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O D&AD acabou (Guilherme Jahara)
And the yes goes to...
O D&AD acabou. E cheguei a conclusão que julgar Direct talvez tenha sido a melhor opc?ão, entre muitos júris. Explico. Só em Direct voce? julga praticamente TODAS as categorias da premiac?ão, por tabela. Tem Direct Integrated Campaigns; Direct Response / Digital; Direct Response / Ambient (OOH); Direct Response / TV & Cinema; Direct Response / Press; Direct Response / Poster; Writing for Direct; Art Direction for Direct; e Direct Mail. Espero não ter esquecido nenhuma.
Só o foco para aprovac?ão das pec?as é que muda, claro. É avaliado o que e como se chegou à pessoa específica, diretamente nela, sabendo até quem ela é. Ou, se não sabe, como a peça conseguiu, de alguma forma, converter alguma resposta direta.
Dá pra ver muita coisa, era a categoria mais integrada que tinha no D&AD, eu achei.
Apesar das subcategorias que há em todas as outras, as de Direct são as mais amplas. Isso fez com que eu visse coisas que premiamos e que também ganharam em categorias como Integrated, Press, Poster / OOH, Digital, Design, Film etc.
A experie?ncia, por tanto, foi muito rica.
A única coisa que me chamou a atenc?ão, e que vejo que é muito diferente de outros festivais, (sem contar o rigor e qualidade das inscric?ões, claro) é o modo de votac?ão.
Em qualquer pre?mio, é muito importante ter duas fases: a "fechada", onde cada um vota sozinho com sua conscie?ncia, e a segunda fase (e outras mais, se houver), onde vota-se aberto, frente a frente com seus colegas de júri, debatendo e levantando a mão na frente de todos, sem medo de votar ou não votar. A selec?ão pra valer é feita abertamente.
Mas no D&AD, o processo é um pouco diferente, como disse. Ele é assim: a 1ª fase, igualmente fechada, zero discussão (é muito importante essa fase assim) e depois a fase dois (e seguintes, até a escolha dos Lápis), feita através de troca de ideias, de exposic?ão de opiniões. Mas depois volta-se a votar fechado, cada um no seu iPad, voto secreto. Um pouco mais lento até, uma certa "burocracia organizada", sendo redundante.
Bem no final, debate-se os prós e contras de cada pec?a que ganhou Nomination - e que tem, por tanto, chances a Lápis Amarelo. E depois disso vota-se via iPad nos que voce? concluiu merecerem Lápis. Pronto. Ninguém sabe quem levou o que. Quem votou em que. Só os presidentes de júri saberão, no dia seguinte.
Lado bom: sem constrangimentos, sem influe?ncias "visuais" e sem embates maiores. Respeita-se a opinião final pessoal, acima de tudo. Lado ruim: as pessoas podem se esconder no debate e mudar o voto que fizeram parecer que teriam. Há menos calor e menos coragem, às vezes. E é tudo no "Sim" ou "Não". Reto, direto, seco e sem dúvidas.
Bom, é um processo brita?nico, não há dúvida. Elegante, educado, sem constrangimentos, limpo e muito, muito organizado. Apesar de não ser o processo que, talvez, os brasileiros estejam acostumados (afinal, sabemos debater, arguir, "brigar"). Por outro lado, funciona. Sem dúvida. Não à toa, o D&AD é tão respeitado e tão almejado por tantos e tantos do mercado mundial.
E aí? É brinde com um "SIM" ou um "NÂO" ao D&AD?
Guilherme Jahara, CCO da F.biz
Leia os dois textos anteriores do criativo para o D&AD 2014 aqui e aqui.
Veja também balanço da premiação em 2014, aqui.