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Crônicas de um verão holandês nº 3
Mais um raro dia de sol no verão holandês para encerrar com um pouco de calor na alma essa maratona de gente cabeçuda. O terceiro e último dia do evento foi mais leve, com menos acadêmicos e cientistas. Hoje foi o dia de falar de um futuro mais próximo com palestrantes com uma pegada mais de negócio.
O objetivo do dia foi mostrar que existe muita gente fora da universidade e dos governos fazendo coisas interessantes, relevantes e que atingem um número significativo de pessoas.
Scott Snibe apresentou o novo álbum-aplicativo da Bjork Biophilia e sua visão de como a tecnologia pode aproximar as pessoas da natureza.
Jake Barton criou uma plataforma para que pessoas de NY possam se organizar para resolver problemas do seu bairro e da cidade. O projeto foi lançado com a presença do prefeito Bloomberg e já tem milhares de usuários.
Blaise Aguera da Microsoft e criador do Photosynth e do www.readwriteworld.net mostrou como nossa interação com a cidade pode ser de fato amplificada e melhorada por interfaces que cabem no celular e como a Microsoft está tentando desesperadamente se livrar da pecha de dinossauro da tecnologia e alcançar o Google e o Facebook.
Aproveitei também para explorar um pouco mais o que estava rolando fora do palco principal. Muitas salas de palestras, workshops e uma área de empresas parceiras expondo seus produtos e serviços a mais interessante e bem selecionada que já vi nesse tipo de evento.
Uma das mais legais é o Nano Supermarket, feito por uma fundação da Universidade de Eindhoven chamada Next Nature, que estuda a relação entre pessoas, natureza e tecnologia. Eles apresentaram uma série de produtos especulativos que devem chegar ao mercado nos próximos 10 anos: implante de Twitter, chocolates anti-HIV, tinta de parede interativa, bonsai (de verdade) que recarrega iPhone e nanopartículas que criam uma espécie de Photoshop real para você manipular seu rosto. Parece viagem, mas não é. Vale uma olhada no site deles: http://www.nextnature.net/events/nano-supermarket/
Os finlandeses vieram com uma comitiva de designers gráficos especializados em visualização de dados a partir de open data o assunto queridinho da vez, presente nas conversas de quase todos os palestrantes e participantes do evento.
O consenso é que não existem democracia e organização possíveis no complexo cenário que vivemos hoje sem uma (quase) total abertura dos dados e informações que pessoas e empresas geram, para que qualquer um possa usar e transformar em conhecimento. Para quem ainda não sabe, vale uma lida rápida no http://en.wikipedia.org/wiki/Open_data
Participar do PicNic! foi como entrar numa máquina do tempo, ter a possibilidade de dar uma rápida espiada no futuro e voltar. E perceber que palavras que usamos e escutamos (e banalizamos!) tanto, como interação, inovação, colaboração e criatividade, são coisas reais, palpáveis, que movimentam a vida de muita gente de maneira transformadora.
E como disse um dos palestrantes, e o evento comprovou com seu lineup de empreendedores e realizadores: Se a gente consegue imaginar uma ideia é porque dá para fazê-la acontecer.
José Porto - Diretor Nacional de Planejamento da F/nazca S&S, direto de Amsterdã
Leia texto anterior sobre o festival aqui.