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V Congresso

Nizan e Washington em comissão sobre mercado global

29.05.12


"Para ser um player global, você precisa ser um grande player local". Essa foi a conclusão geral da comissão "As empresas de comunicação brasileiras, o mercado global e a marca Brasil", presidida por Ricardo Scalamandré (Globo Internacional), que contou com a participação de Washington Olivetto (WMcCann), Nizan Guanaes (Grupo ABC), Marcio Utsch (Alpargatas) Fernando Figueiredo (Bullet) e Carla Sá (F/Nazca S&S).



Scalamandré defendeu que existe um movimento de empresas brasileiras se lançando no mercado externo. "Nossa cultura também está sendo reconhecida em todo o planeta, podemos citar o exemplo do Rock in Rio; no cinema, Cidade de Deus, Tropa de Elite, Central do Brasil e outros, chamando atenção para os novos diretores brasileiros. Sem contar a repercussão das novelas brasileiras lá fora. Lucélia Santos se tornou celebridade na China, com 'Escrava Isaura'. A novela 'O Clone' foi vendida para mais de 90 países. 'Roque Santeiro' se tornou nome de praça em Angola, só para citar alguns exemplos de como a cultura brasileira está se disseminando no exterior". 



Ele ressaltou o "momento singular do Brasil", que "mudou de patamar" e hoje é a sexta economia do mundo. "Deixamos de ser o país do samba e do Carnaval. Vamos receber a Olimpíada. Por isso, mais do que nunca, temos que discutir o papel da comunicaçao e da marca Brasil no exterior e como empresas podem potencializar esse momento único que estamos vivendo", declarou. 


 



Washington Olivetto falou um pouco sobre sua trajetória e sobre como a geração anterior à sua produziu condições de profissionalização do mercado publicitário. "A geração imediatamente anterior à minha, Alex Periscinoto, Mauro Salles, e todos os outros, conseguiram profissionalizar o negócio de maneira muito unida", lembrou. "Antes, pegava mal escrever que era publicitário em ficha de hotel, era sinônimo de 'picareta'. Hoje, a profissão carrega uma grande aceitação social".


 


Olivetto citou a profissionalização do negócio no Brasil como base para a internacionalização das marcas - tema que perpassou todo o debate da comissão.


 



Já Utsch abordou o case de Havaianas - marca que completa 50 anos - e a internacionalização da sandália. "São 210 milhões de pares vendidos por ano, em quase 90 países. Buscamos levar a brasilidade, a criatividade e a inventividade do povo brasileiro aos outros países".


 


O executivo defendeu como pré-requisito para a internacionalização das marcas, ter liderança no mercado local, seja em volume, seja em faturamento, seja em ideias. "A empresa deve começar a pensar se pode ser companhia exportadora a partir do momento em que tem a liderança local."


 


Nizan falou sobre o plano de globalização do Grupo ABC e da adoção da Pereira O'Dell como marca mundial da empresa.


Comentou ainda sobre o bom momento do país no exterior. "Posicionando o Brasil, vamos nos posicionar. Quando a maré está alta, todos os barcos sobem", disse, ao defender a importância de valorizar a marca Brasil. "Washington é referência no mundo inteiro. O restaurante DOM é um dos melhores do mundo. Além do talento individual, agora ainda há a favor das empresas os ventos que sopram na economia brasileira, é um ótimo momento", argumentou.


 


As teses propostas pela comissão estão ligadas à proposição de que "para ser um player global é necessário ser um grande player local". A ideia é tentar olhar o que o poder público pode fazer para facilitar e estimular o processo de internacionalização das empresas de comunicação brasileiras.


 


Para a comissão, os desafios que devem ser superados para que haja essa expansão estão ligados aos impostos brasileiros: o grupo entendeu que há necessidade de uma revisão tributária.


 


A comissão também apontou a necessidade de capacitação e internacionalização dos profissionais brasileiros, o intercâmbio de profissionais e a diminuição da burocracia.


 


Outro desafio indicado pelo grupo é a necessidade de ter estrutura, conhecimento e incentivo financeiro para fomentar o mercado brasileiro no exterior, com fundos específicos para estimular a indústria da comunicação.  


 


Por fim, outra tese levantada pela comissão é a necessidade de preparar a indústria de comunicação local para atuação global, desenvolvendo modelos de gestão padronizados, além de regras e estímulos para a integração das diferentes disciplinas da comunicação.


 


Leia anterior sobre o assunto aqui.



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