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Opiniões e mais opiniões sobre o referendo e a Veja
A pergunta é: "Quantos assinantes (e/ou anunciantes) a revista Veja deve perder depois de assumir posição escancarada - e por que não dizer, agressiva - a favor do NÃO, no referendo sobre a proibição de armas de fogo, na capa dessa semana? Eu respeito quem tem a mesma posição que a revista, mas fiquei com vergonha de ser assinante de uma publicação que entrou na minha casa com uma capa como aquela. Sei que a Trip, por exemplo, já se posicionou pelo SIM, e saiu com um tiro arrombando a revista. E obviamente, como sou pelo SIM, curti a Trip. Só que a Trip é focada na moçada e já tem um histórico alternativo, politicamente correto, politizado. Mas a Veja vir com tamanha lavagem cerebral me chocou. O que vocês acham? Estou sendo parcial ou a Veja passou mesmo dos limites, tendo em vista seu papel como maior revista semanal de nossa sociedade? Essa pergunta não quer calar. Aguardo ajuda. Outras opiniões permitirão que eu entenda melhor esse nó que se formou entre minha razão e minha emoção. Gostaria de conhecer seu ponto de vista para recolher argumentos que reforcem ou diminuam minha repúdia!" Marcello Freitas Alcântara - Planejamento / Atendimento - São Paulo
Agora seguem mais repostas:
Nota da Redação: as respostas muito longas serão enviadas ao Marcello, na íntegra, mas publicadas não integralmente aqui, por problema de espaço. Obrigada pela compreensão.
- Diga Não. Diga Sim. Isso é o que manda a Embratel. A musiquinha da empresa não sai da cabeça da gente. Ora dizendo Sim, ora dizendo Não. Mas a minha pergunta que não quer calar tem a ver com essa campanha: será que ela continua no ar ou sai, por causa da confusão que pode haver com o plebiscito? Renato Galvão - galvaojunior@climatempo.com.br
- Digo NÃO pra Veja. Giba - giba.reis@terra.com.br
- Eu não leio a Veja há muito tempo. Cancelei minha assinatura quando a revista passou a adotar uma visão política conservadora e reacionária. Mas confesso que levei um susto ao ver a capa desta semana. Para mim a Veja ultrapassou todos os limites de insanidade. A revista se superou: passou a representar a extrema direita, aliando-se ao pensamento retrógrado e nazista de gente como o deputado Jair Bolssonaro. É triste. Ah, que saudade do Mino Carta... Righi - righi@tvzero.com.br
- Equivocado, e muito. Essa é minha visão sobre seu texto, Marcello. Aliás, qual a diferença? Trip ou Veja? Lidas, ambas são. Não se esqueça, se a Trip quer conquistar votos dos jovens, por que então a Veja não pode fazer o mesmo com os mais "velhos"? Só pra ilustrar: apenas 7.4% do total de armas, no Brasil, são registradas legalmente. Já leu em algum jornal matéria sobre um bandido preso na hora que comprava arma legal em loja? E pra refletir: estou em casa quando um estuprador pula no quintal para agredir a minha mulher e minha filha. O que eu devo usar a meu favor? Daniel Botossi Trindade - dbotossi@gmail.com
- Acho que nenhuma revista ou outro meio de comunicação deve influenciar tão escancaradamente a opinião popular. Concordo que devam existir campanhas para o povo poder se esclarecer e optar.
