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O Espaço é Seu

Unidos pelo Som (Renata Sayão)

14.10.25

Tivemos um fim de semana intenso e movimentado com mais um Festival do Clube de Criação — mas, para mim, com um tempero diferente desta vez. Sempre fui “rata” de palestras, tentando absorver o máximo de talks em um dia. Contudo, desta vez estivemos com a Boiler Hub, patrocinando o evento, com um bar de drinks (e precisando adaptar rapidamente o cardápio para sakerinhas e sodas italianas, por conta da crise nos destilados). Isso me levou, pela primeira vez, a ficar “lá fora”, observando o oba-oba.

Aos poucos fui captando cenas espontâneas: Velas e Mansur conversando num canto; Henrique e Nicholas em outro; Dea Siqueira , Dani Ribeiro e Cibele vibrando pela Sophie no Hall da Fama. Fui vendo pessoas que, na minha imaginação, seriam “concorrentes” no dia a dia, ali reunidas, me trouxe uma sensação diferente (não se preocupem — não virei stalker, mas não deu para não reparar).

Essa energia se materializou ainda mais quando vi/ouvi a banda magnífica que Lou Schmidt organizou. No palco, além dele, estavam: Diego Raso (Alma 11:11), Hurso Ambrifi (Satélite), Serginho Rezende (Comando S), Brenda Mayer (Da House), Edu Luke (Hefty), Apollo Carvalho (A9) e o querido Will Bone (Pingado), com o maior sorriso do áudio.

Ver todos esses “concorrentes” compartilhando um palco foi emocionante — me deu certeza de que precisava vir aqui escrever. Foi a cereja do bolo, o puxão de orelha que me fazia falta: a convicção de que precisamos parar de nos enxergar como rivais e começar a nos unir mais — muito mais. Acho que a crise pós Cannes já tinha apontado isso.

Mas, num mercado que é questionado e desacreditado dia após dia, num cenário em que somos pressionados pela IA, por renegociações de budget, por clientes que optam por trabalhar por projeto ou realizar concorrências com critérios duvidosos, onde cresce a dificuldade de manter uma agência sênior e estruturada, e em que vivemos um cotidiano em que burnout e assédio se tornam rotina, precisamos, de fato, mudar nossa postura. Já temos muitas forças nos empurrando para baixo (para não dizer esmagando).

E a música — de verdade — foi música para os meus ouvidos. Foi um chamado: estamos juntos nessa. Quando a voz de um falha o outro complementa. A banda funcionou exatamente por isso .

A grande campanha de um é vitória para todos; o filme grandioso de um é bom para todos; elevar o patamar é um benefício coletivo. Chega de pensar “fulano roubou minha conta, meu contato ou meu filme”. Seria ótimo parar de julgar critérios ou trabalhos ruins alheios — realmente acho que está difícil para todo mundo.

Seria ótimo acreditar que juntos somos mais fortes. Essa banda incrível me mostrou isso. E, mesmo que unir o mercado seja um desafio, ou até ingênuo da minha parte (segundo meu consultor de textos preferido) que pelo menos possamos passar a ser pelo menos mais generosos uns com os outros — como o Lou, que deu o palco para essa turma maravilhosa.

PS: Parabéns as bandas de sábado e domingo: vocês, com a música, sem perceber, trouxeram um insight essencial - a necessidade da nossa união.

Renata Sayão, chief business officer - Boiler Hub

Leia texto anterior da seção "O Espaço é Seu", aqui.

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