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ViacomCBS

Aquisições e streaming: pontos a chamar atenção da nova companhia

14.08.19

Depois de três anos de idas e vindas, Viacom e CBS fecharam um acordo de fusão e assim nasce a ViacomCBS. Com o negócio, a nova companhia, que tem CBS, Showtime, MTV e Nickelodeon, soma mais de US$ 28 bilhões em receitas. Mas a fusão, anunciada na terça-feira 13, será suficiente para a corporação enfrentar a concorrência em um mercado de mídia e entretenimento em ebulição? A Walt Disney Co tem valor de mercado de US$ 248,8 bilhões e a AT&T, de US$ 255 bilhões.

O CEO da ViacomCBS, Bob Bakish (que já comandava a Viacom), afirmou, em comunicado, que o acordo é importante por unir recursos e capacidades para fazer da companhia um player com amplitude e profundidade de conteúdo e alcance para moldar o futuro da indústria. "Nossa capacidade única de produzir conteúdo premium e popular para o público global em escala - para nossas próprias plataformas e para nossos parceiros em todo o mundo - nos permitirá maximizar nossos negócios hoje, ao mesmo tempo em que nos posicionará para liderança nos próximos anos".

Ante os desafios da nova corporação, AdAge relacionou alguns pontos importantes para os quais a ViacomCBS pode dar mais atenção para se preparar melhor para o disputado mercado de mídia. Um deles: aquisições. A empresa tem alguns alvos. O mais provável é a Discovery (US$ 15,2 bilhões de valor de mercado). Está também na mira a Sony Pictures (US$ 34 bilhões). Mas Bakish demonstra ter interesse pelas redes voltadas para estilo de vida, caso da Discovery.

Se a escala é o principal fator por trás da união de CBS e Viacom, a visão de longo prazo tem de se voltar para a batalha pelo mercado de streaming. Se quiser competir com Disney +, HBO Max, Apple TV e o serviço em desenvolvimento da NBCUniversal, a nova corporação precisa de mais conteúdo para ampliar o CBS All Access (serviço de assinatura de video on demand) e o OTT do Showtime. A plataforma da CBS pode ampliar seu acervo (“Star Trek: Discovery” e “Twin Peaks”, entre os títulos) e atrair a atenção do público mais jovem que consome conteúdo nos canais da Viacom. Somando-se a produção das empresas, existe um acervo com mais de 140 mil episódios de TV e 3,6 mil filmes (como “O Poderoso Chefão” e “Chinatown”) que podem encontrar espaço no serviço do Showtime.

Quanto mais conteúdo premium a ViacomCBS puder oferecer aos assinantes, maiores serão suas chances de encontrar um nicho no segundo nível do mercado de streaming, já que não se imagina que a nova companhia poderá superar a Netflix, que tem 152 milhões de assinantes. As plataformas da CBS e do Showtime atendem a cerca de oito milhões de assinantes, com projeções aumentando o número para cerca de 25 milhões até 2022.

O futuro da estratégia de streaming da ViacomCBS ainda é obscuro. A empresa planeja "acelerar e expandir" seus serviços na área de forma global, mas não sinalizou se irá agregar seus dois produtos em um modelo de assinatura como fez a Disney ao anunciar um plano de U$ 12,99 unindo as produções de Disney+, Hulu e ESPN+ em um pacote.

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