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O Espaço é Seu

Economia em desatenção (Rodrigo Niemeyer)

07.10.25

Fui convidado a participar de um painel no Festival do Clube de Criação 2025 sobre um tema relativamente paradoxal: “Como oferecer conteúdo relevante, combater a sobrecarga informacional e manter o consumidor engajado?”. Se você perdeu, vou falar um pouco aqui sobre o tema.

Oferecer conteúdo numa era marcada pelo excesso de informações é como vender gasolina num incêndio. Será que as pessoas veem valor no meu produto? É o desafio da chamada economia da atenção.

Enquanto, algumas décadas atrás, era minimamente garantido entregar uma mensagem por meio da Santa Trindade - TV, jornal ou rádio -, hoje, sua promoção de Black Friday está competindo com uma videocassetada no TikTok, a notificação do delivery no seu relógio e a DR do vizinho da porta ao lado.

E nós, soldados nessa batalha, estamos perdendo essa guerra miseravelmente. Quase metade dos brasileiros não se lembra de sequer uma campanha do último ano. As estratégias precisam ser revistas.

A atenção das pessoas criou anticorpos contra a razão e os dados. O “milagre da performance” vira santo do pau oco quando a mensagem e a forma falham em se conectar, nem que seja de leve, com o seu público.

E se a razão perde a função, pra onde olhar? Considerando que 95% da nossa atenção é involuntária, nada mais involuntário do que nossas emoções. Elas são aquelas portas de entrada em nossas cabeças que nem nós mesmos sabemos onde ficam ou onde guardamos a chave - mas por onde, o tempo todo, tem algo ou alguém entrando.

São essas emoções que garantirão a atenção, esse bicho selvagem e irracional cada vez mais arisco. É sobre resgatar a humanidade na comunicação. E, por meio de algo tão quentinho e familiar, encontrar ali a razão que mais importa para os anunciantes: os resultados.

Rodrigo Niemeyer, head de criação da Purpple

Leia texto anterior da seção "O Espaço é Seu", aqui.

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