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The Future 100 – 2.0.20

Estudo da Wunderman revisa 20 tendências e agrega 5 após pandemia

19.05.20

Em janeiro, a Wunderman Thompson Intelligence divulgou seu relatório anual de tendências, o “The Future 100”. No momento do lançamento, o novo coronavírus estava começando a aparecer em reportagens, mas seu impacto sobre o mundo estava distante do que viria a acontecer em março, quando a OMS reconheceu a doença como pandêmica.

Passado todo esse tempo de covid-19 – que segue em expansão –, Emma Chiu, diretora global da Wunderman Thompson Intelligence, afirma que muitas das tendências identificadas no documento de janeiro até aceleraram e amadureceram. Com isso, foi feita uma atualização do estudo e assim foi apresentada a versão “The Future 100 2.0.20”, que destaca 20 principais tendências que foram aceleradas por causa dos efeitos da pandemia e outras cinco observadas com as transformações que o mundo está vivendo.

Algumas de nossas descobertas mostram que o surto de covid-19 elevou os níveis de ansiedade. Os americanos mais jovens, de 18 a 24 anos, estão cinco vezes mais ansiosos que a geração X e os boomers. Eles estão sobrecarregados por preocupações com o futuro econômico, perspectivas de emprego e custo de vida.”

Na visão de Emma, os papéis das marcas continuam a evoluir já que são cobrados posicionamentos das empresas. Muitas adotaram medidas não convencionais, promovendo uma causa maior, deixando de lado a concorrência e até mudando completamente a produção. Outro ponto destacado pelo trabalho é que a paralisação das atividades e o isolamento social estão dando às pessoas tempo para refletir, redefinir prioridades e reforçar valores. Isso inclui a importância da comunidade, o apoio às empresas locais, à necessidade de melhores regulamentos de saúde pública para a proteção das gerações futuras. Ou seja, marcas, profissionais de marketing e de agências têm diversas novas atitudes dos consumidores para analisar. De todo modo, agilidade será mandatória neste ano que entrará para a história.

Veja as 20 tendências aceleradas e as 5 novas:

1 – Futuros otimistas - Pessoas e marcas estão fazendo um esforço conjunto para buscar positividade, alimentando um momento coletivo que ruma em direção a um futuro construído com otimismo. Nos EUA, a busca por “boas notícias” disparou na segunda semana de abril, atingindo um volume registrado em cinco anos. Um exemplo da procura por cenários mais otimistas é o sucesso do canal “Some Good News”, lançado no YouTube em 29 de março pelo ator John Krasinski (“The Office”). O primeiro episódio obteve mais de 17 milhões de visualizações.

2 – Domando a influência da tecnologia - Nunca foi tão importante organizar a terra selvagem das mídias sociais. Em fevereiro, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que fake news se espalham mais rápido e mais facilmente do que o novo coronavírus. No relatório, em janeiro, falava-se que 2020 daria um novo foco em como a informação, em especial a política, é disseminada nas redes sociais. O foco do mundo pode ter migrado para a saúde, mas a atenção para a qualidade da informação se acentuou. Medidas adotadas pelas redes na pandemia indicam que as Big Tech vão desempenhar um papel maior na regulação do conteúdo que viraliza.

3 – Tecnologia mais protetora – Depois de experimentar um mundo que adotou amplamente protocolos de saúde chegando ao nível hospitalar, as pessoas esperam a manutenção de altos padrões sanitários. Elas vão buscar projetos e serviços que ajudam a protegê-las de micróbios, vírus, poluentes e muito mais.

4 – Novas comunidades digitais – A quarentena e o distanciamento social contribuíram para impulsionar as mídias sociais e novos espaços digitais que estão facilitando a conexão entre pessoas na falta de reuniões presenciais e mesmo de convívio nas relações individuais.

