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Unlock CCXP22

Pesquisa esmiuça 4 perfis dos fãs de cultura pop

29.11.22

A décima edição da pesquisa Geek Power, estudo produzido pelo Omelete Company em parceria com o Instituto MindMiners e o Winnin Insights, foi apresentada nesta terça-feira, 29, no início do Unlock CCXP, evento que antecede a CCXP. O trabalho, que mapeia o comportamento do público ávido por cultura pop, mostrou que é preciso ter mais atenção sobre aspectos que diferenciam alguns perfis dessa população: geeks, nerds, millennials e geração Z (gen Z).

A pesquisa ouviu 6.678 pessoas. Pela projeção dos dados, 52% da comunidade geek no Brasil é composta por homens. Mulheres são 48%. Brancos representam 68% e negros, 26%. Pela faixa etária, a maior parte do público está entre 22 e 29 anos (34%) e 30 e 39 anos (32%).

Outros destaques do estudo são: 47,5% investem seu dinheiro; 65,8% são solteiros; 52% praticam atividades físicas; e 52,2% não possuem carro próprio.

Um dos pontos do trabalho deste ano foi exatamente fazer a distinção entre os perfis (especialmente entre millennials e gen Z), o que ajuda as marcas a definirem melhor seus projetos para a comunidade, disse Otávio Juliato, CCO do Omelete Company, que apresentou os resultados do Geek Power 2022. “Fizemos essas distinções para entendermos as nuances desse público e compreender o tamanho do mercado. A mesma fórmula não se aplica a todos os clusters. É fundamental fazer adaptações para cada perfil”, explicou.

De acordo com o Geek Power, nerd é mais tradicional, é raiz. Também é mais técnico, introvertido e acadêmico. O geek é o nerd contemporâneo, é comunicativo, cool e especialista em cultura pop.

O millennial é grande conhecedor da cultura nerd. É um público majoritariamente masculino. Eles preferem vídeos longos e explicativos. Para o gen Z, a cultura geek é mainstream. A comunidade é mais plural e inclusiva do que os millennials. Há uma maior presença feminina nesse perfil. E a preferência é pelos vídeos mais curtos e engraçados.

É importante compreender, porém, que existem rituais que unem essas gerações de fãs de cultura pop: gostam de assistir a animações, conversam e brincam com elementos dos universos nerd e geek, vão ao cinema rotineiramente e frequentam eventos geeks para fazer uma imersão maior nesse mundo.

Um exemplo de como é essencial saber distinguir os perfis é a maneira como eles encaram produções mais antigas do cinema. Os millennials relembram o passado com nostalgia. O gen Z descobre coisas do passado que não tinha conhecido e começam a amar.

Muitas vezes esse conhecimento se dá por uma mídia (cinema), que busca um conteúdo ou personagem de anos atrás. Isso costuma ocorrer com super-heróis que invadem as salas dos cinemas. A geração Z, que não consumia as HQs com esses personagens, passa a ir atrás desse conteúdo. Ou seja, um sucesso na telona pode desencadear conteúdos para outras mídias. “Dentro dessa rede, você pesca mais consumidores”, comparou Juliato.

Há mais diferenças curiosas entre esses dois perfis quanto ao consumo de filmes e séries. Millennials são saudosistas, “críticosde cinema e adoram fazer maratonas de séries (binge watching). Os gen Z são “Sherlocks” da sétima arte (adoram curiosidades e fofocas), curtem paródias e preferem produções com personagens ao estilo “gente como a gente”.

A pesquisa Geek Power esmiuçou também mais dos perfis de gamers, otakus (fãs de cultura oriental) e cosplayers, com insights para as marcas. Juliato comentou que o mercado cresce em todas as frentes. Há mais movielovers, mais apreciadores de quadrinhos, mais assinantes de streaming. Esses resultados orientam as estratégias do grupo Omelete de um modo geral, inclusive com desdobramentos para a CCXP, que criou neste ano um palco dedicado à comunidade de otakus (o Bentô). O estudo completo também ajuda a definir posicionamentos de marcas em trabalhos de consultoria prestados pelo Omelete.

Nas telas

Dentre os territórios da cultura geek, está o cinema e o streaming. Dos entrevistados, 56,2% se consideram muito ou extremamente fãs de séries. E 51,4% se dizem muito ou extremamente cinéfilos.
Na lista dos títulos mais esperados para 2023 estão: “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania”, “Guardiões da Galáxia – Volume 3” e “The Marvels”, nessa ordem. Entre as séries que mais querem acompanhar estão “A Casa do Dragão”, “Os Anéis do Poder” e “Stranger Things”.

Quanto ao mercado de streaming, esse é um segmento super aquecido na comunidade e com preferências estabelecidas. Apenas 12,5% não elegem um serviço favorito. A maior parte dos entrevistados assina Netflix (88% das respostas). Em seguida, estão Prime Video (84%), Disney+ (74%), HBO Max (69%) e Star+ (46%). Perguntados sobre qual plataforma é a preferida, a dianteira fica com a Netflix (34% das respostas). Completam o top 3, HBO Max (com 23%) e Prime Video (12%).

Pandemia

A pesquisa questionou o impacto da pandemia sobre o consumo de filmes e séries. Dos entrevistados, 47% responderam que estão vendo mais conteúdo, enquanto 39% disseram que o hábito não se alterou. Já para 12%, o consumo diminuiu. A frequência do acesso aos serviços também foi sondada. Para 45%, o costume é diário. Para 23%, de 4 a 6 dias por semana a plataforma é acionada. E para 20%, de 2 a 3 dias por semana.

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