Mas essa atitude da Veja, e das outras revistas e meios de comunicação, pode ser comparada a dos pastores das igrejas evangélicas, que conduzem os fiéis para votar no candidato que promete alguma ajuda para a igreja. Considero a manipulação da vontade popular um crime. Shirlei - studio@capitaomusical.com
- É provável que a Veja tenha feito essa capa num ato irresponsável de sensacionalismo, como fazem os tablóides ingleses, para simplesmente vender mais alguns milhares de exemplares. Da mesma forma que também é provável que a direção editorial da Veja tenha achado os argumentos para defender o "SIM" tão fracos que irresponsabilidade seria fazer uma edição imparcial. Será que as razões para o SIM ao desarmamento são assim tão banais ao ponto de irem por água abaixo por causa da capa da Veja? Eu prefiro abrir a revista e ver se aquilo que eles dizem faz algum sentido. Enquanto a discussão for somente por causa da capa e não do conteúdo da revista estaremos apenas mostrando que não estamos aptos a decidir sobre essa questão. Se o Brasil fosse um lugar bacana e nós um pouco mais inteligentes talvez o Diogo Mainardi nem tivesse emprego. Bêda - falabeda@mac.com
- Concordo plenamente que uma instituição como a Veja, formadora de opinião e veículo de comunicação, não deveria tomar qualquer partido e sim abrir um debate para que seus leitores pudessem, munidos de argumentos, tomar suas próprias decisões. O que nos resta saber é: será que na próxima semana a Veja trará em sua capa 7 motivos para se votar Sim? João Lobo - estudante de comunicação - jlobo@brturbo.com.br
- Com um Estado com horizontes e metas totalitárias, com cada vez mais policiais fazendo mal o seu serviço (e abrindo empresas de segurança particular) e com a imoralidade corrupta das autoridades investidas do poder de fiscalizar estou pleno a favor do Não, mesmo não tendo (e sem pretender ter) uma arma. E repasso trechos que li por estes dias: "É uma absurda ingenuidade imaginar que, diante da proibição do comércio legal, ninguém mais comprará ou portará armas. O mercado não vai estancar simplesmente porque o Estado proibiu a comercialização. Historicamente não tem sido assim. Quem não se lembra da Lei Seca, nos EUA, ou da reserva de mercado de informática, no Brasil? Nos dois casos, e em muitos outros que a experiência de proibições comerciais mundo afora construiu, cresceu o mercado clandestino e o contrabando. Esse é o terreno fértil para aumentar a corrupção" (DENISE FROSSARD). "Agora o plano é desarmar os cidadãos, proibindo terminantemente o porte de armas, mesmo que exclusivamente dentro de casa. Não tenho arma e sou visceralmente contra seu uso, mas não sou maluco. O cidadão que respeitar a lei não terá mais arma em casa e nem mesmo no sitiozinho, onde relaxar virou privilégio de quem pode contratar seguranças e ter cachorros ferozes por tudo quanto é canto. Mas e o bandido? Ah, este estará de agora em diante perdido, porque o novo dispositivo legal cerceará sua ação criminosa. Verdade que terá certeza de que poderá entrar na casa de qualquer cidadão ordeiro, porque esse cidadão não contará com uma arma para se defender. Mas o bandido poderá ser facilmente vencido. Basta que se guarde um exemplar da nova lei para mostrar ao assaltante: Olhe aí, diz aqui que é proibido o porte de armas. Oh, desculpe, dirá o assaltante, pedindo licença para se retirar e saindo sem bater a porta. Foi mal, eu não tinha sido informado. E não duvido nada de que se o cidadão tiver em casa um revólver, mesmo que não dê um tiro no assaltante, seja preso e processado inafiançavelmente, enquanto o assaltante, réu primário, servirá pena de dois anos em regime semi-aberto. O governo ataca de novo um problema complexo e cujo buraco está a léguas mais embaixo com os instrumentos estatais mais comuns entre nós: uma lei (ou medida provisória) moderníssima; várias comissões, todas com direito a jetons, passagens, etc. Desta forma, só posso crer que se trata de mais uma armação da Central Brasileira de Trambicagem, a fim de estabelecer as futuras prósperas bancas-de-fogo, que se juntarão às já abundantes bocas-de-fumo. Armas não se poderão comprar legalmente. Ilegalmente, claro que sim, é para isso que existe a lei. Triste situação a do bandido, que só o faz sofrer e a nós ter pena. Já pensaram no peso na consciência dele como portador ilegal de arma? É de matar qualquer um. (JOÃO UBALDO RIBEIRO). Alvaro Povoa - studio@povoa.com.br
- Faz muito sentido para mim que você esteja com este nó entalado na garganta, Marcello, já que sua opinião não condiz com o que a Veja publica na capa. Posso dizer que já fui a favor da proibição do comércio legal de armas e realmente acredito que arma não faz bem a ninguém. Mas achei pouco convincentes os argumentos utilizados por propagandas pelo SIM no horário gratuito. E nós sabemos que o grande problema da violência e criminalidade no Brasil não provém de armas de cidadãos de bem, com autorização legal. Creio que com o fim do mercado legal de armas, a criminalidade irá continuar, e provavalmente irá AUMENTAR. Os chefes de quadrilhas devem estar soltando fogos com a quantidade de artistas famosos fazendo progaganda pelo "SIM" na TV e levantando sua bandeira em horário nobre.
