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Pesquisa

A Nova Dinâmica Familiar, segundo a Viacom

03.11.08

A Viacom Networks Brasil, distribuidora de marcas como Nickelodeon, Vh1 e MTV Hits, apresenta os dados da pesquisa “A Nova Dinâmica Familiar”, realizada nos meses de junho e julho de 2008 nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro.

O estudo foi encomendado à  Research International Brasil, uma consultoria global de pesquisa, que vem se especializando em entender o público jovem em todo o mundo.

Mais de 600 pessoas, incluindo pais e filhos, foram investigadas, por meio de metodologias quantitativa e qualitativa. Nesta última, foram incluídas observações "in loco", além de diários relatando o dia-a-dia da família e técnicas projetivas.

Na etapa quantitativa, crianças de 8 a 14 anos e pais de crianças de 4 a 14 anos, de classe sócio-econômica AB, de diferentes tipos de estrutura familiar (mães que trabalham fora e ficam em casa; pais e mães que moram juntos e pais separados) foram ouvidas, o que permitiu apontar três tipos de famílias: “Mãe Malabarista”, “Pais Brothers” e “Pai Atuante”.


Segundo Beatriz Mello, responsável pelo departamento de pesquisas da Viacom Brasil, o objetivo do estudo é entender como se caracteriza a dinâmica familiar e suas novidades, entre os telespectadores e os não-telespectadores da Nickelodeon.

De acordo com Beatriz, a Viacom tem como meta tornar-se uma referência de conteúdo de programação para todas as idades, lançando tendências e promovendo inovação em seus canais e sites. “Faz parte do nosso trabalho entender o comportamento de nosso público, saber o que pensam, discutem, assistem e compram”, diz Mello.


 A Nova Dinâmica Familiar revela que a essência das funções materna e paterna permanece a mesma, mas as maneiras de atuar nestes papéis têm sofrido mudanças relevantes. O papel da mãe já passou por uma primeira transformação: apesar de estar cada vez mais atuante no mercado de trabalho, ela continua sendo a responsável pela organização e administração da casa (cuidados cotidianos) e pelo bem-estar emocional, afeto e  proteção dos filhos.


Já a forma de atuação dos pais está em plena transformação. Os pais buscam maior proximidade com os filhos. Eles ainda conservam a responsabilidade pela transmissão de valores éticos e morais, autoridade e exemplo de conduta. Os dados revelados apontam que esta mudança de papéis, porém, não tem sido fácil: muitos deles têm dificuldade em equilibrar autoridade com afeto e acabam confundindo amizade com falta de limites.


As crianças também mudaram. Hoje, com maior acesso às informações, elas têm grande poder de verbalização e argumentação, influenciando diretamente as decisões familiares.

Com relação aos pais, as crianças encontram-se em momentos diferentes, conforme a faixa etária. Os menores são bem mais próximos e dependentes dos pais, buscam aprovação constante, carinho e atenção. Já as crianças maiores, consideram os pais importantes, mas procuram se afastar e ir atrás da própria personalidade, em busca da 'independência' dos pais.


Os pais estão cada vez mais próximos dos filhos: 67% das crianças e dos adolescentes dizem conversar bastante com eles, mas os segredos ainda são compartilhados com as mães: 65% dividem segredos com as mães, contra 49% que dividem com os pais.


Cerca de 56% dos pais afirmam que seus filhos influenciam na decisão do destino, nas férias. Eles também têm aprendido cada vez mais com os filhos (novas músicas, brincadeiras e tecnologia). 41% ainda admitem que são os filhos os grandes especialistas em celular da casa. Por outro lado, os pais ainda têm muito a ensinar: os filhos afirmam que aprendem sobre limites e experiência de vida com eles.


Segundo Beatriz Mello, são as novas formas de atuar que definem os novos modelos de dinâmica familiar, principalmente no que diz respeito ao papel do pai. Esses segmentos podem ser divididos em três: Mãe Malabarista, Pais “Brothers”, Pai Atuante.


Mãe Malabarista
Maior segmento, este tipo de família representa 59% dos entrevistados. Caracteriza-se por famílias em que as mães acumulam a função materna e as responsabilidades profissionais, muitas vezes administrando a casa e a vida dos filhos à distância. O pai é mais distante ou autoritário.


Pais “Brothers”
Este grupo representa 22% das famílias entrevistadas. Neste segmento, os pais confundem afeto com falta de limite. Procuram compensar a ausência física com a diversão, deixando a autoridade seriamente comprometida. Os pais se consideram amigos das crianças, que sentem falta do real papel de pai e mãe.


Pai Atuante
Esse grupo representa 19% dos entrevistados. Nela, o pai divide as funções de cuidado da casa e dos filhos com a mãe. Ele mantém sua autoridade, mas tem maior proximidade com os filhos do que nos dois modelos anteriores. Este tipo de família é o mais moderno: resulta do processo de transformação das novas formas de atuar e já se encontra consolidado. Pais e mães encontram um equilíbrio na maneira de exercer as funções maternas e paternas.


Outros resultados:

79% das famílias têm a sala/sala de TV como seu ponto de encontro. O quintal perde espaço (1%) e a cozinha vem se tornando um local cada vez mais democrático dentro de casa (4%).


Os momentos de lazer das famílias com filhos de quatro a 14 anos estão extremamente ligados às crianças. Não há menções significativas de atividades realizadas sem filhos e, quando elas acontecem, são semelhantes às da família.


91% dos pais trabalham fora de casa. Este percentual entre as mães é de 54%. Quando eles estão fora do lar, as crianças ficam principalmente com os parentes (avós e tios).


Num primeiro momento, as crianças adoram ficar sozinhas em casa. 55% dos filhos do segmento Pai Atuante concordam com isso. Mas, num segundo momento, 49% delas declaram ficar entediadas, e sem ter o que fazer quando os pais estão ausentes. No geral, 68% das famílias não planejam atividades para os filhos quando estão distantes.


As crianças valorizam os limites impostos. “Os pais têm a impressão de que os filhos não gostam de restrição, mas para surpresa geral, crianças acham fundamentais os limites dos pais”, diz Beatriz. De acordo com a pesquisa, bater é uma solução que já não funciona mais hoje em dia. Os pais procuram estabelecer um diálogo aberto, ter mais proximidade e interesse pelo universo dos filhos, com demonstração de carinho, contato físico e tolerância.


Os filhos indicam que a qualidade do tempo que passam com os pais vale mais que a quantidade. As novas dinâmicas familiares surgiram impulsionadas pela busca da felicidade: 84% dos filhos apontam que na maioria das vezes sentem-se feliz com a família e cerca de 87% dos pais afirmam que na família há  problemas, mas no fundo vai tudo bem.





 

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