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O Espaço é Seu

A ponte entre o sonho e o resultado (Égon Marzullo)

05.11.25

A era do conteúdo exige mais do que a da técnica: pede visão, parceria e processos que priorizem propósito e relevância, desde o briefing

No dia a dia da relação entre marcas, agências e produtoras, as refações de conteúdo costumam ser motivo de frustração para todos os envolvidos. É natural que o processo criativo envolva ajustes. Afinal, a meta é sempre chegar o mais próximo possível da expectativa. O problema surge quando as refações se tornam recorrentes, gerando desgaste, atrasos e um sentimento geral de insatisfação.
Sempre haverá ajustes ao longo do caminho, claro, mas é possível minimizar os retrabalhos com alguns cuidados simples e, acima de tudo, com mais alinhamento. É aí que o planejamento ganha relevância, e, hoje, temos à disposição ferramentas que ajudam muito nesse processo. A Inteligência Artificial, por exemplo, já contribui na análise de dados e insights. A comunicação entre agência, produtora e cliente também está mais fluida graças à conectividade. Com isso, a cocriação se fortalece, as ideias amadurecem com mais clareza e o resultado tende a agradar mais, com menos retrabalho e mais sinergia entre os envolvidos.

Personalização crescente

Outro ponto que ajuda bastante é ter um processo de aprovação bem estruturado, com encontros e rituais definidos. Isso dá ritmo ao projeto e previne mal-entendidos. Quando esse fluxo é respeitado, o ganho vai além da organização: a produtora passa a ter uma compreensão mais ampla da marca, do negócio e dos objetivos por trás de cada peça de conteúdo. É nesse ponto que a relação começa a mudar. A produtora deixa de ser vista apenas como uma executora técnica e passa a atuar como parceira estratégica, que participa das decisões desde o início e entende o conteúdo como um meio para comunicar propósito, gerar valor e alcançar resultados. Uma forma interessante de colocar essa ideia em prática é ter um diretor conectado ao projeto desde a mesa de criação, independente do tamanho da ideia. Com isso, o cliente ganha a expertise de um profissional atuando praticamente inhouse, com toda a dedicação necessária para alcançar a melhor entrega possível.

Essa postura mais integrada contribui não só para a entrega final, mas para o posicionamento da produtora como uma organização que entende o mercado, acompanha o comportamento do consumidor e busca sempre personalizar, fugindo do genérico e do superficial. Isso, no fim das contas, se traduz em entregas mais autênticas e alinhadas com o que a marca precisa comunicar. No caso da Sand, colocar essa integração em prática já rendeu 82% de aprovação de primeira nos projetos.

Desafios do mobile first

Tudo isso se torna ainda mais importante diante de um cenário em constante transformação. Hoje, os conteúdos precisam nascer com lógica mobile first, o que exige uma nova forma de pensar formatos, narrativas e linguagens. Só que o consumo muda o tempo todo: em um momento, o público prefere vídeos curtos; no outro, busca conteúdos mais longos. Há fases em que a estética mais polida se destaca, e outras em que o natural, o cru e o espontâneo geram mais conexão.

Essa volatilidade exige adaptação constante. E quando o processo está travado em camadas de revisão e desalinhamento, fica muito mais difícil acompanhar esse ritmo. Por outro lado, quando a produtora está inserida desde o início, com espaço para contribuir, adaptar e propor, tudo flui com mais naturalidade, aproveitando todo o talento e profissionalismo de quem se especializou na era do conteúdo em tempo real.

Com o tempo, isso se traduz em diferenciação real. A produtora passa a desenvolver uma visão mais ampla do mercado, domina ferramentas que otimizam a criação e entrega narrativas mais relevantes. Isso reforça sua posição não apenas como uma boa executora, mas como uma parceira de fato, capaz de entender o que está em jogo em cada projeto.

Em um cenário onde o conteúdo é cada vez mais determinante para o sucesso das marcas, entender que a produtora pode (e deve) estar no centro das decisões criativas é o que transforma boas entregas em estratégias de valor.

Égon Marzullo, founder e CEO da produtora Sand

Leia texto anterior da seção "O Espaço é Seu" na íntegra aqui.

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