5 – Era da privacidade – Preocupações com a saúde eclipsaram o debate sobre o tema, que vinha ocorrendo de forma global. Enquanto o mundo virou sua atenção a assuntos mais urgentes, a privacidade dos dados foi colocada em segundo plano. Mas como empresas e governos adotam tecnologias sofisticadas de rastreamento de dados como arma contra a covid-19, ativistas pelo direito à privacidade estão soando o alarme para a questão.

6 – Legado da preservação - Uma abordagem mais consciente do turismo será implementada com as populações percebendo como a natureza floresceu sob limitações de viagem. Será a oportunidade de se repensar a atividade.

7 – Valorização de destinos “à prova de desastres” – A necessário de a população se preparar para cenários de cataclismas – o que envolve desde preocupações climáticas a novas epidemias – está ampliando o interesse por abrigos e planos de contingência capazes de proteger as pessoas.

8 – Os novos super-criativos – A criatividade digital está em alta. Plataformas como Instagram, Snapchat e TikTok já mostravam como o público jovem está construindo um território para expressão artística e digital. Mas a quarentena fez florescer novos impulsos criativos, como uma ampla ocorrência de lives. Essa onda vale para uma marca como Apple, que fez uma campanha pela “criatividade contínua”, apesar da paralisação, ou Gucci, que convidou artistas como Elton John e Jane Fonda para publicar conteúdo em seus canais para incentivar a expressão criativa de outras pessoas.

9 – Ações não-convencionais das marcas - Estratégias de negócios estão sendo reorganizadas com empresas priorizando a responsabilidade social à frente do lucro. Um exemplo foi a decisão do grupo LVMH trocar a produção de perfume em uma de suas plantas pela fabricação de álcool em gel, linha que foi doada para autoridades sanitárias francesas.

10 – Ingredientes à prova do tempo - Alimentos que resistem ao teste do tempo viraram um item exigido nas residências, já que os consumidores buscam mais provisões que sejam mais duradoras. Comida fresca ainda atrai bastante, mas o público está mais atento a produtos com vida útil longa. E isso inclui chefs.

11 – Agricultura regenerativa – Consumidores estão se acostumando a fazer pedidos a fazendas e hortas locais, com cultivo sustentável, nesta pandemia. A quarentena tem provocado um questionamento entre nosso sistema alimentar e a distância entre a produção de uma fazenda e a chegada do alimento à cozinha. Isso pode acelerar o crescimento da agricultura regenerativa, também conhecida como agricultura ecológica.

12 – Skincare 2.0 – A tecnologia para hiper-personalização de produtos para a pele está chegando a ponto de oferecer recursos que ajudam a proteger consumidores de problemas de saúde, como diminuir riscos de contágio por micro-organismos. Álcool em gel, por exemplo, virou item obrigatório na bolsa.

13 – Consumo anti-excessos - Enquanto uma recessão se aproxima, as pessoas pensam duas vezes antes de comprar. Elas estão considerando também o impacto de longo prazo dos excessos do consumo sobre a sociedade e o planeta.

14 – A nova super-loja – Uma nova cadeia de serviços emerge com o mercado de restaurantes se vendo obrigado a ser mais flexível. Muitas grifes gastronômicas criaram deliveries e outras linhas de atuação para continuar a atender clientes.

15 – Conselhos de saúde - Empresas de distintos os setores estão colocando a saúde pública no topo de suas agendas. Companhias vão procurar especialistas no tema ou em medidas sanitárias para que eles possam desenvolver estratégias inovadoras e preventivas para proteger a saúde de funcionários e clientes.

16 – Arquitetura do bem-estar – A construção de ambientes está sendo remodelada para que sejam priorizados a saúde, o bem-estar e a sustentabilidade.

17 – Spas digitais – Spas estão abrindo serviços virtuais para se conectar com clientes em casa. O bem-estar encontra um novo espaço no mundo digital, com aplicativos e atividades oferecidas pelo meio virtual.

