QAnon fora do Twitter

O Twitter informou que suspendeu mais de 70 mil contas ligadas à teoria conspiratória QAnon. A medida foi tomada depois da invasão ao Capitólio, em Washington, na quarta-feira 06. A companhia declarou que a decisão procura proteger a conversa dos usuários de mensagens que incitam a violência, organizam ataques e compartilham deliberadamente fake news sobre as eleições, sobretudo quando se aproxima a posse do novo presidente dos EUA, no dia 20.

Em post publicado nesta terça-feira, 12, em seu blog oficial, o Twitter esclareceu que deixou claro que adotará medidas rigorosas “para coibir comportamentos que possam causar danos off-line. Devido aos eventos violentos em Washington e ao aumento do risco de danos, começamos a suspender permanentemente milhares de contas que eram principalmente dedicadas ao compartilhamento de conteúdo QAnon na tarde de sexta-feira”.

QAnon é uma teoria conspiratória de extrema direita segundo a qual Donald Trump – que foi derrotado por Joe Biden na eleição presidencial – estaria travando uma guerra secreta contra um suposto grupo formado por pedófilos ligados a culto satânico. Entre os invasores do Capitólio estavam apoiadores de Trump, os trumpistas, que acreditam nisso.

De acordo com o Twitter, muitos dos usuários afetados pela ação da rede possuíam diversos perfis, o que aumentou o número total de contas afetadas. Havia múltiplos exemplos de um único indivíduo operar várias contas, dedicadas principalmente à propagação dessa teoria da conspiração pela plataforma.

“Nossa aplicação sobre o conteúdo QAnon no Twitter, junto com os desafios de spam de rotina, resultou em mudanças na contagem de seguidores para as contas de algumas pessoas”, afirmou a rede. Essas ações podem ter resultado em reduções no número de seguidores na casa dos milhares, ressaltou a companhia.

Outra medida foi limitar o engajamento de tweets que recebam o rótulo de violação da Política de Integridade Cívica. Se eles forem sinalizados pela plataforma, não serão mais respondidos, curtidos ou retuitados.

Na semana passada, o Twitter baniu a conta de Trump na rede, que tinha cerca de 89 milhões de seguidores, devido ao risco de “mais incitação à violência”. A empresa já tinha suspendido o perfil por 12 horas (leia mais aqui).