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Pesquisa

McCann estuda reação das classes C e D à crise

12.11.08

A McCann Erickson divulgou, nesta quarta-feira (12), os principais resultados da pesquisa “Retrato da Crise: as classes C e D em estado de alerta”.


A partir do estudo, foi concluído que a crise ainda não é tão percebida no dia-a-dia dos brasileiros das classes C e D: 85% dos entrevistados declararam que a vida está de regular a boa, 17% acham que a vida está melhorando e 58% acreditam que as coisas continuam iguais em sua vida.


No entanto, quando é a realidade do país a ser avaliada, a situação muda: 80% consideram que a situação do Brasil está "igual" ou "pior" do que estava há seis meses. De qualquer forma, quando a crise não é citada, 74,4% enxergam com otimismo o futuro do país, acreditando que daqui a um ano as coisas estarão "melhores" (50,3%) ou "iguais" (24,1%).


Quando a crise é inserida no questionamento, a preocupação aparece: 76% se dizem "preocupados" ou "muito preocupados" com o problema global, já que 90% acham que o Brasil sofrerá as conseqüências das dificuldades financeiras mundiais. Na América Latina em geral, o índice de entrevistados que acreditam que a região sofrerá com a crise também é alto: 80%.


Os brasileiros, entretanto, se vêem menos vulneráveis que seus vizinhos latino americanos: 52% dizem que os outros países sofrerão mais.


De qualquer forma, os entrevistados no Brasil enxergam a crise para além do institucional, já que 88% acreditam que a própria família não passará incólume pela situação mundial. Do total dos entrevistados, 36% acreditam que haverá queda no consumo e 32% acham que haverá desemprego como conseqüência da crise.


Outro dado interessante apurado pela pesquisa é que, apesar de as pessoas das classes C e D não sentirem os problemas da situação global no dia-a-dia, todo o barulho da mídia em torno do tema está as levando a acreditar que em breve a crise chegará aos seus lares.


A idéia de crise induz as pessoas a adiarem compras e investimentos: 61% consideram postergar seus planos e projetos.


A "cara da crise" carrega o perfil dos "mais preocupados" com ela, ou seja, aqueles que terão um "comportamento de crise", que vão deixar para depois suas compras ou investimentos. Segundo o estudo, a crise tende a ser uma "senhora interiorana", já que no interior ela é mais imediata: a vida já está pior para 47% dos interioranos versus para 36% dos moradores das capitais.


A crise também é mais feminina, segundo a pesquisa, uma vez que 63% das mulheres estão muito preocupadas contra 49% dos homens.


Em relação à faixa etária, a preocupação de que a crise atingirá a família avança conforme a idade: 38% dos mais preocupados têm 46 anos ou mais e 39% dos nada preocupados têm menos de 35.


O estudo foi realizado com 1720 pessoas das classes C e D, em sete países da América Latina: Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Honduras, México e Panamá, entre 25 a 31 de outubro.


Nos últimos dois anos, a McCann Erickson tem estudado os hábitos de consumo e comportamento dos consumidores das classes emergentes. Um dos produtos dessa especialização será o lançamento, no final deste ano, de um estudo sobre esse público, realizado pela McCann na América Latina e Brasil.


Com a atual crise financeira mundial, no entanto, a McCann realizou esse estudo específico, em caráter emergencial, sobre a reação desses consumidores diante do novo cenário global.

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