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Retrato Criativo

Pesquisa investiga mercado publicitário carioca

01.10.13


A pesquisa "Retrato Criativo", idealizada pelo Clube de Criação do Rio de Janeiro (CCRJ) e pela Consumoteca, foi apresentada nesta segunda-feira (30), na Casa do Saber, no Rio.



Foram feitas 16 entrevistas com executivos (sócios ou donos de agências), 22 com diretores de criação, 50 com redatores e diretores de arte, 13 com clientes e 15 com profissionais cariocas que moram atualmente em São Paulo. 



Entre os entrevistados estão Clóvis Speroni (presidente do Grupo 3+), Rodolfo Medina (presidente da Artplan), Álvaro Rodrigues (sócio da DM9Rio), Paulo Castro (presidente da Staff), Gustavo Bastos (sócio-presidente da 11:21), Ricardo Real (sócio da Script Comunicação), Paco Conde (Ogilvy), Carlos di Célio “Russo” (F/Nazca), Roberto Vilhena e Alessandra Saddock (Artplan), Viviane Pepe (WMcCann), Daniel Japa (Giovanni+DraftFCB), Daniela Ribeiro (Publicis) e Jader Rosseto (Agência3). 



Os profissionais enxergam, em geral, que existe um crescimento no mercado publicitário local, contudo, não tão expressivo como o crescimento econômico e desproporcional ao foco que a cidade tem no cenário nacional. Os executivos das agências são mais cautelosos do que os diretores de criação e crriativos, pois percebem que a quantidade de clientes e verba não cresce na mesma proporção que o volume de trabalho, indica o estudo. 



Para um grupo de entrevistados, o Rio possui características próprias, estilo de vida e forma de se relacionar com as marcas diferentes de outros lugares, o que exige dos anunciantes a contratação de agências locais. Para outro grupo, o fato de a agência estar no Rio é apenas um fator geográfico.



Entre os entrevistados, 48% acreditam que as expectativas para o mercado carioca são positivas até 2016, enquanto 35% acreditam que o mercado ficará estável e 17% acham que estará pior. Os cariocas que moram em São Paulo acreditam que o mercado do Rio não terá alterações positivas ou negativas nos próximos anos.



Na visão dos executivos e diretores de criação que trabalham nas maiores agências cariocas, a pasta e o comportamento são os pontos principais para a contratação de um profissional de criação. Como o portfólio é um critério "frio", o comportamento passa a ter um peso importante na contratação. 



Na percepção de uma parte dos diretores de criação entrevistados, os profissionais cariocas são valorizados pela sua versatilidade. Para outros diretores de criação, a irreverência, descontração e informalidade que marcam a cidade do Rio de Janeiro são levadas para o trabalho criativo e diferenciam os profissionais cariocas dos demais. 



Além das características positivas destacadas, o Rio de Janeiro também influenciaria os profissionais em alguns aspectos negativos: a informalidade pode ser confundida com menos profissionalismo e o "jeitinho carioca" ainda seria visto pelas pessoas de fora da cidade como uma forma de trabalhar menos, de acordo com a pesquisa.



Os profissionais de criação de fora da cidade acreditam que os cariocas trabalham menos (27%) e que são acomodados e sem ambição de crescer (outros 27%).



A pesquisa também identifica que 40% dos executivos e diretores acreditam que os novos profissionais de criação possuem menos compromisso com as agências do que eles quando começaram suas carreiras. Por outro lado, os jovens se formam já conhecendo e tendo maiores vantagens em relação às novas ferramentas e plataformas.



Sete dos 10 executivos de agências e 71% dos diretores de criação acreditam que o Rio de Janeiro é um centro de criatividade no país. Por outro lado, 65% dos profissionais menos experientes acreditam que o Rio já não é um centro de criatividade (44% acham que já foi e não é mais e 21% não acreditam nessa afirmação). Tal fato favorece a saída de novos talentos para outros mercados, principalmente o paulista, de acordo com os diretores entrevistados. 



O estudo apurou ainda que os profissionais menos experientes têm a expectativa de que em São Paulo vão encontrar melhores salários (26%), agências mais profissionais (21%), melhores perspectivas de crescimento na carreira (18%) e possibilidade de desenvolver jobs mais interessantes (14%). No entanto, o Rio de Janeiro é visto como cidade com melhor qualidade de vida para os profissionais de criação.  



Leia anterior sobre o assunto aqui.


Retrato Criativo

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