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Sir'aiva e o hamburguer Chokito
Dizer que o hamburguer do Sir'aiva é o melhor do mundo é exagero. Mas também não é mentira. É exagero porque, eu, obviamente, não comi hamburgueres em todo o mundo. E não é mentira, porque, de todos os que eu já comi, o do Sir'aiva é o que chega mais próximo de inverter a posição daquele seu amigo vegan que carrega na pen drive uma cópia do filme Food Inc.
Quem me indicou foi a Luciana Cani, que trabalha aqui com a gente. Ela falava do hamburguer com a mesma paixão de um rubronegro ao descrever a comemoração do Júnior ao marcar o primeiro gol na final de 92 . Então fui lá socar as artérias de colesterol.
O lugar é uma tasca, pequena e estilosa. É para fumantes e é o próprio dono que atende. No cardápio, uma porção de pratos. Todos eles interessantes. Mas apenas duas linhas estão reservadas para os Hambúrgueres. É diferente de um restaurante com Hambúrguer no nome, no logo, na porta, no neon. O Sir'aiva cozinha vários pratos, e também faz hambúrgueres.
E é essa despretensão que faz do hambúrguer servido nesta tasca da Rua São Bento um negócio de querer levar ao fim da refeição, um idêntico para viagem, num tupperware gordo.
É como se a Angelina Jolie (a Angelina de Mr and Ms. Smith ou daquele poster marvado-- do segundo Tomb Raider) das vacas acabasse grelhada no seu prato. Não sei a origem da carne e muito menos a receita do molho.
Mas é uma combinação perfeita. Não tem pão. Não tem queijo. É a carne farta apenas com o molho ao centro do prato. São uns dois dedos de altura de carne, um palmo de diâmetro e umas três colheres das de sopa vazando-- com o molho secreto.
O Chokito do título diz respeito à textura do hambúrguer. Crocante por fora. Macio por dentro. De derreter na boca mesmo, como o chocolate do título. Nunca assisti o fera grelhar a carne do outro lado do balcão. Mas deve ser aquele negócio de lançar o naco de carne moída sobre uma chapa vulcânica que grelha no primeiro contato a camada de fora e deixa o interior quase cru. É genial.
E finalmente as batatas fritas. Que são normais. Bem normais. Até você afogar uma no molho do hamburguer. Bom, morei em São Paulo por quase dez anos e comi muitos hamburgueres na cidade. Maltratei muito buraco de cinto por causa deles. Dizer que o Hamburguer do Sir'aiva é o melhor do mundo é exagero. Mas se você estiver por essas bandas e provar -- depois de abraçar o dono do restaurante -- vai concordar comigo que também não é mentira.
Erick Rosa é diretor de criação da Leo Burnett Ibéria, em Lisboa [erick.rosa@leoburnett.pt]
Leia textos anteriores desta coluna aqui.
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