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Nem hype, nem medo: IA é convite ao reposicionamento (Clara Gattone)
Participei do painel sobre Produção com IA na 13a edição do Festival do Clube de Criação e saí de lá com uma sensação dupla: entusiasmo e responsabilidade. A tecnologia já está no centro das nossas conversas, mas a forma como escolhemos nos relacionar com ela é que vai definir o lugar das produtoras no futuro próximo.
A Inteligência Artificial não é ficção científica nem um modismo. Ela já está embutida em ferramentas que usamos todos os dias — da edição de imagem à roteirização assistida. O desafio, portanto, não é se vamos ou não utilizá-la, mas como vamos fazê-lo sem perder aquilo que nos diferencia: a criatividade, a ética e a capacidade de construir relações de confiança.
Durante as discussões que permearam o painel, percebi que há dois medos recorrentes: o de sermos substituídos e o de perdermos a autoria. Entendo esses receios, mas, também acredito que o caminho não é a negação. Assim como outras revoluções tecnológicas do audiovisual, a IA amplia possibilidades — mas só faz sentido quando usada a serviço de uma ideia forte, de uma narrativa relevante e de um processo criativo que valorize as pessoas envolvidas.
O que precisamos é de clareza: jurídica, contratual, ética e também mercadológica. Não existe uma resposta única. Há produtoras que vão mergulhar de cabeça na IA, outras que vão se posicionar pelo artesanal e outras ainda que vão combinar os dois mundos. Todas essas escolhas são legítimas, desde que feitas com consciência e transparência.
Para mim, o maior aprendizado é que a IA não nos tira relevância — pelo contrário, exige que a gente se reposicione como parceiros criativos, curadores de processos e mediadores entre tecnologia, marcas e público. É hora de mostrar que somos mais do que executores de pedidos: somos guardiões da originalidade, da segurança jurídica e da integridade criativa em um ambiente cada vez mais acelerado.
A tecnologia impõe velocidade, mas somos nós quem damos a direção. E esse é um convite: repensar nosso papel, fortalecer nossos processos e reafirmar o valor humano em tudo que produzimos.
Clara Gattone, sócia e produtora executiva da Broders
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