18 – Reengenharia dos relacionamentos – Empresas de tecnologia estão fornecendo melhores maneiras de construir e manter relacionamentos. O isolamento social está afetando a saúde psicológica das pessoas. Soluções e aplicativos estão crescendo para ajudar de solteiros a idosos. São desde serviços como o QuarantineChat, que oferece "conversas surpresas" em horários aleatórios. Mesmo apps de relacionamento e namoro expandiram serviços.

19 – Novas formas de pagamento – Pessoas cautelosas em tocar dinheiro ou teclados para digitar senhas estão aderindo mais a aplicativos de pagamento sem atrito.

20 – Finanças da Geração Z – A geração Z entrará no mundo do trabalho em meio a uma recessão cujo final é desconhecido. O futuro financeiro dos adolescentes e jovens adultos de hoje é um desafio. Eles precisarão ser pragmáticos com as finanças e vão precisar de orientações para fazer a gestão do dinheiro.

NOVAS TENDÊNCIAS

21 – A nova linguagem da publicidade – As marcas estão repensando a maneira como conversam com os consumidores nestes tempos em que a pandemia alterou a interação entre as pessoas. Uma pesquisa feita nos EUA pela Wunderman Thompson Data para estes dias de quarentena mostra que, embora a maioria espere voltar a atividades regulares após a crise, as relações de pessoa para pessoa podem mudar. Enquanto mais de 70% dos entrevistados esperam voltar a frequentar restaurantes, cinemas e eventos esportivos e culturais, os números caíram para certas interações: 35% dizem que evitar abraços se tornará o novo normal, 36% esperam continuar o distanciamento social e 43% afirmam que não retomar o aperto de mãos. Os consumidores da pós-pandemia viverão em um mundo menos orientado ao toque, com foco em casa e ênfase na vida digital. Anunciantes precisarão checar se estão retratando a realidade das pessoas.

22 – O multiverso dos games – Durante o lockdown, a versatilidade dos games se tornou algo salvador para muita gente. Seus benefícios incluem companheirismo, educação e alívio do estresse. Nesse cenário, destaques para o jogo Animal Crossing: New Horizons, da Nintendo, que foi lançado em março, virou um fenômeno no setor. O game é uma ilha para onde muitas pessoas gostariam de partir. Outro destaque foi o Fortnite. Na falta de festivais de música, o rapper Travis Scott fez um show, em abril, com um avatar na plataforma, atraindo mais de 12 milhões de jogadores. O total de usuários ativos do Fortnite atingiu 350 milhões no mês. O jogo lançou ainda o Fortnite Party Royale, em 8 de maio, com Deadmaus, Steve Aoki e Dillon Francis. Durante a quarentena, o número de jogadores online mais que dobrou na Europa e o tráfego de games aumentou 75% nos Estados Unidos.

23 – Novas formas de jantar – Restaurantes estão tendo que se adaptar rapidamente às precauções que surgiram por causa da pandemia. Como o distanciamento social. Por algum tempo, jantar fora será diferente de tudo.

24 – Fé renovada – A espiritualidade está aumentando à medida que as pessoas buscam conforto e estabilidade em tempos turbulentos. A pandemia está dando tempo para milhões de pessoas olharem para dentro e para o alto sob novas óticas espirituais que podem durar mais do que o lockdown.

25 – Viagens virtuais e por paisagens de videogame – Plataformas virtuais e games estão evoluindo para criar experiências de turismo digital. Agências de viagens estão se apoiando em extensões virtuais de passeios. O Airbnb lançou Experiências Online em abril, permitindo que turistas viajem pelo Zoom para meditar com monges no Japão ou para visitar os cães de Chernobyl. As pessoas estão usando mais as telas como uma janela para o mundo, voltando-se para “gamescapes” e tours virtuais para explorar mundos e lugares.

Para baixar o estudo na íntegra clique aqui.

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The Future 100 – 2.0.20

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