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One Show 2005: as Categorias Extra-Oficiais

O prêmio mais cobiçado no mundinho publicitário americano

07.06.05

Por Anselmo Ramos*


O One Show não é tão global como Cannes. Não é tão glamoroso como o D&AD. Não é tão conhecido pelos leigos em publicidade como o CLIO. Não é tão difícil de entrar como o Communication Arts. E não dá um cheque de 50 mil dólares pro ganhador do Best of Show como o ANDY Awards.

Mas é sem sombra de dúvida o prêmio mais prestigiado, cobiçado e invejado no mundinho publicitário americano.


Mês passado rolou a cerimônia de entrega do 27º One Show no Jazz at Lincoln Center.

Aqui vão os prêmios que foram falados mas não necessariamente dados, por categorias.

Esta lista não tem a menor intenção de ser completa ou precisa. É apenas uma transcrição de conversas soltas ouvidas durante o coquetel e a after party.

A lista oficial dos prêmios está no site oneclub.com.


Categoria “A Primeira Vez a Gente Nunca Esquece”


Dubai, a Beverly Hills do Oriente Médio, ganhou o primeiro lápis no One Show de sua história. E logo de ouro. Parabéns pra Tonic Communications.


Categoria “Velhas Guerreiras”


Vira e mexe elas ganham unzinho. Dá sempre gosto ver o nome delas nos anuários. The Jupiter Drawing Room / Johannesburg, The Martin Agency / Richmond, Devito/Verdi / Nova York, 180 / Amsterdam, Ground Zero / Los Angeles e Butler, Shine, Stern & Partners / Sausalito.


Categoria “Não Deixa a Peteca Cair”


Mark Figliulio, da Young & Rubicam / Chicago, agência parte de uma network extremamente díficil de fazer bom trabalho. De tirar o chapéu.


Categoria “Novo Triunvirato Criativo”


Alemanha, Canadá e Tailândia. Juntas ganharam mais de 20 lápis.


Categoria “Aquele Disputado Terceiro Lugar Depois dos Estados Unidos e Inglaterra”


A superioridade germânica está comprovada. Nada mais nada menos que sete agências alemãs ganharam lápis. As três de sempre, Jung von Matt / Hamburgo (dois), Springer & Jacoby / Hamburgo (quatro!), e Scholz & Friends / Berlim (dois). E mais Kolle Rebbe / Hamburgo, Grabarz & Partner / Hamburgo, Ogilvy & Mather / Frankfurt e DDB / Berlim, com um lápis cada uma. Zehr gut!


Categoria “Quem Disse Que a Gente Entende Só de Hóquei e Alces?”


Os vizinhos do norte estão botando pra quebrar. A Rethink / Vancouver e a Taxi / Toronto, que já vêm fazendo um bom trabalho faz tempo, ganharam 3 lápis cada uma. A DDB / Vancouver e a Zig / Toronto também abocanharam um.


Categoria “Massagem (no Ego) Tailandesa”


Cada vez mais Bangkok está provando que é o Tigre Asiático da vez. Com uma propaganda bizarra e bem-humorada, os tailandeses ganharam 5 lápis. Um pra Creatice Juice/G1, 1 pra Euro RSCG Flagship e 2 pra Ogilvy.


Categoria “Eta Duplinha Boa”


Paul Belford e Nigel Roberts da Abbot Mead Vickers/BBDO / Londres ganharam mais dois lápis pra coleção. Eles são muito mais conhecidos em Londres do que por aqui. Quem quiser conhecer um pouco do trabalho deles, é só dar uma olhada no D&AD com a capa de feltro amarela. É a pasta da dupla.


Categoria “Latino Caliente”


La comunidad, de Miami Beach e Buenos Aires, dos irmãos José Mollá e Joaquin Mollá, ganharam um ouro com a campanha da VH1. É sem dúvida a agência do momento no mercado hispânico aqui nos Estados Unidos. Um mercado que está crescendo vertiginosamente e que criativamente está cada vez melhor. Vale a pena conferir o site: www.lacomu.com.


Categoria “Com Essa Marca Até Eu...”


Os clientes esperados marcaram sua presença: Volkswagen, MINI, Economist, Adidas, Nike, Miller, ESPN.


Categoria “Também, Olha Só o Cliente...”


Procurando um cliente pro próximo lápis? Olha só o que funcionou este ano: aula de yoga, segurança nas estradas, festival de curtas, brinquedos de montar, curso de línguas, janela anti-ruído, corrida de cavalos, feira de ciências, armas de fogo, loja de instrumentos musicais, produtos de limpeza, revista de motos, etc.


Categoria “Vou Ter Que Olhar No Mapa”


Provavelmente foi a primeira vez que um Lápis do One Show pousou nas cidades de West Perth, Guangzhou e Lincoln.


Categoria “Reciclagem: Faça a Sua Parte”


A Campanha da Sholz & Friends / Berlim pra Weru AG, fabricante de janelas anti-ruídos. É a mesmíssima idéia do ano passado (através da janela, coisas barulhentas parecem minúsculas) com execuções diferentes. Pra quer mexer em time que está ganhando?


