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Tendências da CES

Do robô Ballie a carros voadores, passando por humanos artificiais

13.01.20

Na semana passada aconteceu em Las Vegas a CES, Consumer Eletronics Show, feira de tecnologia que há alguns anos vem atraindo anunciantes e profissionais de agências para acompanhar tendências da indústria que impactam nos negócios. Alguns produtos apontam para o futuro imediato. Outros vão exigir mais tempo de maturação, mas indicam cenários para os quais as marcas podem se preparar. De todo modo, experiência é palavra de ordem.

Uma das empresas que chamou atenção foi a Samsung. Em painel da CES, ela abordou exatamente como vem se preparando para o que chamou de “era da experiência”. A companhia anunciou que está se dedicando a uma década de inovação centrada nos seres humanos, combinando hardware e software para criar experiências personalizadas que tornem a vida mais prática e mais significativa.

Nesse sentido, os conceitos envolvidos vão de robótica à inteligência artificial, de 5G à computação de ponta. Para a Samsung, os robôs são "companheiros de vida". Eles não precisam ter cara de personagem dos Jetsons, podendo lembrar mais o universo de Star Wars. É o que se pode imaginar a partir do Ballie, um pequeno robô amarelo rolante que promete ajudar ativamente em casa.

Sebastian Seung, vice-presidente executivo e cientista-chefe de Pesquisa da Samsung Electronics, explicou que os recursos de IA integrados ao Ballie permitem que ele seja um assistente de condicionamento físico, por exemplo, e uma interface móvel que busca soluções para as demandas das pessoas, mantendo rigorosos padrões de proteção de dados e privacidade. Ao menos é a promessa da companhia. Detalhe é que ele vem com uma câmera para capturar “momentos especiais”.

Outra proposta da companhia inclui a cozinha, fazendo com que os aparelhos se tornam parceiros culinários, mesclando habilidades de chef, nutricionista e assistente de compras. A Samsung destacou uma estação de cultivo de hortaliças em casa e o Bot Chef, um assistente robótico de preparação de alimentos.

Saindo de casa e expandindo a assistência para a rua, a empresa sul-coreana mencionou a combinação de 5G, computação de bordo e IA para transformar a experiência de transporte urbano. Um conceito adotado é o "Veículo para Tudo", que visa permitir a a comunicação entre o carro e o resto da cidade. O mix entre cidades inteligentes e 5G é um caminho para impulsionar a vida nos centros urbanos, facilitando deslocamentos e localização de serviços e melhorando a ideia de vida em comunidade. Para a Samsung, há três áreas fundamentais para o aprofundamento da era da experiência: segurança e privacidade, tecnologia para o bem e cidadania.

Por falar em carros...

Uma parceria que roubou atenção do público que esteve na CES foi do Uber com a Hyundai. Eles pretendem oferecer um táxi voador, cujo protótipo só deverá ser apresentado em 2023. A montadora apresentou o S-A1, um veículo alimentado por energia elétrica que tem quatro rotores para levá-lo aos céus. Nele caberiam quatro pessoas com bagagens. A intenção é que ele dispense motorista, mas isso ainda não está garantido.

A Sony também adentrou esse campo, mas de forma conceitual. Ela apresentou um carro elétrico, o Sony Vision-S, que demonstra a tecnologia de que dispõe com vistas ao futuro da mobilidade urbana. O modelo é equipado com 33 sensores internos e externos. Conta com telas de alta definição, sistema de áudio 360º, 5G e assistente para motorista. É um carro altamente conectado, mostrando que a marca está se preparando para ser parceira de grandes montadoras (veja vídeos abaixo).

Humanos artificiais?

Entre as diversas apresentações e novidades das empresas, um que também conquistou espaço na mídia foi o projeto Neon. Criação de uma startup que só tem quatro meses de desenvolvimento, ele é a uma espécie de "próximo passo" dos assistentes com os quais já lidamos no cotidiano. Com apoio da Samsung, a Star Labs está preparando uma interface mais humana, que pode ter corpo inteiro ou apenas surgir do busto para cima.

Com expressões mais genuínas, os Neons seriam humanos artificiais para interagir com humanos de verdade. Como atendentes a chamar os consumidores pelo nome e trazer informações mais personalizadas. O projeto é muito novo e ainda precisa de mais tempo e experimentos para oferecer uma experiência mais completa.

Foram escaneados rostos de pessoas reais, com suas múltiplas reações. Desse modo, a tecnologia procura conferir a esses “assistentes” emoções mais de acordo com o que seria natural. Estima-se que o protótipo que deve oferecer uma interação mais próxima do que se pode imaginar de um humano artificial ficará pronto dentro de quatro anos.

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