O espaço é seu

"Dos mais longínquos redutos do planeta, através dos sete mares, onde quer que esteja, se você é publicitário, por
favor, lute. Mesmo que você seja designer, jornalista, relações públicas ou comunicador, lute conosco. E se você não
sofre deste mal, também lute. Una-se à nossa classe contra algo abominável que assola os pequenos mercados. Um mal que corrompe tudo o que é de qualidade, tudo que é inteligente e tudo que é criativo. Um mal chamado armengue*.
Os armengues estão em todo mercado que ainda enxerga a propaganda como custo e não como investimento. São uma peste, num ambiente já contaminado. Nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, principalmente, são comuns vermos peças
publicitárias sem pé nem cabeça, outdoor com 200 informações, panfletos e anúncios com todas as cores que a escala pantone permite, ou ainda VT`s onde os atores mal sabem falar o nome do anunciante. Chega a doer o coração.
E o que mais deixa os publicitários revoltados é que isso não se deve à falta de criatividade e capacidade. Os armengues são frutos de empresas mesquinhas e sem visão competitiva, somadas a publicitários genéricos e
oportunistas. São abutres que ficam à espreita aguardando a menor oportunidade para convencer um empresário a fazer algo mirabolante e assustador.
Vamos combater esse mal, acabar com o amadorismo na propaganda. Será que nós, publicitários, não temos o mínimo
de competência para acabar com isso? Será que não há nada que possamos fazer? E os sindicatos, onde estão nesses
momentos?"

Glossário
*Armengue: anúncio feito sem técnica, com 15 cores diferentes, geralmente pelo sobrinho do anunciante ou por uma
agência de quinta categoria.

Gabriel Sotero

gabrielsotero@uol.com.br