Marina Battistetti Festozo - bióloga - marina@festozo.com.br
- É, nosso país tem diversos problemas. Inclusive a intolerância das pessoas que, quando não vêem o que elas querem publicado, acham que está tudo errado. A Veja tomou uma posição? Ótimo. Agora, o fato de você não concordar não quer dizer que a revista tenha que perder assinantes por causa disso. Quando a TRIP saiu com a capa anunciando o SIM, ninguém assinou a TRIP por causa disso. Ou seja, eu só me manifesto se for desagradado. Uma das mulheres que comentou a pergunta do Marcello disse que o filho de 18 anos dela jogou a revista longe. Como assim? Ele não consegue ler uma opinião e apenas discordar dela? Precisa destruir a revista? E com 18 anos ele pode votar. Ou seja, se o resultado da eleição for diferente do que ele quer vai jogar fora as urnas? Na eleição americana, por mais viciada que seja, os jornais e revistas tomam posição. No plebiscito francês que disse não à constituição européia os jornais e revistas também tomaram suas posições. Mas no Brasil, se a classe média "moderninha" urbana for confrontada, ela simplesmente faz boicote. E eu pude dizer tudo isso, sem dizer se vou votar Sim ou Não. Porque o email do Marcello Freitas não trata dessa questão. Trata apenas de tirar a liberdade de imprensa de um veículo de comunicação. E se a Veja vier no próximo domingo com uma capa com motivos para se votar Sim? Claudio Gomes - gomeslim@hotmail.com
- Marcello, sou assinante de Veja e de Trip e fui tomada pela exata mesma sensação que vc ao ver a capa de Veja desta semana. Engraçado que o mesmo não aconteceu ao ler a TRIP, e seu SIM, até porque li as duas na íntegra e a Trip deu de 10 na semanal pela qualidade da reportagem e dos argumentos. Concordo que a Trip tem essa veia engajada em assuntos diversos e uma postura que até define o perfil dos seus leitores. E a Veja tem um papel social de responsabilidade muito mais amplo que a primeira. Cometeu uma gafe irremediável e tendenciosa. Desde a semana passada, aliás, a revista já vinha me irritando, ao se apropriar da responsabilidade de ter descoberto o esquema de corrupção do juíz Edilson, atrapalhando a atuação da Polícia, que já investigava o caso há meses. Vou cancelar minha assinatura e ter uma obrigação de leitura a menos na semana. Thaís Parodi - planejamento - Saviezza - thais@saviezza.com.br
- Lavagem cerebral é o que estão fazendo com a campanha do SIM, botando um monte de artistas conhecidos pela "grande massa" falando uma porção de dados, para poder angariar a esmagadora maioria dos votos. Ok, já está claro que o SIM vai ganhar, quem sabe por isso a Veja se posicionou CONTRA, pra botar lenha na fogueira e testar o poder de sua opinião. Isso é só o começo... A gente ainda vai ver muita reportagem, pesquisas falsas, enfim, a mesma baboseira de sempre. Rafael Ziggy -ziggao@gmail.com
- Na minha opinião, nenhum meio de comunicação deveria tomar posição sobre o assunto. Qualquer meio que expuser uma opinião, seja a favor ou contra, vai estar influenciando sua audiência. Bruna Chiavenato - chiavenato@gmail.com
- Para responder sua pergunta, Marcello, irei fazer outra: Você acha que a Rede Globo irá perder audiência sendo explicitamente a favor do SIM? A "lavagem cerebral" é muito maior. Chega ao ponto de nem mesmo você perceber isto. Jandir Neto - birapop@yahoo.com.br
- Para responder sua dúvida, veja o programa de hoje sobre o Referendo, mais especificamente, a campanha Não. Já estão utilizando a revista Veja. Um absurdo. Tanto a revista, qto a campanha pelo Não. Um veículo de informação do peso de Veja precisa informar e não tirar conclusões. O leitor que as tire. Esse caso mostra quão perigoso pode ser uma revista, independentemente de seu porte e papel na sociedade, tomar partido de um causa, uma vez que ficamos jogados à sorte da opinião de seu board editorial. E se o responsável pelo editorial for simpatizante de movimentos skin heads, ku klux klan, xenofobismos ou até terrorismo e luta armada? Acho que faltou à Veja seguir à risca o slogan: "Quem lê Veja entende os dois lados." Como, sendo tão parcial? Mais cautela e neutralidade. Daniel Lima - daniellimamas@yahoo.com.br
