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WFA e o efeito covid-19

Cresce número de anunciantes que vão reter verbas até final do ano

13.05.20

Estudo divulgado nesta quarta-feira, 13, pela World Federation of Advertisers (WFA) mostra que, diante do impacto da pandemia, anunciantes estão reduzindo seus investimentos em publicidade de forma mais intensa do que imaginavam em março, quando quarentenas se espalharam pelo mundo.

O Covid-19 Response Tracker analisou, em uma segunda onda de pesquisa, respostas de 38 multinacionais atuando em 17 categorias diferentes. Somados os investimentos dessas corporações, o valor total destinado à publicidade é de US$ 46 bilhões. Líderes das áreas de marketing dos grandes anunciantes do mundo foram entrevistados na última semana de abril.

Segundo a pesquisa, 89% das companhias congelaram investimentos em abril, contra 81% de março, quando foi feito o primeiro levantamento da WFA a respeito da covid-19. E 52% disseram que vão reter as verbas publicitárias por seis meses ou mais – em março esse índice era de 19%.

Campanhas em resposta à crise mais que dobraram em relação à primeira onda, saindo de 32% para 68%. Na avaliação da WFA, porém, tal intensidade não compensará os cortes feitos em outras ações não ligadas à covid-19. A estimativa é que os orçamentos para publicidade devem cair 36% na primeira metade deste ano e 31% no total do ano, em comparação a 2019.

Cortes devem ser feitos em todas as mídias, de acordo com o estudo. A redução de investimentos na TV deve ser de 33% no primeiro semestre. A diminuição de verbas para a mídia impressa está calculada em 37% no período. Para out-of-home, o corte deve ser de 49% e em eventos o índice é o maior: 56%.

No digital, o budget em vídeo online deverá cair 7% e em display, 14%. Rádio terá redução de 25% e PDV, 23%. Influenciadores receberão 22% menos investimentos.

De acordo com a WFA, as equipes de marketing têm visto a situação como uma oportunidade de fazer mudanças radicais na maneira como atuam e na maneira como se relacionam com suas agências. Dos entrevistados, 92% afirmam que esta crise terá um impacto a longo prazo no modo como operam e 84% concordam que esta é uma oportunidade de repensar tudo. Outros 84% afirmam que aceleraram a transformação digital.

Quase dois terços (63%) disseram que agora estão concentrados em estratégias para o período imediatamente após a pandemia e no longo prazo. Outro dado demonstra a preocupação com as agências: 73% concordam que terão de encontrar maneiras de apoiá-las durante a crise.

O CEO da WFA, Stephan Loerke, comentou que os líderes de marketing estão conscientes de que a crise está causando grande impacto em seus times e em seus parceiros. “Muitos estão fazendo esforços significativos para apoiar suas agências, encontrando projetos para as pessoas-chave trabalharem, enquanto os investimentos são baixos, e alterando os termos de pagamento quando podem. Nossa pesquisa mostra que esses esforços são amplos e refletem o quanto as marcas valorizam as contribuições que as agências podem fazer para seus negócios”.

WFA e o efeito covid-19

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