arrow_backVoltar

Festival de Berlim

Os brasileiros premiados

26.02.18

O Festival de Berlim, também conhecido como Berlinale, conferiu o Urso de Ouro a um filme romeno, Touch Me Not, uma ficção com características de documentário e de artes plásticas, que chegou a perturbar parte do público. O Urso de Prata - Grande Prêmio do Júri foi para um longa polonês Mug. Os dois são dirigidos por mulheres: Adina Pintilie e Malgorzata Szumowska, respectivamente.

Touch Me Not narra as angústias de uma mulher que não suporta ser tocada, mas que resolve se aproximar de garotos de programas e outras pessoas que fogem a estereótipos (veja o trailer abaixo). Mug está centrado em uma cidade da Polônia onde se tenta construir um grande Cristo Redentor e na qual um dos operários sobre um acidente e tem de passar por um transplante de rosto.

O Brasil se destacou em diversas disputas do festival. Na competição dos prêmios Teddy (com temática LGBTQ), Tinta Bruta venceu na categoria Ficção. O longa, de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher, conta a história de um rapaz expulso da faculdade e que, enquanto responde a um processo, tenta se sustentar fazendo shows via webcam, apresentando-se pintado com tinta neon. A produção é da Avante Filmes e da Besouro Filmes e a distribuição é da Vitrine Filmes. Tinta Bruta conquistou também o prêmio CICAE, das associações europeias de cineclube.

Ainda no Prêmio Teddy, Bixa Travesty foi o ganhador na categoria Documentário. Dirigido por Kiko Goifman e Claudia Priscilla, com produção da Paleo TV e do Canal Brasil, o documentário conta um pouco da história da MC Linn da Quebrada, com a participação da própria Linn na montagem do roteiro (veja entrevista com Linn da Quebrada feita pelo Teddy Award abaixo).

Na mostra Panorama, o documentário O Processo ficou entre os três vencedores do Prêmio do Público. Com direção de Maria Augusta Ramos, a obra, que tem produção do Canal Brasil, faz registro de discussões e votações no julgamento do impeachment de Dilma Rousseff.

Houve também conquistas para o diretor cearense Karim Aïnouz e para o roteirista Luiz Bolognesi. Aïnouz faturou o Prêmio da Anistia Internacional com o documentário Aeroporto Central (coprodução franco-alemã), que narra o dia a dia em um centro de apoio a refugiados instalado no antigo aeroporto de Tempelhof, em Berlim.

Bolognesi, roteirista de Bingo – O Rei das Manhãs e Como Nossos Pais, obteve uma menção honrosa na premiação de Melhor Documentário por Ex-Pajé (produção Gulane e Buriti Filmes), que mostra a tentativa de converter ao cristianismo um pajé que tinha vivido isolado na floresta amazônica.

Vale mencionar que o filme Las Herederas (de Marcelo Martinessi, do Paraguai), sobre um casal de lésbicas sexagenárias, foi coproduzido pela diretora brasileira Julia Murat. Ana Brun, que atua no longa, recebeu o prêmio de Melhor Atriz.

 

Confira os prêmios dados na 68ª edição do Festival de Berlim

- Urso de OuroMelhor Filme: Touch me not, de Adina Pintilie (Romênia/Alemanha/República Tcheca/Bulgária/França)

- Urso de Prata - Grande Prêmio do Júri: Mug, de Malgorzata Szumowska (Polônia)

- Urso de Prata - Melhor Diretor: Wes Anderson, com Ilha de cachorros (EUA)

- Urso de Prata - Melhor Atriz: Ana Brun, em Las Herederas, de Marcelo Martinessi (Paraguai)

- Urso de Prata - Melhor Ator: Anthony Bajon, em La prière, de Cédric Kahn (França)

- Urso de Prata - Melhor Contribuição Artística: Dovlatov, de Alexei German Jr. (Rússia/Polônia/Sérvia)

- Urso de Prata - Melhor Roteiro: Museo, de Alonso Ruizpalacios (México)

- Urso de Ouro - Melhor Curta: The Men Behind the Wall, de Ines Moldavsky (Israel)

- Prêmio Alfred Bauer (filme que abre novas perspectivas de linguagem): Las Herederas, de Marcelo Martinessi (Paraguai)

- Prêmio de Melhor Documentário: The Waldheim Waltz, de Ruth Beckermann (Áustria)

- Prêmio de Melhor Primeiro Filme: Touch me not, de Adina Pintilie (Romênia/Alemanha/República Tcheca/Bulgária/França)

Festival de Berlim

/