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Recall

ProTeste quer recolhimento de sandálias Crocs

24.04.08

A ProTeste, associação de defesa do consumidor, pediu ao Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), em Brasília, que analise os casos de acidentes ocorridos no exterior com as sandálias Crocs e peça o recall do produto no Brasil.


De acordo com a entidade, como já houve 65 acidentes registrados no Japão e também em outros países, deveria ser feito o recall como medida preventiva.


Não há casos de acidentes registrados no Brasil. “Recall é uma forma de prevenção. Não podemos esperar que aconteça algum acidente no país para que seja feito o recolhimento”, diz Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da associação.


Nos acidentes ocorridos no Japão, pessoas que utilizavam as sandálias ficaram com os pés presos em escadas e esteiras rolantes. O Ministério da Indústria do Japão solicitou que o fabricante modificasse o desenho do produto para evitar outros acidentes. “Mediante essas situações, achamos que a empresa deveria estudar uma mudança no design do produto imediatamente”, diz Maria Inês, ela própria dona de uma Crocs. “O calçado é muito confortável, mas por ser muito aderente ao chão, crianças e idosos talvez não tenham a agilidade necessária para movê-lo em algumas situações específicas.”


A Crocs enviou um comunicado à imprensa em que defende que é necessário aumentar a segurança nas escadas rolantes. “Os acidentes e recomendações mencionados pelo Ministério da Indústria e Comércio do Japão se referem a vários tipos de calçados.”


O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) enviou um questionário à Crocs do Brasil perguntando se o produto fora testado para o uso cotidiano. O Idec também questionou qual a natureza dos acidentes no exterior: se foi o solado que aderiu às escadas rolantes ou se foram tiras soltas que se prenderam. “Não obtivemos essas respostas. Faremos uma reunião para saber qual atitude tomar. Ainda não temos dados para afirmar se é uma situação para recall ou não”, informou o Idec.


Por meio de sua assessoria, a Crocs informou que suas sandálias podem ser utilizadas sem problemas nas situações cotidianas. “Há inclusive uma linha específica para o uso em hospitais”, informou a empresa. A Crocs do Brasil informou que aguarda orientação da matriz, nos EUA, antes de se posicionar sobre o pedido da ProTeste, e afirmou que está entrando em contato com ortopedistas brasileiros para atestar os benefícios do produto. Ainda não houve, em nenhum país, modificação no design do produto devido à ocorrência de acidentes.


A Crocs, produzida com um derivado de E.V.A. (Etil Vinil Acetato, material emborrachado), virou uma febre entre os consumidores por ser confortável e exibir cores fortes. A empresa tem uma fábrica em Sorocaba, com capacidade para produzir 3 milhões de pares ao ano, um terço voltado à exportação. São vendidos 4 milhões de pares por mês do calçado ao redor do mundo.

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