da ponte aérea, se, por acaso, um dia, encontrar com vocês, quero explicar pessoalmente o mal-entendido. O sorriso não era xavecada. Era só o alívio de ter sido absolvido por vocês duas.
*dados de fevereiro 2014, Nielsen IBOPE
André Lima, sócio e VP de Criação e Planejamento da NBS
Assista à versão original do comercial citado aqui.
Se quiser saber sobre a recomendação do Conar, leia aqui.