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O Espaço é Seu

Hyper Island: uma segunda opinião

19.07.11

Eu estava exatamente na mesma turma do Marco Tavolaro e fiquei surpreso ao ler o artigo dele sobre a Hyper Island (aqui).

Surpresa igual a que todos os participantes tiveram quando ele deixou o curso depois do primeiro dia. Por isso resolvi escrever uma segunda opinião sobre a escola sueca conhecida no mundo todo por seus cursos de mídia digital.


Acho que as impressões do Marco sobre o curso estão realmente de acordo com o título do artigo dele, “O que esperar de uma viagem?” .

A facilidade de encontrar informação e de bater papo com pessoas de todo o mundo são uma baita mão na roda na hora de saber se um curso vai satisfazer o que você espera dele. Ainda mais se for um curso que custa 4 mil Euros (fora despesas de viagem) em uma cidadezinha perdida na Suécia.

Hoje, dá para conversar antes com profissionais que já passaram por lá, com os palestrantes e analisar o programa do curso antes de despencar mais de 15 mil quilômetros até Karlskrona.


Daí você pode ajustar as expectativas sobre o que vai escutar. Sobre os conteúdos, não a qualidade deles. Uma escola não atrairia tanta gente, de tantos lugares, se a qualidade do que apresenta não fosse boa. Meu ponto é: dizer que o curso não atendeu às expectativas é uma coisa. Falar que o curso é puro “hype(r)” é outra.


O Master Class foi criado para abrir a cabeça de profissionais offline para um novo caminho: o digital. Um objetivo audacioso para apenas 3 dias de curso. Mas o fato é que lá não se aprende fórmulas de sucesso, mapas de minas ou qualquer outra solução pré-fabricada. O que se aprende são conceitos para serem adaptados a qualquer realidade. Seja latino-americana, asiática ou africana. A partir da experiência de quem, reconhecidamente, está bites-luz na frente, em matéria de digital: os escandinavos.

Ainda assim, o último dia do curso é inteiro dedicado a “trabalho concreto”, para colocar esses conceitos em prática com problemas específicos. Mas o Marco não pôde aproveitar isso.


Acho que a discussão sobre a metodologia da Hyper Island tem um ponto até mais profundo para nós, que diz respeito à educação brasileira, mesmo. Desde criança a gente está acostumado a receber fórmulas prontas para serem aplicadas em problemas específicos. E não a pensar conceitualmente e adaptar conhecimento de acordo comas pedreiras que aparecem. Mas essa é outra conversa.


Não tenho nenhum vínculo com a Hyper Island mas as coisas que escutei por lá me impressionaram tanto que passei a indicar o curso para os amigos. Dois deles estão, nesse exato momento, em Nova York fazendo o Master Class. Talvez, quando eles voltarem, também possam dizer aqui o que esperavam e o que aprenderam por lá. 


Para saber mais: matéria recém publicada na Coréia do Sul sobre a Hyper Island:

Lúcio Caramori
Diretor Executivo de Criação – AgenciaClick Isobar


Comentários

Fernando Mattei -  Como alguém que também fez o curso (em junho - NY), sem querer puxar a sardinha pro meu lado, acho que o problema do Marco com o curso foi a impaciência, tão típica de nós Brasileiros. Mesmo já sendo criativo digital ha quase dois anos, tive acesso a informações muito valiosas ali. E o curso é sim muito dedicado ao trabalho concreto. No meu caso, foram no segundo e terceiro dias. Acho que não dá pra julgar nada, muito menos a qualidade do curso, se não for até o final.

Gustavo Soares - Sou um dos amigos mencionados pelo Lucio. Recomendo a experiência para todos. É sim um exercício para a cabeça, e digo mais: é especialmente útil para aplacar angústias pós-Cannes.


Droopy -  Fiz a Master Class da Hyper Island agora em junho em Londres e também recomendo para todo mundo que quer mudar a cabeça pro digital. A experiencia é demais.



 

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