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Um brasileiro em Lisboa

Portfólio Night em Portugal

15.06.09

Tem uma Alfa Graphics ali na esquina da Rua Amauri com a Faria Lima. Sabe qual é? Então, o meu primeiro portfólio eu imprimi ali, meio na correria, pois tinha uma entrevista marcada no dia seguinte.

Me lembro que levava todos os trabalhos em dois zip disks, cada um socado com 100 MB de anúncios, que eu trazia da faculdade.

Depois, pedia para fazerem uma segunda cópia, mais barata, com um papel menos zambers. Essa era a cópia para deixar na agência depois da entrevista. E isso se repetia a cada nova entrevista marcada e a cada novo anúncio criado.

E, se imprimir era complicado, o esquema de marcar a entrevista era mais. Achar o telefone certo; ser chato, sem ser chato; ligar novamente.

Dez anos atrás o negócio ainda era muito mais pelo telefone. O e-mail tava lá, mas, para marcar entrevista ainda era no gogó, metade nervoso, metade cara-de-pau.

Bom, dez anos depois, na sexta retrasada, tivemos o Portfólio Night aqui em Lisboa.

Pela primeira vez em Portugal. E a Leo Burnett foi a agência anfitriã do evento.

Putz, como o esquema mudou. Dos 75 jovens criativos que mostraram suas pastas, mais da metade usou seu laptop. Muitos não eram redatores ou diretores de arte. Alguns eram pintores, fotógrafos e artistas plásticos.

Quase todo o portfólio de um designer era sobre uma manifestação artística do que era real ou não real. Parece estranho, mas era genial.

Teve um que tinha tipologias impressionantes. Uma delas, feita com móveis desconstruídos.

Ao final de cada entrevista, quase ninguém deixou o portfólio em papel, com gramatura mais fina e no pequeno espiral, mas sim links de blogs, de sites para filmes, para projetos, para qualquer coisa.

É interessante fazer o esqueminha Michael J. Fox e viajar para o passado para lembrar como era e comparar com hoje.

Mudaram as pastas, as formas, os meios, as pessoas. Tinha uma menina de uns 22 anos com uma mega campanha Integrated Titanium Makers na pasta dela.

Pelo o que eu pude perceber nos dias que antecederam o evento, aqui dentro da Leo, o negócio não é assim tão fácil de realizar. Dá um trabalho - como diria a minha irmã que mora no Rio: "Sinistro, cara".

Se você é um criativo a fim de mostrar o seu portfólio, faça sua inscrição na próxima edição. Ou mande um e-mail para a organização, com uma foto sua fazendo sua melhor imitação do gato de botas do Shrek, para fazerem outra edição ainda este ano.

É uma experiência muito bacana. Para os jovens e para os diretores criativos. Sensacional. Os caras da Alfa Graphics é que não devem curtir tanto.


Por Erick Rosa - Redator - Leo Burnett Lisboa
 
erick.rosa@leoburnett.pt


 Leia as colunas anteriores aqui.


Comentários

mico - f..didu brow! realmente as coisas mudaram, tem que acompanhar, para a gente nao ficar para tras! Abs


Alfredo Antonini - - enquanto isso aqui no brasil redatores mostram que sabem fazer títulos com sacadinhas engraçadas e diretores de arte sugerem dominar mais do que qualquer photoshop guy europeu. ainda na era Alfa Graphics por aqui!


Vazio -  Espero que ai em Portugal, todos os diretores de criação que confirmaram presença tenham ido, por que aqui nem metade foi ... uma falta de consideração com as pessoas que pagaram para, quem sabe mostrar a pasta para tais pessoas.



 

Um brasileiro em Lisboa

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