Publicidade infantil

O Ministério Público de São Paulo quer proibir a publicidade de cereais para crianças de até 12 anos.

A Promotoria do Consumidor abriu inquérito para apurar irregularidades nas campanhas da Nestlé e da Kellogg's.

As empresas são acusadas de usar apelos imperativos e personagens lúdicos, abusando da inexperiência das crianças, de oferecer jogos e brinquedos com os produtos (configurando venda casada, o que é proibido) e de estimular a obesidade infantil.

As informações nutricionais apresentadas nas embalagens também seriam inadequadas, por se basearem na dieta recomendável para uma pessoa adulta.

A Kellogg's diz ter estabelecido um limite máximo de calorias, gorduras, sódio e açúcar em seus produtos e que aqueles que não cumprem esses critérios não são anunciados para menores de 12 anos.

A Nestlé afirma ter diminuído a presença dessas substâncias nos cereais.

Ambas dizem que seguem a legislação ao publicar tabelas nutricionais baseadas no consumo de um adulto.

Leia anterior sobre Conar e publicidade infantil aqui.

As informações são de Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.

Comentários

Toni -  O produto tem açúcar demais e querem tirar é a propaganda? O produto pode ir para as prateleiras dos supermercados (onde passam crianças), mas não pode anunciar na TV? E afinal, quem decide são as crianças ou os pais? Tá todo mundo doido. Passou a hora dos publicitários se unirem e começarem a questionar certos devaneios de gente que, aparentemente, está sem foco.

 Jair Alves -  Eu acho ótimo, uma luz no fim do túnel. A TV Cultura está dando o exemplo e não transmitindo nenhuma propaganda direcionada para crianças. É um abuso, denunciado no filme de Estela Renner. http://www.youtube.com/watch?v=rW-ii0Qh9JQ

Dorival Santos Scaliante -  Não sei se a publicidade de cereais na TV é tão maléfica quanto a de cerveja. No Brasil, é assim, sempre. Na hora de consertar qualquer coisa, o governo começa o conserto pelo lugar errado. As telhas estão quebradas? Culpam a chuva. Roubaram-se galinhas? O governo prende as galinhas. Bandido pinta e borda nas ruas? O governo inventa uma besteira lá de mandar tirar o endereço das pessoas do documento de propriedade dos automóveis. E em vez de bater pesado contra os bêbados que saem pelas ruas matando pessoas, o governo proíbe a publicidade do singelo sucrilho. De onde será que vem esta mania dos governos brasileiros de todos os tempos de solucionar pelas soluções erradas?

Mylene -  Concordo com o Toni. Não vejo nenhum abuso nesse tipo de anuncio. Se a criança deve ou não consumir o produto, daí é critério dos pais. Quando era criança, apesar de "pentelhar" os meus pais no supermercado para que comprassem tudo o que via na TV, a decisão final de compra sempre foi deles. E o consumo desse tipo de produto, considerado não saudável sempre foi controlado pela minha mãe (se hoje come isso, não pode comer aquilo; escolhe: ou bolacha recheada ou salgadinho; etc). Afinal, os pais são pra quê? A Televisão NÃO DEVE ser a babá de ninguém. E como o Toni disse, sempre haverão as prateleiras dos supermercados onde as crianças verão os produtos.

 Rodrigo Bittencourt -  O mais engraçado é a mania que o nosso governo tem de tutelar nossas vidas. Eles esquecem de uma característica básica nos dada por Deus que é o livre arbítrio. Se eu quero comprar sucrilhos pro meu filho, o problema é meu e do meu filho. Se eu quero ou não usar cinto de segurança o problema vai ser meu se eu bater o carro e morrer, não? Parem com isso, até porque quem disse que essas pessoas que criam esses dispositivos legais são mais instruidas e tem melhores intenções do que nós? Dentro em breve não existirão mais propagandas de remédios (efeitos colaterais), refrigerante(celulite e obesidade infantil), pizzaria(colesterol e obesidade), churrascaria(mesmo motivo), aliás, pq não proibem logo a televisão que tira nossos jovens dos esportes e outras atividades sociais e criativas e em troca apresentam 12 completos beócios presos numa mansão, num ócio completo envoltos num clima de sexualidade latente...será que é mais saudável que o sucrilhos?

Milton Pereira Alves Jr. -  Regulamentação sim, CENSURA NÃO!!!

Daniel Coelho -  "Nossa, engordei uns 4 quilos com tanta publicidade." - "Menina, você viu aquele adolescente que matou a mãe por causa da propaganda?" - "Ele nunca havia bebido. Começou depois que assistiu àquele comercial." Essa é a visão que alguns promotores tem do nosso ofício. Pois nada explica tanta perseguição gratuita e idiotizada. Ética sim. Censura burra não.

Luís -  Será que não tem a opção de proibir o Ministério ?

Conti -  A auto-regulamentação na publicidade brasileira é excelente. E não são os cereais os responsáveis pela obsidade infantil no Brasil. Além disso, as propagandas da Kellog's e da Nestlè não são apelativas. O Ministério Público deveria se preocupar mais em prender político corrupto que ficar fazendo showzinho ao proibir propaganda. Tem hora que eu começo a achar que eles estão tentando minar as fontes de receita dos veículos tradicionais, especialmente a TV. Primeiro foi o cigarro, depois a cerveja, agora a propaganda infantil.