- Faço minhas as palavras do Dr.Içami Tiba: "Mais do que com armas é com conhecimento que se pode fazer uma reviravolta neste país, que consegue sobreviver apesar da falta de ética de parte grande dos nossos governantes. Não votei em ninguém para ser enganado, roubado ou para fazer com que um jovem brasileiro tivesse que buscar um honrado trabalho em Londres e "por acidente" terminasse assassinado com vários tiros na cabeça. Ninguém sairia do Brasil para trabalhar em outro país se aqui houvesse condições dignas de trabalho. Me revolta um governo que promove um plebiscito, demonstrando querer ouvir o povo, mas com uma pergunta capciosa. Por que não perguntar se o brasileiro gostaria de ver sua mulher e filhos estuprados e sua casa arrebentada porque "maus elementos" estavam armados e ele desarmado? O mau está no espírito das pessoas e não no que elas têm nas mãos. Morrem mais pessoas em acidentes de carro do que com tiros. Não seria o caso também de se fazer um plebiscito para proibir a venda de carros? Robson Cavalcante - robson.cavalcante@superig.com.br
- Para defender sua posição, a revista Veja parte de um sofisma. Troca a pergunta, apenas como forma de confundir o leitor. Sugere que a questão correta deveria ser: "O Estado brasileiro pode tirar das pessoas o direito de comprar armas de fogo?". Colocando o Estado como o sujeito da pergunta, Veja tenta confundir, fazendo parecer que uma entidade intangível, o Estado, cerceará o direito do cidadão possuir armas de fogo. Ocorre que num plebiscito Estado e Cidadão passam a ser uma unidade. O voto do povo é a expressão da sua vontade. E o povo votando, pode tudo, proibir ou liberar. Ao contrário de um Estado Autoritário, que Veja tenta criar. Quem dirá não às armas é a sociedade ao votar Sim. E não o Estado. Diferente do que a revista propõe, a pergunta é absolutamente pertinente. O referendo pretende comprovar se a sociedade quer ou não que exista acesso do cidadão comum, obediente às leis, às armas de fogo. Aliás, confundir parece ser o objetivo principal da matéria. O jogo dos 7 erros de Veja: 1) Na Suíça armas são liberadas e as mortes são poucas. Na Jamaica é o inverso. Ora, comparar Jamaica com Suíça? Se Veja comparasse Suíça com Japão, veria que entre dois paÍses socialmente equivalentes, o número de mortes por arma de fogo em 100 mil baixou 40% após a proibição. 2) Armas não transformam cidadãos em assassinos? E as brigas conjugais? E as brigas entre vizinhos? E as brigas de bar? E os acidentes? Alias, em última análise, de que serve uma arma, senão para assassinar? 3) Dado histórico equivocado. O desarmamento na Alemanha nazista ocorreu 3 anos antes de Hitler subir. Não foi, por isso, uma "ferramenta do totalitarismo". 4) A polícia não é capaz de nos proteger, é fato. Mas nossos hospitais também estão sucateados. A solução então é a auto-medicação? 5) A proibição vai alimentar o comércio ilegal? Então por que não liberar o crack? Afinal, a proibição deve estar alimentando seu comércio ilegal. 6) Os criminosos não vão obedecer a proibição? Boa idéia. Vamos fazer apenas leis que criminosos obedeçam. 7) Ninguém discute que a polícia deve ser melhor aparelhada. Mas esta é outra questão. Não é o que se está discutindo com o referendo. O erro maior de Veja não foi apenas assumir uma posição tão clara e tendenciosa às vésperas de uma eleição. O principal erro foi faze-lo de maneira ingênua, subestimando o leitor. Neto - neto@bullet.com.br