Categoria “I Wish I’ve Done This”


O outdoor da revista Time. A campanha de mídia impressa da Bisley Office Equipment. O comercial da Science World. A campanha do VH1. A campanha da Chicago Music Exchange. E, claro, “Grrr...” da Honda. Uma inveja total e irremediável.


Categoria “The King of Radio”


O reinado da Budweiser com a hilária campanha “Real American Heroes” parece que chegou ao fim. Esse ano o ouro foi pra DeVito/Verdi / Nova York pra campanha da National Thoroughbred Racing Association.


Categoria “Transferência da Coroa”


Nova York: 4. Mineápolis: 0. A Fallon continua fazendo bom trabalho, só mudou de cidade.


Categoria “Sem Vergonha de Trabalhar em Publicidade”


Imagina cair na sua mesa um job pra fazer o filme que vai substituir o “Cog” da Honda. A Wieden + Kennedy / Londres fez “Grrr”. Brilhante. Nasceu pra ser Best of Show.


Categoria “Reforça a Prateleira”


A campanha “Flags” da FCB / Lisboa está varrendo os festivais. Ganhou ouro no One Show e promete desempenho semelhante em Cannes. O prêmio é português mas a gente comemora igual.


Categoria “Foi Bom Enquanto Durou”


Cliff Freeman. Muita gente acha que nunca mais na história da publicidade vamos ver um sujeito sério e conservador disparando gerbils com um canhão. Um minuto de silêncio, por favor.


Categoria “Ano Sabático”


Goodby Silverstein e Bartle Bogle Hegarty. Estamos todos torcendo pela rápida recuperação.


Categoria “Yes, We Have Lápis”


Uma salva de palmas pra Giovanni/FCB e pra Leo Burnett. E pra todo mundo que ganhou prêmio em design também, que não foram poucos.


Categoria “Xupim”


O filme da Adidas “Carry”. Tudo bem, foi criado pela TBWA/Chiat/Day / São Francisco e dirigido pelo Noam Murro, o diretor de comercials mais workaholic do mundo. Mas não deixa de ser um primo pobre do filme “Mountain” da Playstation dirigido pelo Frank Bugden. O pior é que ganhou um ouro. É mais um filme na categoria “pessoas aleatórias participando de um jogo/evento improvisado num ambiante urbano” tipo o filme “Tag” da Nike.


Categoria “Siesta”


¿Que pasó con España? Ningún lapizito este año...


Categoria “Playing With The Media”


Ficou comprovado mais uma vez que jurado adora brincadeiras com a mídia. Dois exemplos. 1. Um pôster colado na parede só da metade pra baixo para mostrar a flexibilidade de um praticante de yoga. 2. Página dupla mostrando um barco num mar calmo visto de cima. Ao virar a página, a própria página parece uma onda encobrindo o barco. Um aviso da Guarda Costal da Nova Zelândia pra dizer que o tempo pode mudar de uma hora pra outra.


Categoria “Último Bastião Francês”


A TBWA / Paris levou 2 lápis pra Playstation. Até os americanos reconhecem que eles estão fazendo um bom trabalho. E pensar que pouco tempo atrás a publicidade francesa era de se comparar à italiana.


Categoria “Campo de Treinamento para Futuros Worldwide Creative Directors”


Que o diga Neil French e David Droga. A consistente Cingapura levou 6 lápis, 1 pra TBWA, 2 pra BBDO e 3 pra Ogilvy.


Categoria “Ficha Técnica Mais Díficil de Ler no Mundo”


Redator: Kulvadee Doksroy, Sirilak Chitpanvong. Diretor de Arte: Wisit Lumsiricharoenchoke, Gumpon Laksanajinda. Coitada da recepcionista da Ogilvy & Mather / Bangkok.


Categoria “Na Crispin da Onda”


American Legacy Foundation. Burger King. Virgin. Molson. A Crispin Porter + Bogusky ganhou prêmios pra todos esses clientes. Não é à toa que é considerada “the hottest agency of the planet”. Não tem cliente aqui nos Estados Unidos que não diga: “O que a gente queria mesmo é algo tipo subservient chicken”. Ele estão se referindo ao site www.subservientchicken.com**, que a Crispin fez pro Burger King, e que virou uma febre por aqui. O prêmio para o Burger King foi na nova categoria de Exceptional Innovation in Marketing, pra campanha “Chicken Fight, que promovia uma “briga de galo” entre dois sanduíches de frango culminando com a transmissão “ao vivo” da briga num especial de 40 minutos na DirecTV. A Crispin definitivamente colocou Miami na companhia de Portland e Mineápolis. É como se a melhor agência do Brasil fosse em Natal. Imagina o que não ia chover de pasta.


*Anselmo Ramos é redator da Lowe New York


Anselmo.Ramos@loweworldwide.com


 ** link já indicado na seção Cinco Minutos do Clubeonline.

One Show 2005: as Categorias Extra-Oficiais

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