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Show da Black Friday

Com live, YouTube faz mix de Chacrinha com vendas

28.11.19

O formato é inédito e com potencial de um pool de TVs. Com estratégias definidas para a Black Friday desde 2015, o Google Brasil transformou a edição deste ano em um projeto ousado e sem igual dentre todas as operações que a gigante da tecnologia tem no mundo. Serão 5 horas de uma transmissão ao vivo no YouTube, reunindo dez canais que, juntos, superam 130 milhões de inscritos. A ação recebeu o nome de “Show da Black Friday”, com duração entre as 21h desta quinta-feira, 28, e 02h da sexta-feira, 29.

É como se tivéssemos a Globo, o SBT e outras emissoras exibindo um mesmo conteúdo”, compara João Pedro Paes Leme, sócio da Play9, empresa de criação de conteúdo que responde pela produção. Ele apresentou o projeto para um grupo de jornalistas horas antes do início do show, montado no YouTube Space Rio.

Perguntado pelo Clubeonline sobre a dinâmica da programação - seria, afinal, uma espécie de Polishop? -, ele respondeu que construir a parte de conteúdo do projeto foi um grande desafio para a empresa, que tem Felipe Neto como sócio. Mas um desafio divertido. “O show é uma mistura de Chacrinha com Luciano Huck e Shoptime. Vamos revisitar esses programas”, revelou.

Há cerca de um ano, o Google começou a planejar como seria sua estratégia para a Black Friday. Depois de ter construído importantes parcerias com marcas ao convidá-las a ter war rooms na sede em São Paulo, a companhia passou a participar de war rooms nos escritórios dos próprios clientes. Era preciso inovar.

Gleidys Salvanha, diretora de negócios para varejo do Google Brasil, contou que se percebia um amadurecimento do mercado em relação à data, uma consolidação das ferramentas que medem performance, inclusive no vídeo, e uma mudança de comportamento do consumidor, que sinalizava que esta seria uma Black Friday propícia para o omnichannel. Foi quando eles buscaram a Play9 para desenvolverem um projeto que casasse vendas com entretenimento, um formato que poderia ser mais atraente para consumidores e marcas.

A partir daí, das junções de expertises e do apoio de marcas parceiras, surgiu o “Show da Black Friday”, que tem como participantes as empresas Adidas, Americanas.com, Carrefour, Chevrolet, Etna e PicPay. Cada uma delas irá compartilhar suas principais ofertas de produtos em categorias que vão de smartphones a carros, de móveis a roupas.

Durante a primeira hora do show, a live será exibida no topo da home do YouTube em um anúncio da Americanas.com. A programação terá conteúdo simultâneo nos dez canais, que são Felipe Neto, Kondzilla, Nostalgia, Desimpedidos, Gioh (da atriz Giovanna Ewbank), Bruno Correa, Eu Fico Loko, Diva Depressão, Franciny Ehlke e Luci Gonçalves. “Não dá para passar cinco horas vendendo produtos. Se fosse assim, teríamos uma quantidade enorme de desistências. O conteúdo vai conter releituras. Teremos uma ‘Cabine Sim e Não’, que é uma ativação do Carrefour, que vai lembrar uma atração do Silvio Santos”, disse Paes Leme, referindo-se ao famoso quadro do fundador do SBT em que crianças respondiam se trocavam um objeto por outro sem saber quais eram exatamente.

A proposta não é, portanto, ser um programa concentrado principalmente em vendas. Seu objetivo maior é gerar awareness. Embora haja uma expectativa de geração de fluxo para o site, o Carrefour entrou no “Show da Black Friday” porque desejava para esta edição algo que envolvesse engajamento, entretenimento e vendas. “Estávamos em busca de formatos diferentes quando soubemos do projeto”, contou Silvana Balbo, diretora de marketing do Carrefour. Neste ano, a empresa ampliou seu mix de mídias em relação à estratégia de 2018. Isso porque há uma expectativa maior de vendas para o período. Os números do terceiro trimestre dão mostras disso: no varejo físico houve aumento de 9%, enquanto no e-commerce o salto foi de 40%.

Dados de mercado mostram que o ticket médio do brasileiro está 20% maior para este ano. As pessoas pretendem gastar em torno de R$ 1.400. Um dado importante é que hoje a compra por impulso é menor em comparação aos anos anteriores. O brasileiro está se preparando cedo para a Black Friday. Nosso primeiro sinal para a data foi para o e-commerce e foi dado em outubro”, explicou Silvana.

O Clubeonline vai acompanhar uma parte do “Show da Black Friday” e dará bastidores de como foi o projeto.

Lena Castellón

Show da Black Friday

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